.....................................................................................................................................................................Porque não só vives no mundo, mas o mundo vive em ti. .....................................................................................................

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Blogosfera em festa na Lapa

E, abaixo, as amigas Blogueiras que foram prestigiar a escritora Glorinha Leão, ontem na Lapa-RJ.



(Clique para ampliar)






A noite da Libélula







Como sei que tem muita gente esperando para saber das novidades em torno do lançamento do livro da amiga Glorinha que aconteceu na noite passada, vou mostrar-lhes só um pouquinho do que 'rolou' por lá, pois ela própria terá muitas coisas a contar e imagens a mostrar, mas enquanto ela se prepara para isso, antecipo-me com este pequeno vídeo abaixo, que eu mesma fiz, para que todos possam ver o local, as pessoas presentes, as muitas amigas blogueiras e a própria dona da noite, a mais nova escritora do pedaço - Glorinha Leão e seu livro Na Esquina do Tempo no.50.  Foi um sucesso sua noite de autógrafos.







quinta-feira, 14 de abril de 2011

É duro ter coração mole



Por favor
não me aperte tanto assim
tenha cuidado, pega leve
olha onde pisa
isso é meu coração
meu ganha-pão
instrumento de trabalho,
meio de vida, profissão
meu arroz com feijão
meu passaporte
para qualquer parte
para qualquer arte
não machuque esse meu coração
preciso dele
para me levar a Marte
sem sair do chão
não me aperte
não machuque
tome cuidado
eu vivo disso
poesia, sonhos
e outras canções
sem emoção
morro de fome
sinto muito
mas não há nada
que eu possa fazer
sem coração

Alice Ruiz 









quarta-feira, 13 de abril de 2011

Então, vamos cantar?


Vou lhes contar um segredinho . . . já cantei em coral de igreja.  Pronto, falei!
Oras, todo mundo tem um passado nebuloso escondido e o meu teve dessas coisas!  rssss
É, não se espantem não!  Mas, eu era uma soprano e das boas, bem afinada e cantava lá na frente do coral.
O meu grande motivo é que namorava aos 17 anos um rapaz metodista e acabei me envolvendo com tudo o que ele fazia e gostava. Acontece que eu acabei gostando mais de cantar do que ele, pois na verdade, quem se entusiasmava mais era eu e assim um dia ele saiu do coral e eu continuei. Porém, tudo terminou quando terminamos nosso namorico, mas foi um tempo muito bonito e cheio de recordações legais.

Era uma energia muito boa que acontecia quando as vozes se juntavam e transformavam-se em sons harmônicos e melodiosos.  Cantar é uma coisa gostosa, sabe!  Isso envolve nosso corpo, a audição acentua-se, podemos ouvir os diferentes timbres de voz que saem de dentro de cada um ao nosso lado e aí, sentimos uma vibração aquecida e só quem já sentiu isso um dia, saberá do que estou falando.

Tempos depois, passando por um período meio triste na vida, voltei a ficar feliz quando ganhei um vídeo karaokê do maridex e cantei muitos dias seguidos, mesmo sozinha, adorava. E se eu tivesse um par para me acompanhar, ficava até tarde brincando naquele negócio. Agora, anda esquecido lá em casa, em algum fundo de gaveta.

Quem canta seus males espanta já diz o ditado e acho mesmo que tem toda razão, pois ao cantarmos desfazemos uma série de más sensações, ficamos mais leves, jogamos para fora coisas que ficam acumuladas e que são energias ruins, nocivas para nosso corpo e mente.

Li noutro dia uma reportagem que dizia que sessões de tortura nos Estados Unidos, com terroristas capturados, obrigavam-os a cantar, para, aos poucos, livrarem-se de suas raivas, tornando-os inofensivos e que pacientes com Mal de Alzheimer, graças a uma música conhecida, recuperaram algumas lembranças, e pessoas que sofreram apoplexia conseguiram voltar a falar através do canto.

Cantar é tudo de bom na vida, por isso vejam e inspirem-se neste  coral de vozes harmonizadas que vem do interior de cada ser e faz vibrar os corações, mesmo os mais quietinhos e discretos.


Aha, cantou junto heim!  Impossível ficar mudo diante deste vídeo e coral vibrante.  Solta a franga, comece o dia cantando, mesmo que seja debaixo do chuveiro, vamos lá!











terça-feira, 12 de abril de 2011

Depois da tempestade vem o relax



Neste final de semana na serra eu fiz absolutamente . . .  nada, ou quase nada.

É isso mesmo!  Depois de dias tão tristes e estressantes cheguei à conclusão de que temos que nos dar este direito, senão a vida não tem graça, é só correria, trabalho e as mazelas do cotidiano.

Olhei com prazer e atenção as flores novas que me esperavam no jardim, plantei algumas sálvias vermelhas ao redor da estátua dos amantes já desbotada de tanta chuva, joguei adubo químico em outras tantas para fortalecerem e se prepararem pro inverno, fiquei esperando para ver se o esquilo aparecia no coqueiro do vizinho que está cheio de coquinhos à sua disposição. Sentei, relaxei, lagarteei ao sol ameno, olhei pro céu, peguei o livro que estou lendo, mas não li quase nada, preferi ficar olhando as árvores se mexendo e o bando de maritacas que voavam pra lá e pra cá, numa alegria de dar gosto em ver. 

A natureza é mesmo uma cura para muitos males, principalmente os da alma.

Fiz um almoço frugal para nós dois,- salada de batatas cozidas com tomates, azeitonas, cebolas e azeite para acompanhar um naco de salmão na brasa com molho de maracujá. Estava bom às pampas!  (gíria antiiiiiiiiga)

Quem me dera pudesse ficar por lá, esquecida da vida, largada, fazendo nada! 
Mas, dois dias já ajudam a dar aquela renovada que precisamos para recomeçar e enfrentar uma nova semana de trabalho, conflitos, preocupações e ansiedades.

Algumas vezes já pensamos em vender este cantinho lá na serra, mas agora vejo que este lugar tem sido um refúgio, um verdadeiro bálsamo depois de dias cansativos e desgastantes.


Claro é, portanto, que nos devemos cercar de Civilização nas máximas proporções para gozar nas máximas proporções a vantagem de viver.
eça de queirós
(A cidade e as serras)

=livrinho que está sempre na minha cabeceira por lá, mas não acabo nunca de ler=



E, por falar em 'fazer nada',  veja que idéia original que o britânico Alex Tew criou para desafiar o internauta a passar dois minutos na frente da tela do computador sem clicar em nada, apenas admirando um lindo pôr do sol enquanto ouve o barulho das ondas.  Afinal, na lista de tarefas para o seu dia a dia ou diante de uma semana pesada, quanto tempo você dedica a não fazer nada?

Uma forma divertida de questionarmos nossa incapacidade de fazermos uma pausa em nossa própria rotina.
“Precisamos de um tempo para simplesmente não fazer nada. Esse projeto é para fazer as pessoas pensarem nisso”, afirma Alex.

Aumente o som, clique e faça nada:  http://www.donothingfor2minutes.com/ 




Fonte: Revista Vida Simples








domingo, 10 de abril de 2011

As Sombras desta última semana


(Imagem Extra)

Escolhi esta linda imagem para lembrar que os animais não podem ser culpados pela ignorância humana e as palavras insensatas de alguns, como um tal governador que disse e foi severamente criticado, ao afirmar que "Quem faz uma maldade dessas não é gente, é um bicho." - Nunca! - 

Na minha humilde percepção e opinião sobre o triste ocorrido nesta última semana e do que vejo crescer a cada dia neste nosso complexo país, é que as estruturas sociais malditas que só enfatizam cada vez mais a desigualdade e injustiça nesta terra de ignorantes, fazendo com que se alimente cada vez mais o rancor desses que continuam oprimidos, excluídos desde que nascem, sofrendo a perversão do  bullying nas escolas onde deveriam ensinar o respeito, a educação moral e cívica. Pelo menos era assim no meu tempo, quando o país ainda estava longe de ser esta 'sétima potência' tão aclamada.
Mas agora, os governantes só pensam na economia e no patamar que estão galgando no mundo, sem atuar contra essas deformidades em nossa sociedade, deixando o caminho livre e desprotegido para o suicídio de toda uma civilização. Torna-se URGENTE um olhar maior e sério sobre a EDUCAÇÃO em nosso país e é isso que diz Cristovam Buarque em seu maravilhoso e realista texto que reproduzo abaixo.
 




AS VERGONHAS QUE TEMOS


No século XIX, Victor Hugo se negou a apertar a mão de D.Pedro II, porque era o Imperador de um país que convivia naturalmente com a escravidão.  Hoje, Victor Hugo não apertaria a mão de um brasileiro para parabenizá-lo pela conquista da 7a. posição entre as potências econômicas mundiais, convivendo com total naturalidade com a tragédia social ao redor. Estamos à frente de todos os países do mundo, menos seis deles, no valor da nossa produção, mas não nos preocupamos por estarmos, segundo a Unesco, em 88o. lugar em educação.
Somos o sétimo no valor do PIB, mas ignoramos que, segundo o FMI, somos o 55o. país no valor de renda per capita, fazendo com que sejamos uma potência habitada por pobres.  Mais grave: não vemos que, segundo o Banco Mundial, somos o 8o. pior país do mundo em termos de concentração de renda, melhor apenas do que Guatemala, Suazilândia, República Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana, Lesoto e Namíbia.

Somos a sétima economia do mundo, mas de acordo com a Transparência Internacional estamos em 69o. lugar na ordem dos países com ética na política por causa da corrupção.  A nota ideal é 10, o Brasil tem nota 3,7.

Somos a sétima potência em produção, mas, quando olhamos o perfil da produção, constatamos que há décadas exportamos quase o mesmo tipo de bens e continuamos importando os produtos modernos da ciência e da tecnologia.  Somos um dos maiores produtores de automóveis e temos uma das maiores populações de flanelinhas fora da escola.

Um relatório da Unesco divulgado em março mostra que a maioria dos adultos analfabetos vive em apenas dez países.  O Brasil é um deles, com 14 milhões com o agravante de que, no Brasil, eles nem ao menos reconhecem a própria bandeira.  De 1889 até hoje, chegamos à sétima posição mundial na economia, mas temos quase três vezes mais brasileiros adultos iletrados do que tínhamos naquele ano; além de 30 a 40 milhões de analfabetos funcionais.  Somos a sétima economia e não temos um único Prêmio Nobel.

Segundo um estudo da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que pesquisou 46 países, o Brasil fica em último lugar em percentagem de jovens terminando o ensino médio.  Estamos ainda piores quando levamos em conta a qualificação necessária para enfrentar os desafios do século XXI.  Segundo a OIT, a remuneração de nossos professores está atrás de países como México, Portugal, Itália, Polônia, Lituânia, Letônia, Filipinas; a formação e a dedicação deles provavelmente em posição ainda mais desfavorável, por causa da péssima qualidade das escolas onde são obrigados a lecionar.  Somos a 7a. potência econômica, mas a permanência de nossas crianças nas escolas, em horas por dia, dias por ano e anos por vida está entre as piores de todo o mundo.  Além de que temos , certamente, a maior desigualdade na formação de cada pessoa, conforme a renda de seus pais.  Os brasileiros dos 10% mais ricos recebem investimento educacional cerca de 20 vezes maior do que os 10% mais pobres.

Somos a sétima potência, mas temos doenças como a dengue, a malária, o mal de Chagas e a leishmaniose.  Temos 22% de nossa população sem água encanada e mais da metade sem serviço de saneamento.  Segundo o IBGE,  43% dos domicílios brasileiros, 25 milhões, não são considerados adequados para moradia; não têm simultaneamente abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo.

Esta dicotomia entre uma das economias mais ricas do mundo e um mundo social entre os mais pobres só se explica porque nosso projeto de nação é sem lógica, sem previsão e sem ética.
Sem lógica, porque não percebemos que 'país rico é país sem pobreza', como diz a presidenta Dilma.
Sem previsão, por não percebermos a grande, mas atrasada, economia que temos, incapaz de seguir em frente na concorrência com a economia do conhecimento que está implantada em países com menor riqueza e mais futuro.  E sem ética, porque comemoramos a posição na economia esquecendo as vergonhas que temos no social.


Cristovam Buarque, Engenheiro, Economista, Educador, Professor Universitário e Senador da República - Jornal O Globo de 09 de abril de 2011.



Agora amigos, me digam, de que adianta estarmos nesta posição mundial frente à economia, se tanto ainda tem que ser feito para que nosso povo viva condignamente e seja respeitado como cidadão no mundo?
Que destino é esse sem rumo, desenfreado, dolorido, sofrido dessas pessoas que adquirem bens materiais pensando que estão ascendendo socialmente se continuam pobres, sem educação e sem cultura em seu íntimo?
Será que a presidente Dilma lê o que um homem tão bem informado e inteligente como Cristovam Buarque escreve ou fica atenta apenas aos números dos relatórios econômicos e viagens de interesses pelo mundo afora?
Triste país sem lógica, sem previsão e sem ética!