.....................................................................................................................................................................Porque não só vives no mundo, mas o mundo vive em ti. .....................................................................................................

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Para pensar.

-Pinterest-

Lendo, mais uma vez, um livro de Rubem Alves, parei e pensei  sobre este trecho:

"Vocês já ouviram a música das folhas das árvores sacudidas pelo vento?  Já ouviram o canto de um sábia no meio da mata, ao entardecer?  O zumbido das abelhas em busca de flores?

A vida precisa do vazio, a lagarta dorme num vazio chamado casulo até se transformar em borboleta.  A música precisa de um vazio chamado silêncio para ser ouvida.  Um poema precisa do vazio da folha de papel em branco para ser escrito.  E as pessoas, para serem belas e amadas, precisam ter um vazio dentro delas.  A maioria acha o contrário, pensa que o bom é ser cheio.  Essas são as pessoas que se acham cheias de verdades e sabedoria e falam sem parar.  São umas chatas, quando não são autoritárias.  Bonitas são as pessoas que falam pouco e sabem escutar.  A essas pessoas é fácil amar.  Elas estão cheias de vazio.  E é no vazio da distância que vive a saudade ..."


E enquanto uma ou outra obra ao meu redor dispara alguma máquina que, além do barulho, afeta a rede de energia elétrica e, às vezes traz prejuízo, amolação, espera e ... silêncio.  Fico imaginando o quanto é agradável também este silêncio, este vazio que parece óbvio valer mais que o "cheio" do dia. 

Há 150 anos um chefe índio dos Estados Unidos escreveu uma carta ao presidente daquele país falando sobre as cidades dos ditos civilizados. Disse ele:

"Não há lugar calmo nas cidades do homem branco.  Nenhum lugar para escutar o desabrochar das folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto.  A barulheira ofende os ouvidos.  E o que resta da vida se um homem não pode escutar o choro solitário de um pássaro ou o coaxar dos sapos à volta de uma lagoa, à noite?"




11 comentários:

chica disse...

Muito lindo tudo isso,Beth e a imagem perfeita. Realmente quando tudo está em silêncio, quando a cidade ainda não acordou, ouço os pássaros cantando, saudando o novo dia, numa alegria só deles e fico um tempão assim.

Precisamos deses momentos e valorizar o silêncio, que pode ser preenchido com tantas dessas maravilhas! beijos,boa noite,chica

Luciana Souza disse...

Oi Beth
Muito lindo e reflexivo seu texto. Eu sou uma que estava precisando ler isso, é tanta correria! Parabéns, vou refletir no dia de hoje sobre ele.
Bjos.

Calu Barros disse...

Ah, amiga,
e como estes vazios são necessários, vitais até, pois eles são a oferta do preenchimento significativo de cada dia que como as marés vem e vão ao findar cada movimento.Ciclo vital.Renovação!
Lindo,lindo, mestre Rubem e você!
Bjkas,
Calu

Priscila Ferreira disse...

Para parar e refletir! gostei muito!
beijos :)

Anne Lieri disse...

Beth,que beleza esse Rubem Alves!Ele é mesmo inspirador e seu texto ficou perfeito:muitas vezes no silencio é que encontramos melhor conosco,podemos pensar com tranquilidade e ao invés de vazio ou solidão.sentimos inspiração.Lindo o que escreveu!bjs,

Luma Rosa disse...

Oi, Beth!
Uma prosa poética, mas eu não vejo graça em dormir ouvindo o coaxar dos sapos... rs. Gosto do silêncio para dormir, gosto de pessoas que pensam mais do que falam ou que façam mais do que dizem. O mundo civilizado poderia ser mais respeitoso e combater o excesso. O mundo anda "cheio".
Beijus,

Maria Célia disse...

Olá Beth
Eu me encaixo nesta citação do Rubem Alves- "bonitas são as pessoas que falam pouco e sabem escutar", sempre fui assim, prefiro ouvir as pessoas falar, prestando bastante atenção, olho no olho, realmente me interessando pelo que elas têm a dizer.
Beijo

Teredecorando disse...

Olá Beth,
O silêncio se faz necessário.
Belo demais!
Beijos mil

Toninho disse...

Esta sua paixão pelas coisas do Rubem é maravilhosa,pois sempre partilha coisas belas e fundas e que não são findas.
Conheço muito dele amiga e voce presta um belo serviço com suas reflexões.
Sensibilidade é tudo minha amiga.
Meu terno abraço.
Bjo.

Elisa T. Campos disse...

Beth
Finalmente pude vir aqui.
É lindo este pensar. Vazio que pulsa nesse texto-poema de Rubens Alves me fascina. Esse chefe indio também era sábio.
Ficar no silêncio buscar o vazio, como necessitamos.
Eu sempre fujo do barulho por algumas horas e me aconchego no Parque. Alheia aos sons de aviões e dos caminhantes que conversam o tempo todo também caminho mas sempre atenta à beira do lago que só me surpreende.Anteontem, pouco depois da entrada do parque filmei dois joãos-de-barro fazendo ninho. Esperei pacientemente o ir e vir dos pássaros que se revezavam e dava para sentir a alegria dos dois entretidos na construção.
Amei vir aqui .

Uma linda tarde para você
Bjs.

Lu Souza Brito disse...

Oi Beth,

Eu gosto do ruído incomodo do silencio também. Ahahah. Descobri isso a pouco tempo. Sempre que estava sozinha, eu colocava musica em volume alto, ligava a tv. Hoje eu sei aproveitar o silencio, paro, reflito, pondero sobre muitas coisas, enquanto preparo o jantar ou labo a louça, com barulho dos pássaros, e até dos sapos que tem perto (eca) cães latindo.