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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Tempos difíceis para uma geração ávida por vencer.



Em junho de 2013, escrevi um post falando sobre as gerações passadas e seus comportamentos em sociedade.
São elas:

VETERANOSBOOMERSGERAÇÃO XGERAÇÃO Y
Nascidos entre
1922 e 1945
Nascidos entre
1945 e 1965
Nascidos entre
1965 e 1977
Nascidos entre
1977 e 2000
Cresceram entre duas guerras mundiais e foram educados para a disciplina rígida e o respeito às hierarquias. O amor à pátria é um valor absoluto.Otimistas em relação a mudança do mundo político, viveram uma fase de engajamento contra ditaduras e poderes tiranos.Céticos e politicamente apáticos, refletem as frustrações da geração anterior e assumem a posição de expectadores da cena política.Otimistas
em relação ao futuro e comprometidos em mudar o mundo na esfera ecológica. Têm senso de justiça social e se engajam em voluntariados.
No trabalho, valorizam o comprometimento e a lealdade.Workaholics, valorizam o status e o crescimento profissional. São políticos, formam alianças para atingirem seus objetivos.Gostam da informalidade no trabalho e buscam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.São extremamente informais, agitados, ansiosos e impacientes e imediatistas. Acompanham a velocidade da internet.
Como consumidores, evitam parcelamento e privilegiam as compras à vista. Investem de forma conservadora, sem riscos.São responsáveis pelo estilo de vida que se tem hoje, de conquistas materiais, como casa, carro e acesso ao entretenimento.Sentem-se a vontade
com a tecnologia e já têm gosto pelo consumo de equipamentos eletrônicos.
Tecnologia e diversidade são coisas naturais na vida. Usam todos os recursos do celular e precisam estar conectados.
Como funcionários, sabem aguardar a hora certa para receberem a recompensa pelo trabalho.Funcionários fiéis às organizações em que trabalham, fazem vínculo com a empresa.Não se fidelizam às organizações, priorizam os interesses pessoais e não vêem com bons olhos um currículo de 20 anos numa mesma empresa.A falta de cerimônia com os pais leva à indiferença sobre autoridade. Admiram a competência real e não a hierarquia.
Acreditam na lógica e não na magia. Têm religião, mas sem superstição.Necessitam de justificativas profundas e estruturadas para tomar  decisões.Trabalham com entusiasmo quando possuem foco definido e têm necessidade defeedback.Vivem com sobrecarga de informações, dificultando a correlação de conteúdos.
(deste site aqui)
O texto abaixo é da escritora Ruth Manus e fala sobre uma geração que descobriu-se triste e escrava da própria carreira. Você consegue distinguir qual é esta geração, com base no quadro acima?



E a juventude vai escoando entre os dedos.

Era uma vez uma geração que se achava muito livre.
Tinha pena dos avós, que casaram cedo e nunca viajaram para a Europa.
Tinha pena dos pais, que tiveram que camelar em empreguinhos ingratos e suar muitas camisas para pagar o aluguel, a escola e as viagens em família para pousadas no interior.
Tinha pena de todos os que não falavam inglês fluentemente.
Era uma vez uma geração que crescia quase bilíngue. Depois vinham noções de francês, italiano, espanhol, alemão, mandarim.
Frequentou as melhores escolas.
Entrou nas melhores faculdades.
Passou no processo seletivo dos melhores estágios.
Foram efetivados. Ficaram orgulhosos, com razão.
E veio pós, especialização, mestrado, MBA. Os diplomas foram subindo pelas paredes.
Era uma vez uma geração que aos 20 ganhava o que não precisava. Aos 25 ganhava o que os pais ganharam aos 45. Aos 30 ganhava o que os pais ganharam na vida toda. Aos 35 ganhava o que os pais nunca sonharam ganhar.
Ninguém podia os deter. A experiência crescia diariamente, a carreira era meteórica, a conta bancária estava cada dia mais bonita.
O problema era que o auge estava cada vez mais longe. A meta estava cada vez mais distante. Algo como o burro que persegue a cenoura ou o cão que corre atrás do próprio rabo.
O problema era uma nebulosa na qual já não se podia distinguir o que era meta, o que era sonho, o que era gana, o que era ambição, o que era ganância, o que necessário e o que era vício.
O dinheiro que estava na conta dava para muitas viagens. Dava para visitar aquele amigo querido que estava em Barcelona. Dava para realizar o sonho de conhecer a Tailândia. Dava para voar bem alto.
Mas, sabe como é, né? Prioridades. Acabavam sempre ficando ao invés de sempre ir.
Essa geração tentava se convencer de que podia comprar saúde em caixinhas. Chegava a acreditar que uma hora de corrida podia mesmo compensar todo o dano que fazia diariamente ao próprio corpo.
Aos 20: ibuprofeno. Aos 25: omeprazol. Aos 30: rivotril. Aos 35: stent.
Uma estranha geração que tomava café para ficar acordada e comprimidos para dormir.
Oscilavam entre o sim e o não. Você dá conta? Sim. Cumpre o prazo? Sim. Chega mais cedo? Sim. Sai mais tarde? Sim. Quer se destacar na equipe? Sim.
Mas para a vida, costumava ser não:
Aos 20 eles não conseguiram estudar para as provas da faculdade porque o estágio demandava muito.
Aos 25 eles não foram morar fora porque havia uma perspectiva muito boa de promoção na empresa.
Aos 30 eles não foram no aniversário de um velho amigo porque ficaram até as 2 da manhã no escritório.
Aos 35 eles não viram o filho andar pela primeira vez. Quando chegavam, ele já tinha dormido, quando saíam ele não tinha acordado.
Às vezes, choravam no carro e, descuidadamente começavam a se perguntar se a vida dos pais e dos avós tinha sido mesmo tão ruim como parecia.
Por um instante, chegavam a pensar que talvez uma casinha pequena, um carro popular dividido entre o casal e férias em um hotel fazenda pudessem fazer algum sentido.
Mas não dava mais tempo. Já eram escravos do câmbio automático, do vinho francês, dos resorts, das imagens, das expectativas da empresa, dos olhares curiosos dos “amigos”.
Era uma vez uma geração que se achava muito livre. Afinal tinha conhecimento, tinha poder, tinha os melhores cargos, tinha dinheiro.
Só não tinha controle do próprio tempo.
Só não via que os dias estavam passando.
Só não percebia que a juventude estava escoando entre os dedos e que os bônus do final do ano não comprariam os anos de volta.


11 comentários:

Célia disse...

Um relato fiel da razão de existirmos e, em muitas vezes, não nos damos conta de "nós"... De repente, já é tarde demais...
Abraço.

Toninho disse...

Uma bela e perfeita postagem para com uma bela analise de gerações, que me faz jogar a X nesta belo texto.]
Grato pela partilha Beth.
Um bom feriadão para você.
Carinhoso abraço mineiro de flor.
Beijo de paz

chica disse...

Beth, que beleza de texto! Acabei de ler para o Kiko aqui ao meu lado. Aqui, Kiko é dos VETERANOS, eu, dos BOOMERS, nossos filhos, geração X e netos iniciaram a nascer em 1996 até 2015.

Uma longa história...

E já vemos nosso filho da Inglaterra, que agora por promoção estará j´pa em maio, de mudança para DUBAI, onde tudo é o maior, é imenso, é grandios, pomposo, mas pra mim, sem graça, pois é tudo feito pelo homem...... Vimos ele aqui em casa, sonhando em quando tudo acabar ( seu tempo de trabalho), passar seus dias de havaianas, bermudão velho, numa praia, sem ninguém ,nem frescuras por perto. E esse é o sonho de quem? bem sabes que a chica sempre isso sonhou. Deixo isso pra pensar...Os tempos sçao outros, mas a semente fica.... ADOREI! bjs, chica

Maria Célia disse...

Oi Beth
Coincidentemente li hoje o texto desta autora no Facebook, achei genial, reflete o que a geração Y está vivendo.
Muito bacana sua postagem, adorei com força.
Um beijo.

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Beth, vou reler a reler
sua postagem
e depois eu volto
para comentar dentro
do assunto.
Enquanto isso eu a aguardo
la no meu blog
Espelhando.
Bjins
CatiahoAlc.

Regina Rozenbaum disse...

Aproveitando o feriado e um tempo sem compromissos venho aqui pra me deliciar. Não conhecia os textos e adorei. Impressionante a análise das gerações...vi meus avós, pais, euzinha, filhos e sobrinhos netos (já que ainda não tenho rsrs). Muito legal mesmo!!!
Beijuuss Bethita e ótimo feriadão procês

ONG ALERTA disse...

Tudo mudou muito rápido, valores, repito enfim também precisamos adaptar mas com limites, beijo Lisette.

Márcia Cobar disse...

Betinha o texto falou comigo, com minha geração em vários momentos e veio como um alerta, porque às vezes me pego pensando, como no final do texto, se uma casinha no interior, um quintal com árvores frutíferas e uma vida frugal não seria melhor do que essa busca maluca por dias melhores.
Melhores em que sentido?
Beijos
Márcia

Calu Barros disse...

Betinha,
crescem a olhos vistos os alertas sobre este cenário corporativo imposto pela acirrada competição capitalista extremista que ceifa os tempos de vida familiar e social aos fanatizados pelos apelos de consumo e status(poder) desenfreado.Quando se dão conta, o tempo não é mais agora, foi ontem e não tem volta.

Excelente abordagem.Aplausos!
Bjkas,
Calu

pensandoemfamilia disse...

Esta é uma triste realidade e fico pensando com será a vida dos meus netos se não tivermos mudanças nessa caminhada do consumo, dos desejos que são infinitos e que não trazem alegria do viver.

ML disse...

Perfeito! bjssss