Frida Kahlo - Auto Retrato
"Pensaram que eu era
uma surrealista, mas eu não era.
Nunca pintei sonhos.
Pintava a minha própria realidade."
(F.Kahlo)
A primeira vez que vi um quadro desta artista não gostei. Para dizer a verdade o surrealismo me atrai mesmo é pela sua bizarrice, mas não é o tipo de arte que gostaria de ter numa parede de minha casa. Este acima me passa a sensação de aprisionamento, acho mesmo que era isso, um espírito preso num corpo frágil e sensível. Pobre Frida Kahlo!
No entanto, admiro todas as formas de expressão artística, simplesmente porque não sei fazer nada de minha própria imaginação.
No entanto, admiro todas as formas de expressão artística, simplesmente porque não sei fazer nada de minha própria imaginação.
A única pintura que fiz por criação espontânea, foi este gato abaixo, num dia em que me inspirei no gato da vizinha que tinha pulado o muro e andava pelo meu jardim e uma linda flor de Agapanto que nascera naqueles dias e então, liguei o gato ao agapanto e criei esta mega fantástica obra de arte abaixo. Não riam, por favor, respeitem esta criatura em sua plenitude criativa. rsss
(O Gato e o Agapanto-Beth Q.)
Mas, um belo dia descobri Frida Kahlo, quando vestida com uma saia comprida e rodada, estampada em flores alegres, de botas e grandes brincos , alguém me chamou de Frida Kahlo. Eram os anos 70 e poucos e a moda hippie tinha um certo ar de Frida em mim, acompanhava os movimentos de toda aquela transformação mundial e isso refletia nas minhas roupas certamente.
Eu ainda não tinha me interessado por ela por achar seus quadros feios e não entender nada daquilo que representavam. Então, fui me informar melhor, lendo a seu respeito e depois vendo o filme de sua vida.
Apaixonei-me e ao mesmo tempo sofri por ela, pela dor que tão cedo experimentou, tinha apenas 18 anos e um acidente fatídico mudou enormemente sua vida. Como consequência dos sérios ferimentos que sofreu na coluna e na pélvis, nunca pode ter filhos e sentiu dores nas costas por toda a vida.
Tadinha, sofreu muito depois do terrível acidente que a deixou com s equelas e muitas dores nos últimos tempos sobre uma cama, mas que não tirou de si o talento e a garra para demonstrar sua arte!
Então entendi porque sua pintura retratava tantos aspectos dolorosos, pois aquilo era sua vida e não sonhos surrealistas. Ela pintava sua própria experiência pessoal.
Seus quadros acho-os fantásticos, mas não gostaria de tê-los em minha casa, por achá-los muito tristes e com alusões à morte que acompanhou-a sempre. E, obviamente, claro, não teria recursos para comprá-los.
Os quadros de Frida Kahlo não são para mim o que sua figura colorida e enfeitada o é, ou seja, gosto mesmo é de seu estilo e de suas cores nas vestimentas tehuanas, da garra e determinação que a levou a sobrepor-se a todas as controvérsias em sua vida e suas eternas dores.
Entretanto, este quadro dela acima é um dos que mais gosto e me intriga pela sua simbologia. As formas das plantas são símbolos dos órgãos genitais femininos e masculinos. O sol que dá vida surge ao centro. O feto que chora dentro de uma das plantas e os pistilos lacrimejantes das flores noutras representam a tristeza de Frida Kahlo pela incapacidade de ter filhos.
Ganhei um livro sobre sua vida e arte, e adoro ler e viajar nos quadros, apesar de já conhecer a história de Frida Kahlo, mas o livro, além da história, tem uma apresentação belíssima com fotos de todos os seus quadros e o percurso de sua vida muito densa e que eu me assustaria em ter uma igual.
(capa do livro)
Frida esteve além do seu tempo e sua força mostra-se atemporal, presente e inspirando a tantas mulheres ainda hoje. Eu, por exemplo, gosto demais do estilo alegre de suas roupas e adereços! Adoro cores, estampas, palas bordadas em blusas brancas, xales, brincos e colares artesanais ou que lembrem o estilo pré-colombiano ou coloniais.
Sou mesmo uma Beth Frida, não nego.
Sou mesmo uma Beth Frida, não nego.
E, como dica, sugiro o filme sobre sua vida com a bela atriz mexicana Salma Hayek que poderão conferir aqui enquanto ouvem abaixo sua linda trilha sonora com The Floating Bed - Elliot Goldenthal.
(clique no meio para ouvir)
(clique no meio para ouvir)
Frida Kahlo - 1907-1954
Os quadros de Frida Kahlo não são para mim o que sua figura colorida e enfeitada o é, ou seja, gosto mesmo é de seu estilo e de suas cores nas vestimentas tehuanas, da garra e determinação que a levou a sobrepor-se a todas as controvérsias em sua vida e suas eternas dores.
*Este post é mais um da série Minha Idéia é meu Pincel que a amiga Glorinha de Lion do Café com Bolo, promove em sua Blogagem Coletiva sobre grandes pintores da humanidade.
34 comentários:
Seu post está LINDO Beth!
Eu vi e senti tudo isso que menciona acima, porém a energia das telas me incomodou muito. Claro, com a vida que teve e tudo o que passou justifica e muito a sua pintura.
Ainda assim, depois de muito refletir, digo que não me atrai mesmo.
Existe uma brutalidade que não sei explicar de outra maneira.
Mas o que eu gostei mesmo foi do seu gatinho! Ah! Esse sim eu amei!
Um beijo doce querida!
Astrid Annabelle
Beth, que aula sobre Frida. Que sentimento. Me tocou profundamente.
AMEI ESSE POST!!!!Posso levar para casa? HEHEHEH. Quem havera de rir de seu gato??? Lindo gato, mesmo.
E toda essa ambientaçao Frida!Adoro ela, essas cores, essas dores, e tudo o mais. Acho que era bem isso, um espirito muito forte aprisionado em um corpinho cheio de historias tristes mesmo. Partido.
A casa dela conta uma historia de exuberancia e profundo sofrimento fisico/enorme vontade de viver.
O mexicano vive a morte com uma paixao interessante. É um povo muito intenso. Como esse post, intenso.
Parabens.Bjos
Beth
Seu post está muito bem conseguido e transmitiu-nos o que sente por esta artista óptima. Já reparou que o 'génio' geralmente acompanha o 'sofrimento'?
Lindo.
Eu aprecio particularmente a obra colectiva da Frida, já tive a sorte de ver 3 grandes exposições dela que me deixaram horas em frente aos quadros.
Beijo
António
Bela postagem, Beth. De fato, a vida de Frida não foi nada fácil. E isso está refletido em suas telas. Confesso, que gostei muito mais da sua tela, a do gato..hehe!! Linda participação. Um grande beijo no seu coração, bom dia :)
Ficou muito legal,Beth e confesso, prefiro o teu gato, de dez a zero e sem nenhuma dúvida.
Eu não gosto de tudo,não! Lembro na Itália, passava naqueles museus e saia voando da frente. Quando não me toca, nem com banda de música me inspira...
um beijo,tudo de bim,chica
Oi querida
Gostei da forma como se colocou neste desafio. Interessante este aspecto colorido do vestir e sua identificação.
Realmente é uma história de muita dor e ao mesmo tempo superação e paixão pela vida.
Voc~e touxe um belo post com muitas cores.
bjs
Web-Mamys
Que bom que estao bem, grcas a Deus. Mas me mantenho preocupada com a situacao por ai. Que Deus proteja sua familia e todos os inocentes que ai residem.
Gostei muito do texto, sabia pouco sobre a Frida, mas conhecia algumas obras dela. Realmente uma mulher fantastica, mas como vc diz, tbem acho um pouco triste, nao teria uma obra dessas em casa.
Obrigada por sempre nos mostrar um mundo belo.
No que precisar, estaremos aqui!!
Beijos e fiquem com Deus
Barbrinha e Kassem
Nossa, Beth!!!
Ficou lindo demais!!!
Menina, vc associou a Artista à sua vida e encantou...
Imagens belas e o gato tá show!!!
O coração na barriguinha e um semi desenhado nas pernas ficou bom mesmo.Parabéns!!!
As roupas que vc usou lembram mesmo à Artista e a Beth Frida é assim até hoje pelo que cohenci...
Bjs de paz e excelente fim de semana junto aos seus.
Beth,
Muito bom tudo que você nos trouxe sobre a Frida Kahlo.
Gostei muito do filme sobre sua vida, e fiquei realmente impressionada com seu sofrimento.
Seu gatinho está um miauuuu....Você deveria continuar a pintar.
Beijos.
Bom dia, Beth
Maravilhoso seu texto, um primor, amei.
Seu quadro com o gato e o agapanto estão bem bonitos.
Você poderia escrever um livro, com todo este talento, já passou pela sua cabeça isto?
Bjos
Você, como a Norma, fez uma interpretação iconográfica e iconológica admirável de uma obra da Frida. Gostei muito. PS: e gostei muito da comparação com a Beth Frida. rsrs. Meu abraço. Paz e bem.
Betita, eu gosto muito dos autorretratos da Frida! Teria uns na minha sala COM CERTEZA!
Também gosto muito das vestimentas coloridas e da arte mexicanas, mas acho que Frida conseguiu superar sua dor com sua Arte. Só a Arte pode realmente salvar a humanidade da mesmice e do óbvio.
Apesar da tristeza da sua vida, o que ela nos dá é uma aula de superação e inconformismo. Beijos,
Beth Frida, bom dia
Adorei o seu post. A mistura que você fez entre a vida dela, mesclada com a cores que usava e você ficou ótima, mais leve.
Eu acho a história dela belíssima, uma mulher forte, guerreira mas muito sofrida.
O que sei é que foi muito difícil pra mim fazer o post, não sei explicar, mas não fluia.
beijos
Beth, um post com sentimento, como sempre.
Também não aprecio a obra dela, embora saiba de seu valor.
Usar a dor para transportar para a tela, ou as páginas de um livro, ou uma sonata, é comum aos artistas de verdade.
Ela teve a sensibilidade de retratar sua vida, sua dor.
Não vi o filme sobre ela, embora adore os trabalhos do Alfred Molina, que fêz o Diego Rivera, seu grande amor.
Quanto a sua pintura, achei-a lindíssima, o peito do gato em formato de coração (proposital?) ficou lindo mesmo e o olhar dele também.
Eu teria continuado a pintar, se fosse você. Para mim, nem o rabo dele seria possível fazer, juro! rsrs
Beijo e mais uma vez, parabéns pelo post.
Olá querida Beth,
Que dizer do teu post? Está fantástico, não só pelos dados que dás, como pelas associações que fazes.
Eu às vezes faço umas «pintadelas», sei o que é pintar, o que é procurar o nosso «traço» e considero o teu gato muito bom e cheio de originalidade, incentivo-te a «pintalgar» mais!
Gostei também de conhecer a Beth Frida, mulher para a «frentex» e tão cheia de cores da vida!
Sobre a Frida tu disseste tudo!
Tenho esse livro da Taschen e tenho o filme que já vi muitas vezes! rssssssssssss
Beijinhos meu amor,
Manú
O seu quadro revela que você deveria continuar a pintar.
Quanto a Frida em tudo aparece o contraste de sua vida de sofrimentos.
Belas vestimentas sobre um corpo sofrido. Uma tentativa de superar a agonia em que vivia.
Um abraço
Lindo post Beth!!
A história de Frida é triste e seus quadros remetem a essa tristeza, mas mesmo assim vemos a força dessa mulher ao criar obras fabulosas e as cores deviam ser como fontes de luz e alegrias! beijos
P.s: Voltei, rs.
Olá Beth,
Para mim ela transmite uma força tremenda, mas também nao gosto dos seus quadros. Sou do tipo que gosta de ver coisas alegres, como flores, paisagens, barcos. Até serve para entender um pouco mais sobre sua vida e sofrimento, mas jamais teria algo assim na minha casa, ainda que tivesse condições financeiras para tal.
Bjokas
Beth, eu amo a Frida de paixão, suas obras me transmitem um dor infinita, até arrepio, sério!
Post sensacional, rico de imagem e informação.
E, moça, você é um artista, seu quadro está lindo! Leva o maior jeito, linhas homogêneas, traço pessoal, pergunta pra Teresinha que entende do assunto, eu sou só uma estudante que admira arte e "rala" pra desenhar.
bjnhs e boa sorte (todos nós do bem estamos precisando muito. E que Deus nos proteja aqui nes ta guerrilha urbana. Que caos!
PS: estou em falta com minha turma de blogueiras, mas é semana de provas - hoje tive 2 - "tô pulando miudinho". bj
Oi, Beth!
Fiquei muito sensibilizada com tudo que li sobre Frida. Não conhecia muito do que vi nos textos de hoje, dessa blogagem. O seu texto está maravilhoso, nos prende em atenção.
Senti muita compaixão por ela, pois, era muito jovem, muito enérgica, e teve uma vida marcada por solidão, desespero, dores físicas e desilusões. Mas, seu exemplo maior, foi a perseverança e o amor a arte, legado que deixou à humanidade.
Quanto ao seu quadro, achei lindo, e muito bem pintado.Sou leiga, mas, sei admirar o belo, e confesso que gostei muito da sua tela, sinceramente.
Beijos :)
Socorro Melo
Beth, fantástica participação!!!!! Identifiquei-me muito pois tal como vc, eu também não gostei dos quadros de Frida...foi quando descobri a mulher por trás da tela que percebi, e me encantei!
Frida é uma das Mulheres da minha vida! Marcou-me muito a primeira vez que entrei em contacto com a sua arte! Mais que a Dor, ela para mim é a força e a coragem de superar as grandes contrariedades, sem falsos lirismos, enfrentado, expondo e desconstruindo sua própria escuridão. Sem medos, afirmando a cada pincelada a sua essência verdadeira e sentida, forjada por uma existência vivida em toda a sua amplitude e gama de emoções!
Namasté
Beth, eu vi o filme por causa da faculdade. Admirei demais a Frida!!!! Com todo o perrengue q foi a sua vida, ainda assim ela foi em frente! É um super exemplo! E tbm me assustam as obras dela... mas é o que ela vê,, né? Eu acho fascinante! E gostei mto dessa obra O Sol e a Vida, a interpretação.
Um beijo
Lindo Beth!
eu gosto da frida, gosto principalmente das cores de frida, sempre maravilhosas pra mim.
Agora tu quer me dizer que esse gato tu quem pintou?????? nao acredito, olha sem exagero algum e sem puxassaquismo, achei lindo, de verdade, tava pensando antes de ler, de quem é essa pintura?? porque gostei de verdade, putz, tu é artista é bichinha??? amei.
Parabéns pelo texto e parabéns pelo quadro do gato. Não tens que te envergonhar. O quadro está bom.
Concordo, ao ver as tuas fotos, com o apelido de Beth Frida.
Na verdade Frida Kahlo é uma figura complexa e sofrida. Daquelas entidades que aparecem no mundo das Artes, para expiarem os males do mundo e da sociedade. Como pequenos cristos em que nos podemos todos rever.
Abraços
O texto está fantástico.Tem um pormenor muito interessante ,as cores alegres em contraste com a tristeza e dor.
Beijinho.
Beth,
Os quadros da Frida nasceram para ser vistos debaixo da luz forte do sol do México...admiro a sua história de vida, e o seu visual...mas amei profundamente seu gatinho!!!!
CARINHOSSS
Gostei da tua história relacionada à Frida. Mas te confesso que este quadro não me atrai, pelo contrário, tenho medo dele por expressar dor.
Você nos deu uma aula sobre ela e eu a admiro muito, mas me parece assustador colocar o sofrimento em suas obras.
Adorei o teu gatinho. rsrs
Bjs no coração!
Nilce
Oi Beth, essa semana senti uma dificuldade danada, talvez, por conhecer um pouco de sua trejetória e das dificuldades enfrentadas. Não tive oportunidade de ver o filma, mas ficou a dica.
Quanta a sua pintura, parabéns, pois eu nem chegaria perto disso. Sou uma verdadeira negação.
Um beijo
Beth, meus parabéns!
Adorei seu post. E seu gato? É um GATO! Lindo!
Luz e Carinho*
Oi Beth!!
Nossa, conhecia muito pouco da Frida Kahlo antes do seu post! :)
bjs
Oi Beth, eu também nunca entendi muito bem Frida...uma pessoa misteriosa e também muito sofredora!
O filme pretendo assisir nessas férias. Adoro a linda Agapanto, seu gatinho tem bom gosto!!!
beijinhos
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com
Beth, que bom que consegui abrir o blog hoje, tentei ontem mas não deu, mas eu insisto, e hoje consegui. Você disse tudo que eu também penso nessa frase: "admiro todas as formas de expressão artística, simplesmente porque não sei fazer nada de minha própria imaginação." Eu também não consigo fazer nada da minha imaginacão, mas também nunca tentei muito, então admiro demais quem consegue, e claro, Frida Kahlo tem minha admiracão, apesar de näo ser muito meu estilo preferido.
Amei seu gato, você pinta, escreve, faz belas fotos, isso é muita arte.
Eu vi o filme, muito bom, agora vou ver se acho o livro por aqui.
Beijo e um excelente final de semana.
Gostei do gatinho e me pareceu que você teve aulas. Você tem estilo, Beth Frida!! :)
Como você não teria um quadro dela em minha casa. Acho bem angustiante, porque ao olhar imaginamos o motivo da criação.
Já os balangandans... não somente nos anos 70, ultimamente as cores do México tem invadido a moda e a decoração e Frida não ficou de fora!!
Bom fim de semana! Beijus,
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