.....................................................................................................................................................................Porque não só vives no mundo, mas o mundo vive em ti. .....................................................................................................

sexta-feira, 18 de março de 2011

A Mãe Gaia agradece






Lembram que noutro dia falei aqui sobre o descarte de nosso lixo eletrônico e que eu nem desconfiava o que poderíamos fazer com ele, nem para onde ele vai se o jogarmos diretamente na lixeira?

Pois bem, São Paulo, esta megalópole que nunca pára e que é o orgulho nacional do Brasil, mesmo diante das complicações e tragédias urbanas de uma cidade de seu tamanho, abriga centenas de iniciativas exemplares, além da cultura sempre borbulhante.  
E é lá que nasceu a idéia deste site, da empresa CIDADÃO ECO, que há mais de um ano coleta gratuitamente o lixo eletrônico, bastando que qualquer pessoa que more em Sampa, se cadastre e agende a coleta. A empresa se compromete em recolher computadores, mouses, telefones sem fios e celulares, fios e todo tipo de eletrônicos que você está guardando no fundo da gaveta (como eu).


Então, se você mora em São Paulo, quer cuidar com responsabilidade do meio ambiente e de nossa Mãe Gaia,  pode ficar com a consciência tranquila a respeito disso, basta acessar o site - http://cidadaoeco.com.br.


Agora é só esperar que a idéia se alastre por todo país. Torçamos para isso.











quinta-feira, 17 de março de 2011

Para você, amiga.



Para minhas amigas, mulheres, mães, filhas, avós, a todas nós enfim, que estamos nos preenchendo neste momento e até mesmo a partir do modo pelo qual nos formamos antes que cheguemos a envelhecer muito. Não importa quanto tempo tenhamos vivido, mas podemos começar desde já a nos preparar para a travessia que nos levará ao poder que contém a velhice e a sabedoria que adquirimos com a idade madura.



Apesar de nossos apegos atuais,
nossas mágoas, dores,
choques, realizações, perdas, ganhos, alegrias,
o local que almejamos é aquela terra psíquica
habitada pelos velhos,
aquele lugar onde os humanos ainda são 
tão perigosos quanto divinos,
onde os animais ainda dançam,
onde o que é derrubado 
cresce de novo,
e onde os ramos
das árvores mais velhas
florescem por mais tempo.
A mulher oculta
que preserva o estopim dourado
conhece esse lugar.
Ela conhece.
E você também.




Do livro A Ciranda das Mulheres Sábias - Clarissa Pinkola Estés - pág.84






quarta-feira, 16 de março de 2011

Esperança e Força para este momento difícil



Nestes dias em que assistimos assombrados às notícias tristes sobre as enchentes no sul e sudeste do nosso país, perdas e dor, assim como as mortes e destruição de tantos nas cidades do admirável Japão, vendo e ouvindo tudo isso, sem muito como poder ajudar, falar de afeto e esperança é o que devemos, a fim de levantar o moral dessas pessoas tão drasticamente atingidas.
  
Certa vez, perguntei ao meu amigo japonês lá na serra se tinha mendigos no Japão e sua resposta foi simplesmente esta:
- Não, não temos mendigos jogados na rua como facilmente vemos no mundo ocidental, porque o japonês cai sete vezes, mas  levanta-se oito. Depois soube que este é um antigo provérbio japonês muito usado para expressar a força desse povo milenar.


Então, ofereço estas flores que nasceram lá em casa e que vieram direto do Japão, trazidas em pequenas raízes, escondidas numa caixa de maquiagem que a esposa do amigo japa colocou  na bagagem e que brotam hoje, tão distante, como um símbolo a nos lembrar que tudo nasce e floresce de novo, basta que tenhamos amor e dedicação.  


E o texto abaixo, dedico a todos aqueles que estão envolvidos de perto  neste momento difícil, torcendo muito para que tenham Força, pois o exemplo do povo japonês, desde sempre, deveria ser seguido por todos nós.





Levante-se e comece de novo!
“Ninguém pode dizer que nunca experimentou fracassos na vida. A vida significa altos e baixos: às vezes você está no alto e às vezes está em baixo – nunca é a mesma coisa. O essencial é que se deve lutar o tempo todo, quaisquer que sejam os resultados. Você tem de continuar sua luta mesmo após um sucesso, pois sempre é possível aperfeiçoar o sucesso obtido. Tente sempre fazer algo melhor ainda e nunca diga que já fez o suficiente. Não há nada melhor do que o sucesso.
O que você realiza externamente pela sua luta pode ser importante, mas o que você realiza internamente, isto é , em relação ao seu caráter e personalidade, é ainda mais relevante. Por isso é essencial que você continue lutando mesmo quando alcançou o que desejava. Um eventual fracasso não é motivo para desistência.
Mesmo que você falhe repetidamente, deve continuar lutando até o último alento. O Gita ensina que devemos trabalhar sem nos preocupar com a recompensa: o próprio trabalho é a sua recompensa e não existe nenhuma outra a ser buscada. Qualquer eventual recompensa será meramente incidental. A recompensa é um incentivo, mas ela pode revelar-se ilusória e pode até vir a desencorajar esforços posteriores. Por isso o trabalho é mais importante que a recompensa.
“Cuide dos meios, que o fim cuidará de si mesmo”. Ou seja, dê o melhor de si: essa é a única coisa que você pode fazer e é também o único segredo para o sucesso. O fato de você se esforçar ao máximo não é garantia de sucesso. Também aprendemos no Gita que não devemos trabalhar levados por nenhuma ilusão quanto aos resultados de nossos esforços. Pode ocorrer que o sucesso não venha, apesar de tudo o que você tenha feito; mesmo assim, você deve continuar lutando, pois é desse modo que sua força interna se desenvolve, e isso é muito mais relevante do que aquilo que almejava ganhar externamente. O que conta é a experiência que se adquire pelo esforço continuado. Você pode fracassar aqui e ali, mas isso é um preço muito pequeno comparado ao que ganha em termos de personalidade: seu discernimento se desenvolve, sua visão fica mais clara, você se torna mais forte e corajoso, uma pessoa infinitamente melhor em todos os aspectos. Visto desse modo, o ditado “O fracasso é o pilar do sucesso” faz sentido. Nunca desistir diante dos fracassos: essa é uma das lições do Gita.
O verdadeiro teste de uma pessoa ocorre quando ela é confrontada com a adversidade. Quando tudo é favorável fica fácil seguir em frente; mas persistir quando há dificuldades, quando se é vencido pela falta de sorte, requer muita coragem. Os hindus acreditam que é possível desenvolver uma grande força interior capaz de desafiar todas as forças hostis internas e externas, de modo a perseverar rumo ao objetivo com incansável dedicação. Um modo de construir tal força é pensar que a vida é um esporte e a regra do jogo é que, aconteça o que acontecer, devemos sempre seguir em frente, aceitando na corrida tanto o sucesso quanto o fracasso. Não deixe nada ao acaso, conte apenas com seu próprio esforço. O covarde se detém diante das dificuldades; o corajoso as recebe com prazer porque deseja medir forças com elas. Ousar sempre e nunca temer as dificuldades é a lição mais importante a ser lembrada.”
Swami Lokeswarananda, Pratical Spirituality-fonte aqui





terça-feira, 15 de março de 2011

Quando o chefe não é chefe





Descobri nesta sexta-feira um genial reality show pelo canal GNT a cabo, e digo-lhes que nem se compara a este lixo televisivo que a Globo insiste em colocar no ar todos os dias e que Pedro Bial  chama de heróis seus participantes.


O programa em questão é o Undercover Boss e muito interessante, pois a cada semana o dono ou presidente de uma grande companhia americana, sai de suas salas confortáveis e refrigeradas e se disfarça de empregado em sua própria empresa, tendo assim a oportunidade de descobrir e tentar resolver problemas que somente podem ser percebidos por quem está ali com a mão na massa, mas que foram causados por decisões dele e de seus conselheiros no ato de suas administrações.

O programa desta semana mostrava o Presidente de uma enorme e luxuosa rede de hotéis americana que ao se passar disfarçado por um simples funcionário em um cargo menos qualificado de um desses hotéis, passa a conviver de perto com a realidade de seus funcionários, o que eles enfrentam no seu dia a dia, o que aspiram e até mesmo o que sonham.  Então ele coloca algum disfarce, como um novo penteado ou barba, junto com um  vestuário propício e pronto. Chega ao setor e é logo apresentado ao seu novo chefe e equipe. As câmeras não são escondidas, alegando-se que as imagens serão aproveitadas para um próximo treinamento.

Imaginem um alto executivo fazendo o trabalho de um reparador predial, arrumando um telhado quebrado, subindo e descendo, andando de um lado pro outro em grandes distâncias num mesmo dia para consertar coisas e tudo isso a pé, debaixo de sol ou chuva.  Assim como,  fazendo o trabalho de camareiros, arrumando, dobrando, limpando dezenas de quartos e banheiros por dia e tudo rapidamente e bem feito.  Claro que ele se viu enrolado muitas vezes, afinal não tinha preparo físico para tais 
funções e estava sempre esbaforido e cansado no final do dia.


No final de cada episódio, o chefe revela a sua verdadeira identidade e premia alguns dos funcionários com promoções e aumentos. Já outros, não tão bem avaliados, recebem mais treinamento e melhores condições de trabalho.


Fiquei pensando como as pessoas ao subirem na hierarquia das empresas, tendem a distanciar-se de seus subalternos, de seus clientes e fornecedores.  Reuniões, viagens e eventos fazem parte da rotina desses altos funcionários e com isso perdem a noção de como a coisa, lá na ponta, realmente funciona.  Neste momento ele avalia também as metas, a produtividade e o crescimento da empresa, através do comportamento de seus funcionários envolvidos neste processo.


Muitas vezes é preciso mudar de posição para enxergar com nitidez as oportunidades de melhoria que existem nas empresas, pois a essência do sucesso está nas mãos de quem faz, afinal as mesmas nada são  se não puderem contar com uma equipe entusiasmada e comprometida.  


Tomara que um dia este programa americano seja filmado aqui no Brasil e aí, cuidado, seu colega de trabalho poderá ser o tal 'chefe espião'!










*Undercover boss - O chefe espião: reality exibido no canal GNT por assinatura - sextas feiras às 22:20hs.







Fases da minha Vida - Blogagem Coletiva



Estão vendo esta moça de lábios carnudos aí em cima, sou eu, aos 32 anos, uma fase incrível na minha vida, talvez a mais importante, num dos intervalos de amamentação logo após o nascimento de meu filho Daniel Ely em janeiro de 1985.

Pois é, tive meu filho aos 32 anos de idade, dois anos após ter me casado, pois queria curtir um intervalo de tempo com meu marido, interagir, conhecer melhor,  como é quando a gente junta as escovas de dentes definitivamente e para sempre até que a morte nos separe.

Naqueles tempos, eu ainda trabalhava fora e fui assim até meu bebê completar 8 meses e meio na barriga, só parando quando ele nasceu para entregar-me de corpo e alma neste projeto lindo e sublime de ser mãe.

E sabem, eu não fui criada nem direcionada para o casamento e nem para  ser mãe, mas sim para estudar e trabalhar fora, ser uma mulher independente , coisa que minha mãe não teve oportunidade nem tempo, logo
vieram os filhos e o trabalho de casa que absorveu-a durante toda a vida.

Mas, voltando à foto, a esta imagem de moça  que vocês estão vendo e que eu não via e que não achava nada legal, estava à beira de uma depressão,  mesmo ouvindo do marido e dos amigos que não aparentava ter aquela idade que eu estava ótima, não adiantava, nada disso me convencia, porque lá dentro da minha cabecinha eu era velha, principalmente por ter tido um filho naquela idade toda – 32 anos – imaginem só!

No dia em que meu marido fez esta foto eu estava meio sonolenta, nem queria ser fotografada, lembro-me bem, porque o Daniel não dormia a noite toda, sempre chorando de fome e eu não fazia outra coisa na vida a não ser pensar em alimentá-lo e fazê-lo ficar satisfeito, consequentemente engordá-lo que era o meu maior sonho, já que tinha uma vizinha no apartamento ao lado que havia tido neném quase na mesma data que eu e o  dela, só engordava e dormia como um porquinho feliz e rosado.
Então, eu vivia chorando junto com meu filho e naqueles idos não tinha esse monte de dicas dadas pela TV ou por revistas, como é o caso da tal
Encantadora de Bêbes que tem pela televisão e por livro, facilitando a vida das jovens mamães hoje em dia.

Para completar esse estado de ansiedade e canseira, meu marido havia recebido um convite super interessante e vantajoso para trabalhar em outra cidade e a gente tinha comprado um apartamento novinho e mobiliado com carinho, tudo bonitinho, escolhido a dedo e teria que deixar tudo isso.  Mas, tínhamos que seguir o que o futuro prometia e que, na verdade, era promissor.  Afinal, era a idade das realizações e não se deve desperdiçar esse tempo.
 
Só que ele foi antes e ficou uns três meses indo e vindo nos finais de semana, até achar um outro imóvel para levar a nós dois, sua pequena grande família.
Nesse ínterim, ficava com o filhote durante a semana e não dormia direito, sempre nas tentativas de todas as maneiras de amamentá-lo com saciedade, mas não sei se por causa desta minha ansiedade toda, da mudança em nossas vidas, dos palpites que ouvia de um lado e de outro da família me atazanando, tanto para enfiar logo uma mamadeira bem cheia no biquinho dele ou então que eu não desanimasse e continuasse com o peito, pois era a melhor forma de se alimentar um bebê.  Era pitaco demais na minha vida!

Enfim, o que me resgatou disso tudo e, parece incrível, resultando na  solução imediata para este e outros probleminhas, foi a nossa ida para a tal nova cidade, longe de tudo e de todos, onde fomos então uma família, - papai, mamãe e filhinho – ficando assim mais unidos, desfrutando do prazer de morar numa cidade pequena e em crescimento, tranquila, onde fizemos novos e bons amigos que até hoje nos relacionamos.  Desse modo, pudemos fazer do nosso casamento um relacionamento sólido e amoroso, tudo o que uma mulher sonha, mesmo involuntariamente.

Hoje, olhando esta foto que achei no baú de fotografias em Petrópolis, vejo que eu era tão jovenzinha, que tinha ainda tanta vida e era saudável e que não fosse minha tolice e medo de engravidar novamente, poderia ter tido mais um ou dois filhos até, já que meu casamento só foi progredindo, tanto financeiramente quanto em amor.  Eu não sabia que teria ao meu lado alguém tão querido, tão precioso, tão cuidador, amigo e amante nestes 28 anos de casados.

Escrevo para incentivar a você que me lê e ainda não se decidiu a ter um filho, talvez por se achar velha quanto eu me achava, nada disso! Não desperdice nenhuma fase de sua vida. Muitas mulheres atualmente têm seus filhos a partir de mais de 30 anos, algumas até com 40 e poucos, priorizando o trabalho e suas realizações profissionais e, claro, tudo isso foi a partir de um processo de desenvolvimento técnico da Medicina, com bons exames e análises que propiciam mais segurança para as mulheres realizarem este maravilhoso sonho.  Procure seu médico e exponha suas ansiedades e sonhos neste sentido.

Boba eu, né!  E diz aí, eu tinha a boca mais bonita do que a Angelina Jolie, não acham?




-Este post faz parte da Blogagem Coletiva - Fases da minha Vida - que a amiga Rosélia está promovendo hoje na Blogosfera.

(Com o filhote no parquinho-1986)








segunda-feira, 14 de março de 2011

Ruazinha em Lisboa - Blogagem do Dia da Poesia



(Vídeo por Beth Q.)


Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O livro de Cesário Verde.
Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas cousas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos...
Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...


Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, Poema III, in Obras de Fernando Pessoa, vol. I, Lello & Irmão - Editores, Porto, 1986



Escolhi este vídeo que fizemos da viagem à Portugal em 2009 porque esta simples ruazinha, iluminada pelo sol e o canto do pássaro, são coisas que ficaram em minha memória e me agrada rever, e é isso que gosto mais de observar quando viajo. Coisas simples do cotidiano, mas que marcam o meu espírito e chamam minha atenção, simplesmente por que sou parecida com este poeta de alma camponesa que só tinha olhos para a natureza e de onde buscava a força inspiradora que a Mãe-Terra transmitia e que lhe oferecia.  [Talvez eu seja, lá no fundo do meu íntimo, uma simples camponesa revestida de ares citadinos.]

Conheça Cesário Verde aqui.


Este post faz parte da Blogagem Coletiva sugerida pela Glorinha e Lu Souza para celebrarmos juntos o Dia da Poesia.