.....................................................................................................................................................................Porque não só vives no mundo, mas o mundo vive em ti. .....................................................................................................

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

De onde veio ... a infância

A descoberta de uma nova revista trazida hoje pelo marido, deixou-me encantada e gostei tanto dos artigos nela impressos que trouxe esta pequena mostra para os amigos e dizer que vale a pena conhecer tão interessante leitura sobre a história universal.

-Os primeiros passos- Marguerite Gérard-séc.XIX-


1- Adultos em miniatura

                                                                   Apesar de tão familiar hoje, o conceito de infância é algo relativamente novo em termos históricos.  Até o século XVIII. a criança era vista como um "adulto em miniatura" e, assim que fosse capaz de ajudar os pais nos afazeres domésticos, no artesanato ou nos trabalhos do campo, assumia a mesma carga de responsabilidade que os mais velhos.
Nessa época, as famílias tinham muitos filhos e as taxas de mortalidade infantil eram extremamente altas. Os recém-nascidos eram vítimas das mais diversas doenças, e a falta de higiene dos partos agravava ainda mais o quadro. Para ter uma idéia, 
83% dos parisienses que nasceram entre 1772 e 1778 morreram antes de completar 1 ano.  Essa situação contibuía para o sentimento de desapego dos pais pelos filhos.

2- O nascimento da infância

No século XIX, a humanidade entrou em uma nova era: os avanços na indústria livraram as crianças de parte do trabalho doméstico, e o avanço da medicina levou à queda dos índices de mortalidade.  A população infantil aumento, e a infância passou a fazer parte das discussões de filósofos, psicólogos, educadores, médicos, etc.
Paris foi a primeira cidade a sediar uma discussão mundial sobre a situação da criança.  Chamado de Congresso Internacional da Proteção da Infância, o evento ocorreu em 1890.  A capital francesa também foi pioneira na criação de Instituições de amparo aos mais jovens.

3- O reino dos bastardos

A situação da criança brasileira foi muito similar à da européia: por aqui, foi só em meados do século XIX que se começou a pensar na existência de uma 'infância'.  Essa espécie de 'indiferença' pelos mais novos era agravada pela grande quantidade de filhos bastardos, frutos da relação de brancos com negras e índias, que não tinham espaço na sociedade escravista.

Desde o período colonial, o Brasil conviveu com as chamadas 'Casas de Rodas', instituições que cuidavam de filhos ilegítimos, órfãos e até recém-nascidos que não podiam ser sustentados pelos pais.
A primeira delas, criada em Salvador no ano de 1726, só fechou as portas em 1950.



4- De Invisíveis a Consumidores

Ao longo do século XX, a infância foi ganhando cada vez mais importância.  A criança passou a ser o centro das atenções, e um rentável mercado de brinquedos, roupas, móveis e muitos outros produtos se desenvolveu ao seu redor. Antes invisíveis, os pequenos se transformaram em consumidores.

O crescimento desses novos mercados animou a criação de um setor da publicidade voltado inteiramente para o público infantil.
Dos anúncios que tentam atingir os pais, apelando para sua preocupação com a saúde e o bem-estar dos filhos, às mascotes, desenhos e bonecos que buscam conquistar as crianças, a propaganda mudou após a descoberta do potencial consumidor dos mais jovens.




*Fonte:  Revista HISTÓRIA VIVA - www.historiaviva.com.br

Imagens: Google




21 comentários:

cucchiaiopieno.com.br disse...

Bom dia querida
Esse quadro "Os primeiros passos" é belíssimo!
Pobres adultos em minuatura.
O acaso nao existe mesmo, pois justo onde morriam todas essas crianças (Paris) foi sede desse congresso, entre outros.
Graças a Deus que a criança passou a ser o centro das atenções e mesmo assim o mundo esta' como esta', nao consigo nem imaginar se hoje ainda fosse como antigamente.
Gostei muito dessa reportagem.
Um abraço e um excelente fim de semana - cheio de paz - pra voce
Léia

Nina disse...

interessante né beth? de um nada quase invisível pra um tudo, altamente consumista.
ja tinha estudado isso na facul, infancia nao era vista como coisa normal, as criancas eram ate vestidas de adulto.. engracado.

e a roda dos enjeitados heim? que coisa mais triste, imagina descobrir que foi deixado ali? meu Deus... triste comeco pro brasil.

Ana disse...

Que interessante, Beth!
Não conseguiria imaginar uma época em que crianças não eram importantes...
Vivendo e aprendendo!
Grande beijo!

Gina disse...

Beth,
Também adorei o texto.
Quem não tem história na família de doenças no passado que eram fatais e hoje perfeitamente curáveis?
Que bom que o olhar para as crianças mudou tanto! Investir nelas é esperança de um futuro melhor.
Bom final de semana!

Lu Souza Brito disse...

Bom dia Beth,

Parece muito bacana esta revista mesmo. E não é a toa que admiro tanto a cidade parisiense. Pioneira em tantos assuntos.
E hoje eu acho que ás crianças tem até "espaço demais" (ai que maldade).
Praticamente TUDO é voltado para o público infantil - oque nao deixa de ser uma grande conquista. Mas alguns pais ao meu ver estão muito confusos. Dão prioridade as crianças em alguns aspectos e esquecem outros - como a educação, esquecem de incutir nas crianças valores como respeito, ética, caráter. mas nao vou me estender nao porque isso já está virando um post em vez de comentário.

Ahhh, visitei o blog da sua amiga que me recomendou. Obrigada

Bjos

Lúcia Soares disse...

Fascinante, Beth. A vida muda, mas as pessoas...
Beijo!

Glorinha L de Lion disse...

Que legal essa revista BetitA, BEM DO JEITO QUE GOSTO...CHEIA DE INFORMAÇÕES HISTÓRICAS. e ESSA TELA! qUE BELEZA! ops saiu maiúscula...dedinho teima em escorregar pra lá na mardita...adorei esse post. beijos.

Lucia disse...

Oi Web-mae!

E deixa eu adicionar: hoje em dia, as criancas voltam a nao ter muita infancia, pois querem crescer logo e os pais contribuem.

Um exemplo: Aqui eu vejo muitos concursos de beleza onde voce ve meninas mais novas que 7 anos de idade concorrendo, completamente maquiadas da cabeca aos pes, cabelo e unhas feitas, bronzeadas artificialmente, dente postico... juro que me da ate nojo! Eu nunca faria isso com uma filha minha (nao sei se voce ja chegou a ver esses shows).

Sem falar nas musicas, a cultura, os artistas e tudo mais que influenciam as criancas, elas ja querem crescer com uns 10 ou 11 anos de idade e muitas ja estao experienciando sexo novas assim.

Eu sou grata de poder ter tido uma infancia, de ter maravilhosas lembrancas daquela epoca. Sinceramente eu nao teria cabeca nem paciencia pra criar filhos nos dias de hoje.

bjos

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Beth, tudo bem?

Eu estou lendo o livro Os Pilares da Terra de Ken Follett, e imagina que eu andei pensando sobre isso lendo o livro?

As dificuldades eram monstruosas eu sou feliz que nasci neste século.

Um bjao

Unknown disse...

"O mundo será julgado pelas crianças. O espírito da infância julgará o mundo ."

Beijo.

lolipop disse...

Oi Beth!
´Muito boa ideia a sua partilhar uma resenha histórica sobre uma coisa que hoje é ponto assente e reconhecido, mas nem sempre foi assim.
Sempre achei tudo o que está ligado a História um conhecimento importante. Acho que, como disse alguém, só aos ombros dos que nos precederam, podemos ver mais longe,
Carinhos
Bom fim de semana!
PS Gostou do blogue que eu indiquei?

Caca disse...

Excelente o texto, Beth! Se você se interessar mais pelo tema eu posso lhe indicar o espetacular livro A HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA, de Philippe Ariès. É um panorama completo (de leitura muito agradável) da evolução da infância desde a idade média até os dias de hoje. Abração. paz e bem.

Celia disse...

Muito interessante a reportagem. Amei a foto. A infancia é uma fase linda, pena que ela está se tornando menor pra muitas criancas que cedo já comecam a entrar no mundo dos adultos, com a aprovacao dos pais.
Bom fim de semana. Bj

Anônimo disse...

Oi Beth! Estive sumida também por aqui! Minha "rotina" de ver blogs, comentar e escrever no meu, que eu bem tinha na Suécia, no Brasil virou desorganizacão. rsrs
Lembrei, com a última parte desse post, que na Suécia é proibido fazer comerciais voltados para o público infantil, por ser considerado desleal fazer propagandas para alguém ainda em formacão. Sendo assim, não faco idéia do que eles comem, bebem, brincam... engracado, né? Acho justo acima de tudo.
Beijos e ótimo feriado prolongado!

lynce disse...

É estranho...em tempos já tive um blog no blogspot, coloquei a imagem numa pasta no ambiente de trabalho e quando a passei para o blogue funcionou na perfeição.

Luma Rosa disse...

Que horror! Perplexa! Não sabia de nada disso e sempre achei que as crianças eram consideradas 'anjos' sempre! Diante de tanta loucura, a tela que inicia o post é belíssima!!
Vou procurar por essa revista, parece bastante interessante! Bom fim de semana! Beijus,

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Beth,
Foi uma mudança lenta, mas impressionante.
De ser quase invisível, e da condição de adulto em miniatura, a criança realmente passou a ter o principal papel dentro da família.
E, muitas vezes, com exagero, quando se transforma em "ditadora".
bjs

pensandoemfamilia disse...

Que beleza de tela.
Há todo um processo histórico muito interessante a respeito de situações que consideramos natural, mas que na realidade foi construido historicamente.
bjs

Anônimo disse...

Li um livro sobre isso na Psicologia. Era um cara pHILIPE, PIerre, nao me lembro o autor, embora conecido, que vai falando das diferentes formas de criar, e de como a infancia era vista em difernetes seculos e tb em diferentes comunidades? burguesa, aristocratica, camponesa e operaria. Se nao me engano era isso. Ele ia analisando os quadros. Exatamente asim como voce esta mostrando, os adultos em miniatura ao inves de um bebe. E era bem isso, senta garotp! Fica em pé! Anda, tou mandando! E da-lhe os bebezinhos morriam aos montes, ja pensou? Pelos quadros se ve o desenvolvimento disso tudo. Otimo post. Bjos

Wilma disse...

Que lindo esta tela!!! A Infância como concebemos hj é muito recente, já li texto similar e é um espanto. Voltarei pra ler minuciosamente. Bom feriado por aí!!!

Eduardo disse...

Beth, que bom voce compartilhar conosco essas informacoes; sempre eh bom aprender historia e com isso valorizar mais as benesses do nosso seculo.
Um abraco
shrek