(Imagem Corbis-Fotografia feita por satélite dos rios Amazonas e Xingu vistos com pequenas nuvens que cobrem a imensa floresta)
Belo Monte = Belo Monstro
Realmente não dá pra se entender certas coisas, diante de tamanha tragédia noticiada nos últimos dias, em que mais de 800 mortos foram contados e a reação que a natureza vem demonstrando aos agravos a ela cometidos, que o IBAMA conceda, ontem (26/janeiro), uma licença de instalação para obras da usina hidrelétrica de Belo Monte. Pelamordedeus, que país é este?!
Ouvi esta notícia pela rádio CBN hoje, enquanto estava na cozinha, e fiquei de boca aberta e orelhas em pé, pois a comentarista Miriam Leitão não poupou críticas a este ato 'esquisito' que ela mesma intitulou o caso.
"A licença dada a Belo Monte é muito esquisita, porque não existe no direito ambiental. Há três tipos de licença para um empreendimento assim: a prévia, que é um sinal importante para os investidores, quando já se começa em pensar em financiamento e detalhar o projeto. Depois, vem a licença de instalação: só com ela se pode colocar o canteiro de obras, derrubar a mata e começar as obras. Depois, a de operação.
Quando a licença prévia foi dada, os técnicos do IBAMA achavam que não estava bem avaliado o risco ambiental. Aí, pediram tempo. Mas o governo passado não deu. Exonerou gente, passando por cima das observações dos profissionais. Aí, foi dada a licença com 40 condicionantes. Como não foram cumpridos, não poderia ser concedida a licença de instalação.
Mas agora, um presidente interino do IBAMA dá uma licença parcial para a supressão da vegetação. Isso significa que eles vão desmatar 240 hectares e depois será fato consumado.
Ontem, conversando com o MP, fiquei sabendo que o BNDES, que vai financiar, deu um empréstimo antecipado de um R$ 1 bi. Mas aí perguntaram em que condições se daria isso: o banco respondeu que estava dando com o compromisso de que não seria feita nenhuma mudança no sítio antes da licença para toda a obra.
Economistas dizem que esse projeto representa um risco fiscal enorme, e os engenheiros, que os riscos nessa área não foram bem avaliados. Por isso, acho que precisa ser mais estudado. O governo, no entanto, fala que está sendo discutido há mais de 20 anos. Mas o governo Lula decidiu fazer a ferro e fogo, e o de Dilma está indo para o mesmo caminho.
Se as pessoas dizem que há problema, é preciso avaliá-lo, convencer a sociedade, não pode ser no grito. "
(Blog da Miriam Leitão)
Então é isso minha gente, estamos a um passo de um dos maiores crimes ambientais que poderá existir neste planeta e será de longe a obra com mais graves impactos ambientais da história do Brasil. Um Procurador da Justiça aponta que '273 espécies de peixes estão ameaçadas com o “secamento” da volta grande do Xingu. Além disso, a água do rio, em Altamira, pode apodrecer, sem contar com a possibilidade concreta de haver remoção de povos indígenas, o que o governo não admite, porque se ocorrer, significa genocídio'.
E ainda sem falar da miséria através da prostituição, sujeira, imundície produzida por tantos humanos, destruição da fauna e flora e um festival de irregularidades com consequências desastrosas para o povo e a biodiversidade da região.
Enquanto isso o consórcio dessas grandes empresas construtoras, ávidos pelo abocanhamento de tanto dinheiro envolvido, já colocou mais de 8000 homens naquela região de Altamira, preparados como um exército de demolição, para começarem um trabalho que jogará a sustentabilidade no lixo, literalmente.
"Pelas informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Camargo Correia e Andrade Gutierrez, que vão construir a hidrelétrica sem correr nenhum risco porque se retiraram do leilão, doaram juntas mais de R$ 120 milhões para várias candidaturas. As empreiteiras participaram com 27% da receita da campanha da presidente Dilma Rousseff.
Se a sociedade e a Justiça brasileira permitirem a construção da usina, afirma o procurador, esse momento será lembrado no futuro como aquele em que o Brasil “jogou no lixo” a chance de construir o desenvolvimento sustentável na Amazônia. (Diário do Pará)"
Diante disso, convido os amigos do Mãe Gaia que se unam em protesto a mais este desvario dos homens que detém o poder neste imenso país, levando esta imagem abaixo e criando, se assim o quiserem, um post com o mesmo título deste - "O Belo Monstro" -, enfatizando este grande problema, afinal tudo isso respinga não só lá em cima, no Pará, mas por todo o território nacional ou quem sabe o planeta.
Rio Xingu, em área onde deverá ser instalada a usina. (Site Época-Negócios)
"Especialistas, lideranças indígenas e a sociedade civil concordam que Belo Monte é um desastre ambiental no coração da Amazônia.
As obras poderão começar logo. Vamos aumentar a pressão para Dilma parar Belo Monte! Assine a petição, antes que as escavadeiras comecem a trabalhar -- ela será entregue em Brasília."
Clique aqui e assine a petição