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sexta-feira, 24 de julho de 2009

De bem com os talheres


O outro tema que achei também interessante mostrar e debater por aqui, diz respeito à etiqueta, principalmente à mesa, lembrando que muita gente se gradua como universitário, mas passa longe das finas maneiras quando está diante de uma boa mesa e seus talheres. Falo isso porque percebo nos restaurantes do centro do Rio, onde muitos jovens recém-formados, muitas vezes jovens demais e ainda não acostumados aos novos sabores da moderna culinária e repetem o que faziam quando saiam com seus pais no almoço de final de semana, colocando no prato sempre carne, batata frita, arroz e feijão, quando muito um legume, mas sempre carne, sempre as indefectíveis batatinhas fritas e até aqueles nuggets com carinhas infantis. Não percebem os deliciosos peixes, salmão, badejo, linguado ou as variações dos legumes em forma de suflês deliciosos, misturas fantásticas do famoso Catupiry ou das mesas de sushis e pratos orientais que tem em quase todos os bons restaurantes a quilo da cidade. E o pior nem é isso, o pior mesmo acontece quando agarram-se aos talheres de maneira paleolítica, lembrando um homem das cavernas durante suas refeições primitivas.
As moças, geralmente, comportam-se melhores, sabem até manejar muito bem os palitinhos quando encaram os pratos orientais, mas os rapazes, definitivamente, não sabem usar nem mesmo nossos talheres ocidentais usuais. Já vi muito bonitão juntando a comida como pá de obra e conversando de boca cheia ou mexendo os talheres em riste.

Bem, falo isso porque é gostoso curtir essa elegância, obviamente sem ficar escravo dessa liturgia de etiqueta, parecendo às vezes um robô comendo e não um ser humano. Então leiam abaixo o segundo artigo que reservei para hoje.


De bem com os talheres

No mês passado falamos sobre como o seu comportamento à mesa pode ajudá-lo a fazer bonito em nome da empresa e de sua carreira. Um detalhe importante desse momento é lidar bem com os garfos, facas e afins. Parece básico, mas muita gente bem-educada que eu encontro no caminho não conhece a fundo essas regrinhas que tornam o tempo que passamos à mesa mais agradável. Se você convive com alguns povos europeus no seu trabalho, então, o assunto fica mais importante. Se você quiser manuseá-los como ainda hoje fazem os europeus, aliás, o jeito certo é usar a faca na mão direita para cortar os alimentos e o garfo em sua mão esquerda para levar o alimento à boca. A variação aceitável é usar a faca na mão direita, pousá-la na borda do prato e transferir o garfo para a mão direita para levar o alimento à boca. Por que não cortar com a faca na mão esquerda? Primeiro, porque você não é canhoto e, segundo, porque tenho certeza que você deve manusear com a sua mão direita todos aqueles objetos que, efetivamente, requerem destreza, cuidado e habilidade. Corte só aquele pedaço do alimento que você for levar à boca. A faca pode servir de auxílio para que o alimento se acomode no garfo. Não a use como uma pá carregadeira.

Se você estiver em uma mesa muito formal, com vários talheres dispostos, vá usando primeiro aqueles mais distantes de seu prato. E, na hora de pegar sua colher de sopa, saiba que ela deve ser usada de lado. Não a encha demais e derrame o líquido em sua boca.

Na hora da sobremesa, com garfo e faca se comem as frutas que nos são servidas com a casca. As demais sobremesas devem ser comidas com garfo e colher. Exemplo: um pedaço de torta deve ser cortado com a colher e levado à boca em seu garfo de sobremesa.

Não é complicado, não é difícil, basta treino. Assim, além de comer mais devagar, não importa onde você esteja no lado ocidental deste planeta, os olhares que você receberá será de aprovação sempre. E, por fim, jamais manuseie os talheres enquanto você conversa: só o maestro fica com a batuta na mão.


Célia Leitão
(Autora de Boas Maneiras de A a Z e
consultora de etiqueta empresarial)



20 comentários:

Lúcia Soares disse...

É mesmo uma questão de educação,não tem nada a ver com etiqueta somente. A etiqueta nos ensina as "artes" de uma prática, mas verdadeiramente sentar-se à mesa e comer faz parte da educação "de berço".
Pela etiqueta aprendo que não devo colocar os cotovelos sobre a mesa, por exemplo. Mas pela educação "de berço", devo saber desde os 2 aninhos (ou menos!) que não posso falar com a boca cheia de um alimento, não é mesmo?
A maioria das pessoas é mal educada simplesmente, e não sem etiqueta. Ficou um pouco confuso, mas acho que dá pra entender, né?
Adorei essa parte também. Bj

Wilma disse...

Ihhh nunca saboreei uma torta com garfo e faca ou um ou outro, será que entendi bem?? Sempre gera um stress se imaginar uma fila de talheres dos dois lados, inclusive de peixes, vou perder o apetite ou pedir o manual, rsrsrs neste caso sou mais o estilo americano, com menos regras eu penso.

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Beth,
Já passou o tempo em que se podia dizer que etiqueta era tric tric, bobagem etc.
Etiqueta é educação, é bom senso.
O pior é que muitas vezes os próprios restaurantes não entendem de talheres. Excetuando-se os 5 estrelíssimas, é difícil você encontrar um restaurante que coloque colher e garfo para as sobremesas doces. E daí, vem aquela dificuldade. Como comer um pudim, principalmente com calda, sem a colher e o garfo? Como conseguir comer até o último pedaço, se não tiver o apoio do garfo? Cadê o bom senso?
Beijo.

LU Souza disse...

Beth...

Não preciso nem dizer que adorei também este texto, preciso?!

E ele está corretíssimo: os homens, principalmente os mais jovens, em sua maioria sao "trogloditas" à mesa. Apesar de nem sempre fazer uso de toda a etiqueta, eu a conheço bem. Minha família é de origem bem humilde e não teve oportunidade de aprender estas regrinhas, mas eu tive a sorte de conviver com uma velha senhora desde criança e ela fazia questão, não so de me ensinar, como pedir para que ensinasse aos meus irmãos e toda minha família.
A família do meu marido costuma me rotular de "fresquinha" por ter um comportamento diferente deles. Mas há coisas que realmente não abro mão e saber se portar a mesa é uma delas.
Quanto as comidas orientais, realmente eu dispenso e confesso nao ter habilidade com os pauzinhos. Só mesmo se for um yakssoba ou frango xadrez, srsrsr.

Beijos
Lu

Luciana disse...

Beth, eu também considero as regrinhas de etiqueta muito importantes, mas claro, levando em consideracão a modernidade, o que acho um horror é o que você disse, já a questão do com que mão comer, eu já discordo da professora de etiqueta que escreveu o artigo.
Primeiro que ela não levou em consideracão os canhotos e inclusive as habilidades que algumas pessoas tem de usar a mão esquerda e não a direita pra certas coisas, então usar a esquerda não é falta de educacão ou etiqueta, é apenas a mão usada com habilidade.
Outra coisa que aprendi nas minhas pesquisas é que cortar, repousar a faca e trocar de mão não fica bem, e concordo, até porque etiqueta é algo pra facilitar a vida das pessoas e deixar as coisas mais elegantes, e isso de ficar trocando o garfo de mão complica, destrai quem tá comendo na nossa frente, e ainda corremos o risco de deixar a faca voar no passa passa do garfo.
Outra coisa que achei estranha no artigo, e vi que nos comentários também, é a colher e garfo pra comer sobremesa, nunca foi me servido sobremesa com garfo e colher disponíveis, então nem preciso nesse caso pensar no que usar, já que a opcão vai ser garfo ou colher para sobremesa. Mas sabe que fiquei curiosa sobre isso.
Outra coisa que ela esqueceu foi a moda européia de comer, que é levando o garfo invertido à boca, que não é costume nosso, e eu sou da América e não vou imitar europeu, e nem por isso é falta de elegância ou etiqueta.

Sabe Beth, tenho certeza que você manja de etiqueta, devia fazer um post sobre o assunto, que acha?

Beijo

Anônimo disse...

ah tem muito cara que é doutor e passa vergonha à mesa, isso é fato. querida... o q é o seu Q na assinatura? acho um charme Beth Q. um beijo!

Luciana disse...

Ah, naquelas mesas mais formais vem mesmo o garfo e a colher, mas nunca vi ninguém comendo com os dois, vou pesquisar.
Já na Itália minha irmã disse que o usual é trocar o garfo de mão e repousar a faca. Aqui não vejo o povo trocando não, vou prestar atencão.
Voltei só pra complementar.
beijo

Beth/Lilás disse...

Luciana,
Que nada,menina! Não manjo quase nada de etiqueta, o que faço é puramente o que aprendi de berço, ou seja, não botar os cotovelos à mesa, não falar de boca cheia, não usar os talheres como se usa utensílios de obra e, principalmente não comer tentando imitar quem a gente acha que é chic ou finesse. Tento ser eu mesma, sempre lembrando do que já aprendi em casa com meus pais, do que já li e como eu me ajeito nas situações. É o caso que você citou dos canhotos e que eu concordo, já que meu filho, por exemplo, o é. Para ele, tais etiquetas seguidas tão à risca tornam-se sofríveis e antes de mais nada a pessoa tem que sentir o prazer em comer e estar à mesa e não ficar se torturando como um robô treinado. Também concordo que a moça que fez o artigo esqueceu-se dos canhotos.
Tanto é que disse isso no meu último parágrafo antes de mostrar o texto, nada de parecer um robozinho treinado, tem que se ter elegância e naturalidade, mesmo sobrepondo-se às vezes à tal 'etiqueta'.

Quanto ao garfo e colher já me foi oferecido várias vezes em restaurantes na sobremesa e para mim é fato conhecido.

beijocas

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Unknown disse...

kkkkkkkkkk... batuta na mão foi ótimo!
Na verdade eu como do jeito que me sinto bem, obviamente tem coisas que a gente já conhece do tipo: não falar com a boca cheia! Além de falta de educação é antigiênico.. rsrs.. Ver a comida desfilando pra lá e pra cá na boca da pessoa e não entender nada do que ela diz.. arght! rs
No mais, eu não me prendo muito a esses detalhes não. Porém, realmente há situações intoleráveis.
beijocas

Lucia disse...

Seu post me fez rir, pois se vc ja acha que os jovens ai nao sabem segurar talheres direito vc tinha que ver o povao aqui!!

Ate escrevi um post a respeito ano passado, pois eh tudo com a mao mesmo. Usam o garfo ate mesmo como faca (o seguram assim de lado), e o pior de tudo eh usar o garfo e a MAO pra empurrar a comida pra cima dele.

Ainda bem que Al nao faz isso, pois acho um horror sem fim (minha avo paterna entao, cheia de maneiras ja iria ter caido dura), mas sua familia faz isso direto! E vc precisava ver o mico (pelo menos pra mim) qdo levamos seu amigo (aquele ex-amigo do qual mencionei antes) numa churrascaria brasileira. Ate certas carnes ele cortava com o garfo e empurrava tudo com a mao pra cima dele!!!! Aff! Vc por acaso reparou nisso qdo esteve aqui?

Bjos

Luciana disse...

Beth, mas você já manja muito, eu acho que o negócio é conhecer as regrinhas, adaptá-las como melhor for pra cada um, e ser elegante sem ser robô.
Eu não sou canhota, mas uso a faca na mão esquerda pra cortar, porque não consigo cortar nada com a direita, então nem preciso do tal troca troca.
Menina, acho um horror quem vem morar aqui e tem que imitar europeu na hora da alimentacão, comendo com esse garfo invertido.

beijo

Bia disse...

Eu acho que dá pra ter educação a mesa mesmo sem saber um monte de coisa listada nesse artigo!

Eu não acho que a maioria das pessoas sejam simplesmente mal educadas pq querem, uma minoria sim pq não se importa com nada nem ninguém.

Uma coisa engraçado que o artigo falou foi que se deve usar a faca pra cortar com a mão direito e usar o garfo na mãe esquerda pra levar o alimento a boca... eu não sou canhota, mas sempre uso o inverso do que o artigo falou. Todo mundo quando percebe pergunta se eu sou canhota. Eu até já tentei mudar, mas não consigo, me sinto toda torta quando faço isso com a mão direita.

Bom final de semana!

bjs

Beth/Lilás disse...

Bia,
Então, é justamente isso que estamos falando, não se pode ir contra os ajeitamentos que cada um se dá, se sente melhor, pois aí sim é que corre o risco de ficar feio à mesa, parecendo alguém que está fazendo pirotecnia para comer. Tem que ser natural, sem ser deselegante.

Lucinha,
Esse jeito dos americanos comerem é facilmente detectados quando estamos aí, parecem ficar táo a vontade nos restaurantes como se estivessem na cozinha de suas casas.
Quando meu filho fez intercâmbio por 1 ano em Indiana, no início me ligava espantado com a melecação que a galera fazia para comer frango com macarrão por exemplo.
Metiam a mão na comida e ficavam bem lambuzados e depois, para completar, depois de beberem aqueles enormes copos de refrigerante ainda arrotavam alto.
Ele se sentia constrangido, até que um dia aderiu. Quando chegou aqui e tentou repetir, dei logo um chega prá lá nele, pois não admito mesmo esse tipo de grossura na mesa.
Acho que isso deve ter alguma coisa a ver com o tal pensamento "Este é um país livre!", será?

beijos e bom sábado para todas

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aminhapele disse...

Tal como diz,minha amiga,é preciso com uma elegância natural.
Há muito,existem talheres para canhotos(está comprovado,cientificamente,que a maioria da população mundial,é canhota).
Claro que não me passa pela cabeça falar com a boca cheia.
Mas,quer em casa quer no restaurante,ninguém me tira o prazer de comer marisco à mão e(só em casa) o peixe grelhado nas brasas,com um pedaço de broa a servir de prato,também à mão.
Os jovens,desde muito novos,habituam-se a usar as mãos para comer:macdonald's,pacote de batatas fritas,coca-cola e gelado...
Para que precisam de talheres?!

ML disse...

Post para imprimir e levar a "cola" pro restaurante.
Mas será que tem jeito de saborear de verdade um "menu" especial como o do lindo cachorrinho?
Que coisinha mais fofa!!!!!

bjnhs

Lucia disse...

Nao sei, nao, acho esse comportamento mt falta de educacao. Nunca aderi, nem vou, pois nao como assim 'a vontade' nem qdo estou sozinha em casa. E ainda bem que Al nunca fez isso, pois senao nem sei! Rs

E arrotar alto assim entao!! Nao da! Pode me chamar de antiquada, mas acho o fim do mundo e faco cara feia mesmo qdo vejo e nao engracado como certos americanos acham.

Bjos

ALaCartePS disse...

Aqui é a mesma coisa, Beth! E com a mania da pressa e tudo descartável ainda fica pior!

Além de não saberem apreciar nada que não sejao tradicional...

Uma pena...

bjs

Isabella disse...

Oi Beth, o último comentário saiu com a minha conta no Google...

Parece que as pessoas não está nem aí pra isso de ter educação/saber de etiqueta...


bjs

Mariana Chatelain disse...

Sabe, Beth o que eu acho mais difícil? É que tem que aplicar as regras em questao sem parecer que se está seguindo regras. Haja treino!

Unknown disse...

Outro dia,em uma roda de amigos,discutíamos sobre pedir ou não o saleiro `num almoço caseiro.

A maioria disse que era feio,pois a anfitriã poderia achar que errou na mão.
Sei lá.Acho que o equilibrio e bom senso nessas horas podem ajudar.