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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tá bom! Livre, mas e aí?

(Família Junius Villeneuve - 1839)


Fotografei este bonito e caro quadro num Antiquário noutro dia lá em Petrópolis.  A pintura retrata uma família de nobres franceses enquanto viveram no Brasil.  Parece-me que o patriarca era um importante redator do Jornal O Commércio do Rio de Janeiro, conforme minha pesquisa abaixo:

"- Foi sob os Villeneuve, o primeiro, Junius, e o segundo Jules, que o Jornal do Commercio atingiu o grande, o colossal prestígio que contrastava com o de qualquer outro poder no Império. Tato, finura, circunspecção, independência moral e material, sendo do momento histórico, os Villeneuve possuíam todas as qualidades para dar ao Jornal do Commercio o papel extraordinário que ele teve na formação política e constitucional da nacionalidade."
Em 1834 Junius Villeneuve integrou o grupo de homens de negócio que estabeleceria a Associação dos Assinantes da Praça do Comércio, mais tarde a Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Em 1840 Junius Villeneuve naturalizou-se brasileiro e em 1844 retirou-se para a França, deixando o Jornal do Commercio aos cuidados de Francisco Antônio Picot (1811/1902)."



Eu fiquei impressionada com a pintura e parei um tempinho olhando os pormenores, até que dei de cara com um pequeno, mas enoooorme detalhe, este abaixo e fiquei p. da vida pensando sobre isto:


Guardei estas fotos para refletir junto com vocês, neste dia tão importante em que comemoramos a libertação, não só dos negros  em nosso país, como também nossa libertação moral e espiritual ao entendermos que todos nascemos iguais e temos os mesmos direitos sobre a terra.

A Abolição aconteceu há 122 anos, mas ainda hoje sentimos em toda nossa sociedade os reflexos que atingiram os negros e, consequentemente para se entender o Brasil atual temos que repensar sobre o que esta escravidão 
influenciou e forneceu em dados fundamentais para a compreensão dos problemas sociais, econômicos, demográficos e culturais de nosso povo.


"A Lei Áurea, que decretou o fim da escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888, foi um documento que representou a libertação formal do escravo, mas não garantiu a sua incorporação como cidadão pleno à sociedade brasileira."




22 comentários:

Carolina Pombo disse...

Beth, postagens como esta são muito importantes! Parabéns pela inciativa e perspicácia!

Unknown disse...

Juro que olhando rapidamente não tinha reparado no enorme detalhe deste quadro. Tb fiquei p# da vida!!

beijos

Glorinha L de Lion disse...

Maravilhoso post Beth! Bem a calhar com o que conversamos ontem...e me inspirou sabia? Vou escrever sobre aquele assunto hoje...prepare-se que vem chumbo grosso nimim...hehe...
beijos.

Teredecorando disse...

Só por esse "PEQUENO" detalhe, nem precisa de comentários. Lamentável.
Viva a LIBERDADE!!!!!
Fique bem
Bjs mil

Lucia disse...

O pior dessa escravidao eh que essas criancas nao tiveram infancia, independente da cor da pele, pois ha seculos atras tb houve a escravidao de milhoes de brancos em partes da Africa do Norte (meu pai saberia explicar essa historia melhor, pois nao me lembro bem). bjos

Françoise disse...

Caramba!!! Lamentável e triste. Sem comentários.
Bjos

Anônimo disse...

É o retrato da nossa história antiga e contemporânea(infelizmente).Lá bem escondidinha, a criança negra e o uso da sua força de trabalho. Olhando pra esse retrato o que só mudou foi a roupa.É só a gente andar por aí, e ver um engraxate lustrando o sapato de marca de um senhor, crianças limpando vidros de carros de luxo...

Manuela Freitas disse...

Olá Beth,
Depois da escravidão, muita escravidão subsistiu até aos tempos de hoje. Infelizmente a mentalidade do homem ainda é explorar o seu semelhante que se encontre em condições mais frágeis, até mesmo independentemente da cor!
Bjs,
Manú

Luciana disse...

Beth, e eu não tinha percebido o detalhe, e se você não mostra na segunda foto ia passar batido pra mim.
Essa escravidão 'acabou' no Brasil em 1888 para dar lugar a outras, infelizmente.

Beijo

Bordados e Retalhos disse...

Beth só a sensibilidade nos permite notar certas coisas ou detalhes. Esse é muito triste, pois além de escrava, era uma criança. Fico pensando quantas crianças hoje estão trabalhando e não estudando. Quantas crianças trabalham em casa de família ou fazem outro tipo de trabalho que põe em risco a sua vida: vendem picoles, engraxam sapatos, vendem doces nos ônibus.Todos expostos a uma série de coisas e fadados a um futuro terrível. As vezes me pergunto, abolimos a escravidão? Bj amiga e obrigada pelo seu comentário carinhoso no meu blog

Lu Souza Brito disse...

Beth, faço minhas as palvaras da Carolina Pombo.
Te digo, tem muita gente que ainda age como senhor de escravos e muitos "libertos" que se deixaram vitimizar de tal forma pela vida que teve seus antepassados, que ainda hoje carrega os grilhões.

Um beijo!

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Beth,
Lindo post.
E a experiência, em casos como esses, parece não valer muito, pois a escravidão continua de muitas formas: dos fortes sobre os fracos, dos poderosos sobre os desvalidos.
Beijos.

Isabel disse...

Beth, sabe que me custa um pouco falar deste assunto porque sinto a culpa do colonizador. É claro que não fui eu que levei escravos para o Brasil, mas o meu povo teve um papel importante nessa coisa horrível que foi a esravatura. Não foi Portugal que inventou a escravatura, ela existe no mundo desde tempos imemoriais, e Portugal não esteve sozinho nesse crime, contando com um parceiro tão importante como a Inglaterra.
De qualquer forma é difícil para mim falar sobre isso, mas acho que hoje, cabe a todos os brasileiros trabalhar para que todos os cidadãos sejam tratados da mesma forma, com igualdade e respeito.
Bjs de Lisboa

Fátima disse...

Adorei Beth,
detalhes como esse tomam conta da tela, neutralizando qualquer outra expressão da pintura, o que é lamentável.
A escravidão está instalada na raça humana, só que de forma sutil...

Beijinho.

Eduardo disse...

Gente, nao se impressionem com o quadro; ele esta certo, afinal ali aparece um bichinho da epoca que ate fica bonitinho perto dos humanos... Nao julguem outras epocas com os criterios de hoje.
Aqui vai mais gasolina para a fogueira:

A questao da escravidao dos negros continua surpreendendo devido a quantidade de deisnformacao, e decisoes completamente erradas como consequencia. Vou mencionar algumas muito por alto:
1) todos os escravos, proprietarios e traficantes ja estao mortos ha muito tempo. Nao existe nenhum responsavel vivo a quem as pessoas possam canalizar sua raiva ou exigir punicoes. Hoje todos sao iguais e tem os mesmos direitos.
2) A humanidade tem uma historia de escravidao de mais de mil anos, sendo que quase a totalidade constituida de escravos brancos. A escravidao de negros teve sua origem pelos negros que guerreavam entre si e vendiam os prisioneiros para os brancos. Alem disso durou muito pouco.
3) analisando nao com a mentalidade de hoje, mas com a da epoca, um escravo era uma propriedade que custava caro, portanto tratar mal significava risco de perder a mercadoria e ter prejuizo. Existe muito folclore em relacao a crueldades praticadas; de qualquer maneira no Brasil foi muito mais amena que em outras partes da America
4) Discriminacao sempre tem alguma razao por detras, sendo a mais forte e razoavel o desnivel social e de comportamento, e a mais ridicula aquela transmitida por tradicao sem uma razao plausivel. Hoje nao tem sentido discriminar pela cor, mas quanto ao social isso sempre existira. Esta solidamente comprovado que a raca humana descende de ancestrais que tiveram sua origem na Africa e eram ou de cor preta ou no maximo marrom escuro. Todos tem exatamente o mesmo DNA. As diferencas nos genes vieram depois por mutacoes.
5) a ideia de quotas surgiu nos USA porque naquela epoca os negros nao podiam frequentar a maioria das escolas por causa da cor independente de seus meritos. Hoje nao tem mais sentido. Criar essa ideia no Brasil onde qualquer um pode frequentar qualquer escola, dependendo apenas de seu preparo, eh no minimo uma grande estupidez, falta de visao e total ignorancia, exceto o nojento interesse eleitoreiro; sem falar que vai criar discriminacao racial:
5a) Se o meu filho cor de abobora com listas pretas, todo preparado, vai perder uma vaga para um verde que nao tem qualquer preparo, alem de ser verde, eu, meu filho e meus amigos cor de abobora vamos passar a discriminar todos os verdes.
5b) Um jovem verde que entra numa escola por ser verde mesmo nao tendo preparo minimo par cursa-la, ou nao consegue se formar ou sai um profissional mediocre que precisa ser evitado. Vamos passar a discriminar todos os profissionais verdes, azuis e roxos que estejam incluidos no sistema de quotas.
6) A solucao eh mais escolas pagas pelo governo que possam acomodar as necessidades de todos os brasileiros, porem com qualidade que precisa vir desde o primario. Para isso o governo precisa deixar de roubar apenas um pouquinho; nao eh pedir muito.

Um abraco
Shrek

Tati disse...

Beth, fiquei muito tempo olhando a imagem... como pode passar despercebida na imagem maior? Como só olhando o recorte somos capazes de perceber o olhar desta menina? Um olhar quase sem alma, como faziam-na acreditar que era.
Mas então parei para pensar no retratista. Era, provavelmente, alguém com alguma sensibilidade (talvez um abolicionista discreto), por que ele retrata a dor da pequena escrava, por que outros retratos devem ter sido feitos de cena semelhante excluindo "imagens indesejáveis", lembremos que não eram fotos mas sim pinturas! Ele poderia imprimir a elas o que desejasse.
Pensei mais. Pensei que aquela família pode ter se ressentido contra o pintor por ter deixado passar e retratado "aquela negrinha", estragando a foto de família... Nossa! Vou parar por aqui, por que deu nó no pensamento... Quanta coisa absurda continuamos repetindo vida a fora...
Beijos.

Astrid Annabelle disse...

Grande post Beth!!!
Sem comentários...
Beijo
Astrid Annabelle

ML disse...

É, de fato, o problema permanece: somos um país "patriarcal".
Qualquer trocado é bem vindo e desse jeito a tal da cidadania não acontece nem aparece.
Basta dar uma "olhadinha" nos afroamericanos pra sacar a diferença de postura, né?
Este seu blog faz pensar... Inteligente que nem ele... que nem "ela", a Miss Gaia.

Disse e repito: escreve um livro, babe!

bjnhs

Lionel-Marie disse...

The Villeneuve are some of my ancestors. I am most interested to see this painting. Où est-elle ? Toutes informations sur les Villeneuve me passionnent !
Merci beaucoup de me répondre en français or in English. I am sorry I cannot undrestand Portuguese.
Best regards.

Beth/Lilás disse...

Lionel-Marie,

Ce beau tableau est un magasin d'antiquités de la ville Itaipava à Petropolis, RJ.
Le téléphone et l'adresse e-mail ci-dessous est la suivante:

14 999 Routes de l'Union de l'industrie. Tel: (24) 2222.0374 / 2222.0113
garagesalles@uol.com.br

Salutations

Beth Q.

Lionel-Marie disse...

Merci beaucoup de votre réponse rapide et efficace. J'ai immédiatement envoyé un message à l'antiquaire. Wait and see !
Je ne comprends pas, quelle est la raison pour laquelle cette toile apparait sur votre blog ?
Quel est l'objet ou la spécialité de votre blog ?
Bien cordialement,

Beth/Lilás disse...

Lionel-Marie,


Cher lecteur,
Cette peinture a été en vente à la boutique d'antiquités et j'ai été intéressé par la beauté comme l'avait fait alors, mais elle servi de moi pour illustrer mon blog est une autre affaire et que vous allez apprendre à traduire mon texte en portugais.
Pour ce faire, il vous suffit d'entrer dans ce site ci-dessous et faire la traduction du texte à partir du portugais dans la langue que vous voulez, dans ce cas, le français.

Le site est la suivante: http://tradukka.com/

Mon blog est sur les questions générales et est prêt à me suivre, il suffit de toujours utiliser ce site pour que les traductions.

un câlin de Rio