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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Deu certo lá e porque não daria aqui?

(Botero-pintor Colombiano)



(Cidade de Bogotá)

Esta linda cidade que hoje se apresenta arrumada e protegida como nunca é a nova Bogotá.
  
Há três anos meu marido esteve por lá a trabalho e o que viu impressionou-o enormemente, já que a mesma sofreu por décadas o massacre dos narcotraficantes que infernizaram sua população como agora é visto aqui no estado do Rio de Janeiro. Mas, hoje, mesmo a Colombia sendo considerada o maior produtor mundial de cocaína, com 800 toneladas anuais, e um dos principais fornecedores de heroína, com sete toneladas, sua capital, Bogotá, está fortemente protegida por militares ostensivamente preparados e equipados, oferecendo paz e liberdade às pessoas para que possam locomover-se tranquilamente a qualquer hora do dia ou da noite.

E o que foi que ele viu e sentiu por lá?
  

- Policiais estão sempre presentes em qualquer lado que você olha. Até mesmo em frente aos prédios residenciais.

(Prédio residencial guardado)

- Blitz para verificação de documentos em dia de motoristas ou motociclistas. 
  Como as motos eram os veículos mais utilizados para sequestros ou pequenos delitos, podiam se esquivar do
  trânsito, hoje são obrigados, todos, sem exceção, desde à pequena moto à grande Harley Davidson que seus
  ocupantes, carona e piloto, tenham uma sinalização de número de cadastro afixadas nas costas.
  Se alguém trafegar sem a mesma ou se não pertencer à pessoa cadastrada, a prisão é imediata.
  Com isso, ninguém transita mais de forma não identificada pela cidade, coisa que marginal vagabundo deixou de 
  fazer.

- Cães -  milhares e milhares, tanto nas guardas oficiais como nas particulares, farejando carros ou pessoas 
  que entram em Shoppings, lojas ou prédios.  Eles farejam não só cocaína como também artefatos explosivos.
  Detalhe: a grande maioria, mais de 90% da raça, é de Retrivier Labrador.  Tanto que quando meu marido chegou 
  por lá ficou admirado com a beleza dos vira-latas soltos nas ruas, mas que na verdade são vira-latas oriundos de
  cruzamentos com cães belíssimos de grande porte.

- Não percebeu mendicância nem crianças em sinais pedindo ou esmolando.

- Hoje, a maior criminalidade exercida é o chamado sequestro-relâmpago, porque a idéia é sequestrar, tirar logo
  uma parcela de dinheiro e devolver a pessoa.  As empresas colocam sempre algum guarda-costas 
  para proteção de seus funcionários estrangeiros quando estão lá em visita.



Estas e outras medidas, geraram um clima de confiança e tranquilidade na população que aceitou estas condições para reaver sua liberdade.  Deu certo lá e porque não daria aqui?



Ao meu ver, hoje, o Rio de Janeiro necessita de medidas como estas, de forte impacto, pragmáticas, de sufocamento e extermínio dos traficantes que dominam a cidade e não deixam seu povo viver tranquilo, desfrutando toda a beleza que nos cerca, assim como a alegria e 'savoir faire' carioca, que sempre foi a nossa maior característica e orgulho.

Alguém poderá me dizer:  Mas uma cidade tão linda, de praias que sugerem turismo e ar livre,  cheia de militares e cães farejando, não vai ficar bem, não combina!  E eu respondo que é o mesmo que chegar para uma moça bonita e dizer que ela tire os óculos, pois ficará mais sexy ou linda, porém o que adianta se não conseguirá ver com clareza.

O Rio é bonito, todos sabemos, não há como negar, mas quase ninguém usufrui de suas florestas, de seus parques, de suas praças.  À noite então, quem tem coragem de andar a pé numa orla?  Só em novelas do Manoel Carlos que uma mulher anda de madrugada pelas areias da praia de Copacabana ou do Leblon.

As operações feitas nestes dias infernais e que estão sendo mostradas pela televisão exaustivamente para todo o mundo, não terão efeito de combate definitivo já que não é uma ação sistematizada, dentro de um programa e sim, algo esporádico, talvez político para mostrar que suas UPPs são fantásticas e que trarão a paz total às comunidades e ao resto da cidade.  Não adiantará em nada somente a aplicação de força se não entrarem em conjunto nestes lugares, levando primeiramente socorro psicológico às vítimas, educação para os jovens que estão ligados, como recrutas cegos, endeusando aqueles que eles consideram seus ídolos, no caso, os malditos traficantes.  Tudo isso porque o Poder Público os esqueceu há décadas e o resto da sociedade alijou-os do processo de crescimento, fingindo que não estava vendo ou ouvindo suas vozes, quando num certo momento, há anos atrás, começou a ser veiculada esta música "Tá dominado, tá tudo dominado".
Na tal Pirâmide de Maslow estão vários degraus abaixo.

Outro ponto que ninguém toca, nem a própria mídia; o tráfico existe para atender seus clientes. Então, estes clientes não vão ser bloqueados?  Ou os culpados são somente os narcotraficantes?  Essa história toda existe porque alguém compra e, por conseguinte, financiam. Quem são estes?  A grande maioria de classe média e alta com poder aquisitivo que banca tudo isto, este fluxo contínuo.  Mas, aí o buraco é mais embaixo.  Porque dar tiro em bandidinho de morro é fácil, são infelizes, são invisíveis, sem nome para a sociedade. Agora, o comprador de cocaína pode ser um engravatado,  um global, artista consagrado, lindo de morrer que todos amam e veneram.
E nesse movimento todo ainda não assistimos nada, comentado neste sentido.  Grande passo poderia dar a nossa esfera jurídica de forma a conceber uma proposta que contribuisse de forma a  responsabilizar esses consumidores que neste ciclo fomentam o caos que passamos.

Eu quero cachorros farejadores nas ruas, guardas em todas as esquinas, soluções para o caos urbano, educação para o povo e a minha cidade de volta.

Eu quero voltar a ser carioca. Ufa!



                                                -------/------


O texto abaixo é do excelente comentário que o amigo ManDrag deixou-me e que considero de suma importância para arrematar meus pensamentos aqui deixados. 

              ... O Rio é muito mais que Copacabana, Ipanema, o Pão de Açucar e o Redentor. O Rio não é uma cidade bonita. Quando chego ao Rio de Janeiro vejo a cidade num todo, com aqueles infindáveis bairros feios e paupérrimos, de barracos sem reboco amontoados como vespeiros. O Carnaval do Rio é a maior falácia que já vi, em que se exporta para o mundo inteiro uma falsa imagem dum Brasil de liberdade e igualdade. Onde está essa liberdade e igualdade? Basta olhar para qualquer favela ou bairro de periferia para entender que este é um país com várias liberdades e diferentes igualdades. Um Brasil em que uns são mais brasileiros que outros. ...

Concordo plenamente com suas palavras, em especial este trecho, pois o que é belo no Rio é a junção de sua natureza que se espalha entre o mar, rios, montanhas, florestas e bairros unidos.  No entanto, hoje, o que se vê é uma cidade transformada e embolada de prédios ricos e sub-moradias no seu entorno, mas as imagens que são transmitidas para todos aqui dentro e lá fora, sempre é do Redentor e suas praias. O Rio é muito mais que isso.







26 comentários:

www.comtextosdavida.com disse...

Eu não sou carioca mas sou brasileira, e ser brasileira é mais que ser carioca. O Rio saiu na vanguarda mas isto ocorre também em outros Estados. Eu quero um Brasil sem violência, com educação e dignidade. Não me importo com polícias e cães nas ruas contanto que possa andar por elas sem medo de assaltos ou... Quero paz e o direito de viver em paz.
bjs Lais

Hugo de Oliveira disse...

É triste tudo que está ocorrendo no Rio, mas com fé em DEUS será resolvido e a população viverá em paz.

abraços
de luz

Glorinha L de Lion disse...

Eu também quero tudo isso e concordo com tudo o que diz em seu post. De que adianta anunciar antes das "batidas" policiais, avisando aos traficantes, como costumam as autoridades fazerem aqui? Avisam: amanhã vai ter batida na comunidade tal...claro que a bandidagem se esconde, some, e logo depois volta...ou essas upps que melhoram a vida das comunidades sim, com certeza, mas se não prendem os bandidos, para onde eles vão? E o nosso carnaval que é mantido pelo jogo do bicho, drogas, lavagem de dinheiro, caça níqueis? No Rio o crime organizado é uma verdadeira máfia,de tal modo enraizado, intrincado nas altas esferas,em todos os âmbitos que fica difícil mexer nesse vespeiro...só mesmo muita vontade política e homens com H maiúsculo, íntegros e incorruptíveis para acabar com essa verdadeira guerra que vivemos no dia a dia. Te aplaudo pelo belíssimo post! beijos,

pensandoemfamilia disse...

Oi Beth
Concordo com sua revolta pelas atitudes que são tomadas sem que um planejamento contínuo para dar conta da situação que se cronificou.
Hoje comentava sobre o encaminhamento que está sendo dado pela mídia em relação as operações feitas e sobre quem realmente está por trás do tráfico. É tudo muito mais complexo e envolve vários níveis de atitudes para que se consiga o restabelecimento da segurança não só no nosso Estado, mas no País.
bjs

aminhapele disse...

Neste tipo de "guerra" há que definir objectivos prioritários.
Parece-me que será acabar com a banditagem e "senhores" de um castelo.
Repôr a legalidade.
Os "consumidores" têm que ficar para a segunda vaga.
Quando pomos todos no mesmo barco corremos o risco de pôr polícias e militares a negociar tréguas com traficantes e,em simultâneo,constituir umas "comissões"(bem pagas por todos),que dêem apoio psicológico,sanitário,direito de privacidade,direito ao sossego,e outros direitos menos explícitos aos consumidores.
Se há guerra,que a guerra seja total aos traficantes.
Esta,a minha opinião.

ManDrag disse...

É mais que tempo de todo mundo deixar de sorrir tolamente e cantarolar, fingindo que está tudo bem quando não está. Está é tudo mal!

A norma dos coronéis é uma herança ainda muito vincada nos costumes da sociedade brasileira. O culto dos ricos e abastados ainda é uma veneração que pesa na moral comum e na definição de direitos e primazias da cidadania brasileira.
Uma coisa que me choca é ver como os transgressores de origem humilde são atirados como coisas para dentro das bagageiras dos carros da polícia, enquanto aos cidadãos de classe alta é-lhes pedido que compareçam nas penitenciárias ou levados em confortáveis veículos de grande cilindrada. Não é assim que se constrói uma democracia!

Assistindo na TV aos acontecimentos da guerra urbana no Rio, escutei um comentador que afirmava: "apenas 20% do tráfico se destina ao consumo por tóxico-dependentes, os restantes 80%, que correspondem ao grosso lucro dos traficantes, é dirigido ao consumidor ocasional" e como tu dizes muito bem, maior parte desses provêm das classes média e alta, com grande poder de compra.

Já disse (no Confessium) que acções como a presente guerra urbana não resolvem nada se não forem acompanhadas e seguidas de políticas empenhadas de reestruturação social. Implantação duma verdadeira política de justiça social em que todos tenham real e concreto direito aos princípios básicos de subsistência.

O Rio é muito mais que Copacabana, Ipanema, o Pão de Açucar e o Redentor. O Rio não é uma cidade bonita. Quando chego ao Rio de Janeiro vejo a cidade num todo, com aqueles infindáveis bairros feios e paupérrimos, de barracos sem reboco amontoados como vespeiros. O Carnaval do Rio é a maior falácia que já vi, em que se exporta para o mundo inteiro uma falsa imagem dum Brasil de liberdade e igualdade. Onde está essa liberdade e igualdade? Basta olhar para qualquer favela ou bairro de periferia para entender que este é um país com várias liberdades e diferentes igualdades. Um Brasil em que uns são mais brasileiros que outros.

É fácil acusar esses marginais de bandidos e traficantes e pedir cadeia e pesadas penas para eles. Mas quem está disposto a abdicar dos seus privilégios de classe exploradora e favorecida pelo sistema, para um maior nivelamento na distribuição da riqueza?

Amiga, pediste-me para vir aqui comentar. Acho que me alonguei demais. Desculpa se excedi e abusei das tuas expectativas; mas se há coisa que me ofende é a injustiça. E toda esta situação de miséria que encontro no Brasil é o resultado duma distorcida visão de justiça social.

Como bem dizes no teu excelente texto é hora de opção: querem regalias e privilégios (supostos direitos de liberdade) ou querem viver em segurança e paz?

Um abraço solidário

Beatriz - Jubiart disse...

Oi Beth!

Vim visitar sua "casa" e dou de cara com um texto, que se pareceu muito com a conversa minha com maridão ontem à noite, acho que vc estava ouvindo rsrsr.
Moro distante disto tudo...Mas sou brasileira e fico indignada com a passividade do Estado, só fazem alguma coisa quando a "casa caí", estamos cansados de paliativos, concordo com vc, as atitudes contra violência tem que ser permanente e sistematizado, contra quem vende e quem consome.

Desejo um fim de semana de luz e paz.

chica disse...

Estemos na torcida que consigam fazer o Rio melhorar e que acabem com essa viloência e inswegurança em todo o Brasil.

Obrigado pelo carinho por lá!beijos,chica

lolipop disse...

Querida Beth,
Subscrevo sua análise e solução. Para casos extremos, medidas extremas. Seria bom que houvessem muitas vozes públicas como a sua.
Sabe, fiquei curiosa com um artigo que li outro dia, em que um editor Brasileiro que tinha acabado de publicar a poesia reunida de Chacal disse que a diferença entre o Rio e São Paulo era que "...em São paulo vc lê mas não discute, e no Rio vc discute mas não lê. Aqui no Rio, vc encontra alguém, o livro mudou a vida dele mas o cara não leu. Em SP o cara leu mas isso não mudou nada."
Não sei nem se isto tem algum fundamento, gostava de saber sua opinião...
E por aí, espero que tudo possa mesmo mudar.
ABRAÇOS SOLIDÁRIOS!!!
Parabéns pelo post!

lolipop disse...

Ah! Esqueci de dizer...amei o poema de Eduardo Alves...
BEIJOOO

Anônimo disse...

Tá dificil pra gente aqui né?! Tb quero voltar a ser carioca, se lá conseguiram, os politicos com boa vontade tb conseguem...pena, q tem mto mais envolvido nisso do q pensamos né?! Esse é o meu medo! bjs

Unknown disse...

Beth,

Foi um feito, o acontecido em Bogotá. No Rio, também, mas deixe-me que lhe diga, com a minha visão de alguém de fora do Brasil: na blogosfera os brasileiros não tratam bem desse Brasil fantástico que vocês têm. Adorei o seu post, por ser uma verdadeira excepção e profundamente didáctica.

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Aproveito a oportunidade para deixar estas palavras que serão iguais em todos os blogues:

Olá, bom dia de sábado,

Este é um convite para participar na entrevista colectiva que estou a preparar para a Astrid Annabelle, do «Navegante do Infinito». Publiquei hoje um post com esse convite.

Seria um prazer contar consigo nesta entrevista coletiva à amiga e bloguista Astrid.

Por favor, clicar aqui para aceder ao post onde peço que deixem as perguntas.

Abraço,

António
«Cova do Urso»

Beatriz disse...

Oi Beth
É mesmo uma pena que a nossa cidade maravilhosa tenha chegado a esse ponto....Sou uma carioca longe do Rio, mas estou sempre aí e louca pra voltar....Só que às vezes dá medo! Será que um dia vamos ter a traquilidade de andar nas ruas sem se preocupar com arrastão na praia ou bala perdida? Queria de volta o Rio da década de 60, quando minha mãe andava com suas amigas a noite na maior paz....Mas, por incrível que pareça, desta vez estou mais confiante de que pode dar certo! A bandidagem tem que acabar, mas só com um enfrentamento real e de frente. E depois, como na Colômbia, não baixar a guarda nunca!!!
Son ho com isso um dia...
Beijinhos cariocas,
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com

ManDrag disse...

Amiga Beth,

Fico satisfeito com a aceitação do meu comentário e da utilização que fizeste dele.
Quando escrevi esse parágrafo, que transcreveste em complemento ao teu texto, tive a ideia de fazer um post no Confessium que publicarei seguidamente.

Bem hajas, pela solidariedade!

Abraços, dum itinerante sem pátria

Ester disse...

Oi Beth! Os bons exemplos estão espalhados por aí, mas os interesses políticos e econômicos regem tudo isso por aqui,
Sua postagem é pertinente,

Passando para fazer-lhe um convite:


Gostaria de convidar vc para participar do nosso 2º Amigo Oculto de Natal, as inscrições estão abertas para quem quiser participar, será uma linda festa de confraternização virtual. Para saber mais detalhes e se inscrever passe no meu blog.

Abraços e obrigada!!

Ξ ѕ t є я

Carla Farinazzi disse...

Beth,

Uma das mais lúcidas e coerentes análises que eu já li sobre isso tudo que está acontecendo no Rio. E a comparação com Bogotá evidencia que há saída, sim! Mas há muito que eu me pergunto a quem interessa o tráfico de drogas e de armas? A quem, além dos traficantes? Com certeza, à muita gente do meio político, pois se quisessem, já teriam resolvido esse grave problema. Na política, vemos de tudo, até o que não imaginamos. E se há alguém capaz de solucionar isso são os governantes, os homens públicos por nós eleitos. É deles a responsabilidade. Se não o fizeram até agora, foi porque tinham interesse. E agora a situação fugiu do controle. E aí?
Até quando?

Parabéns pelo belo post, pelas soluões apontadas e também por mencionar alguém que todo mundo evita: os consumidores do tráfico.

Beijos

Carla

Lúcia Soares disse...

Beth, você colocou o assunto muito bem. Pode dar certo.
Há uns anos, New York também não vivia em um mar de rosas e veio um prefeito que moralizou a cidade. Todas as metrópoles têm problemas, o que não pode é deixar que bandido mande nela!
Tem jeito, sim, e vamos torcer pra que o RJ consiga!
Beijos!

chica disse...

Voltei pra agradecer o carinho por lá!beijos e tô correndo pra ver todos os carinhos de amigos.Legal!chica

ML disse...

Adorei a comparação, Beth!

Se até lá deu certo, pq não aqui?

Resta saber se na Colômbia a corrupção está tão arraigada quanto no Brasil.

E ter "peito" para acabar com o "business" não dos fulaninhos do morro, mas do CEO da corporation, que obviamente não é um mulambo ignorante que anda por aí "pagando cofrinho" e se achando "chefe" de alguma coisa. E muito menos mora em "comunidades".

O buraco é mais embaixo ou... mais em cima?

bjnhs e ótimo final de semana

PS: conheço uma colombiana que se casou comm um brasileiro e mora aqui. Apesar de toda a "melhora" ela não quer voltar pra lá não...

Isabel disse...

Beth, a coisa aí tá complicada mesmo.
Não sei qual é a solução, mas se for preciso uma ação mais forte, com polícias e cães na rua, nem que seja apenas por um tempo, acho que o Rio não vai perder com isso. Só vai ganhar segurança.
Bjs e que tudo se resolva em paz.

Caca disse...

Tem toda razão, Beth. Imagino que os vendedores de drogas não devem vender muito na favela, não é? Afinal, a maioria é composta de pessoas trabalhadoras e que ganham muito pouco. Se gastassem com drogas (que é caríssimo), não iam nem comer direito. Então, acho que são os mauricinhos, os engravatados, os de gabinete e empresas e repartições que são os maiores fornecedores de recurosos para que o tráfico não acabe nunca. O estado também ausentou-se há muito das comunidades e onde há vácuo de poder, alguém sempre assume o lugar. No caso, foi o pior que poderíamos ter, já que as organizações comunitárias, que estimulavam a solidariedade entre as pessoas estão se escasseando cada vez mais na nossa sociedade individualista. Meu abraço. paz e bem.

Maria Santos disse...

Beth é lamentável o que acontece no Rio e em outros estados do Brasil também, não tenho acompanhado muito pela tv só mesmo pelo jornal on line, concordo com você que as açoes que estão sendo tomadas não trarão uma resolução completa e eficaz devolvendo a paz e a liberdade aos cariocas, me parece mais um exibicionismo de quem pode mais.
Que Deus possa nos ajudar e iluminar que realmente tem o poder nas mãos para implantar algo que realmente traga bons resultados como em Bogotá.
bjs e bom domingo

Manuela Freitas disse...

Olá querida Beth,
Lamento o sucedido no Rio de Janeiro e estou de acordo com tudo que dizes no post, com toda a problemática muito bem exposta. Quando as situações são dessa gravidade efectivamente que o policiamento tem que estar muito presente, porque as pessoas à margem desse submundo precisam de viver com uma certa tranquilidade. Obviamente que para um turista de sítios mais tranquilos visitar um local onde o policiamento é muito visível não inspira grande tranquilidade, mas é um mal necessário!
Obrigada pelas dicas, quando experimentar os teus ensinamentos eu digo ou mostro, de acordo com os resultados.
Beijinhos,
Manú

She disse...

Sensacional, Beth, gostei muito! Passando tb para agradecer o seu carinho lá no post do meu 2º aniversário no ano... ;)
Bjo, bjo!
She

Beth/Lilás disse...

Obrigada a todos pela participação neste tópico de grande importância para todos, não só cariocas, mas do brasileiro de uma maneira geral.
Deixo aqui algumas palavras do jornalista Arnaldo Bloch no O Globo de sábado e que é a mais pura expressão da verdade, pois não podemos fingir que a "coisa" toda já está resolvida com estas ações do atual momento.

"O problema não muda: os traficantes têm o ouro, e ouro muda de mão. Um negócio tão lucrativo com reserva de mercado não vai parar de funcionar. E com dinheiro tudo se compra. Juízes, parlamentares, policiais, empresários, cidadãos, criaanças, ONGs. As mílícias podem ser o bicho. Mas dizer que o tráfico "já era", no cinema ou em entrevista, é cutucar o inferno e ouvir a resposta:
"já era, não. Já é."

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Nina disse...

Voltei pra ler esse post como havia prometido...

ahh Beth, ver Bogotá assim dá até um certo alívio. De fato, parece que isso seria o certo no Brasil, botar a polícia na ruas mesmo, acho que vc tem razao. Concordo sim contigo, a populacao se sentiria mais segura. O único problema que vejo é que no Brasil a gente nao confia em ninguém, a corrupcao é nosso grande problema. E vc falou mt corretamente, o tráfico é comandado tbm por quem consome, e esses grandes, nunca serao pegos presos. Eu sinto tanto... eu acho sim, o Rio lindo, sou apaixonada demais, mas ele mete tanto medo nos outros, sinto tanto por isso. Eu acho o Rio mt alegre, o povo é de bem com a vida, pelo menos assim o vejo, por isso me dói tanto, a natureza é privilegiadissima, a uniao do mar com montanha, serio, ainda nao vi mais bonito por onde andei, o Rio é sim, LINDISSIMO! Até acho que o rapaz do texto tem um pouco de razao, o Rio está feio, mas nao é.

Fico na esperanca de um Rio melhor, de um Brasil melhor, mas ao mesmo tempo, fico triste ao ouvir dos meus filhos que eles nao querem morar mais aí, com medo da violência, aahh isso me entristece...