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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Aprendemos que "A gente não quer só comida"


Baile da Ilha Fiscal, de Francisco Figueiredo (1905)

Não é de hoje que brasileiro gosta de música, de festa, de alegria, e isso todo mundo sabe. O mega evento musical Rock in Rio está aí pra comprovar o tanto que as pessoas gostam de ouvir, cantar e mexer o corpo ao som dessas manifestações musicais.

Muito antigamente, do outro lado do oceano, saraus e bailes eram frequentes para o entretenimento da nobreza na Europa. Assim D.João acabou trazendo de Portugal, uma orquestra, músicos e maestro, dançarinos e coreógrafo, e com isso incentivou as pessoas a se interessarem por aulas de dança para que se parecessem com "pessoas civilizadas da cidade".  
Aí a vida social foi se intensificando cada vez mais com bailes e diversões para a nova elite brasileira. Como o Rio de Janeiro era onde ficava a corte portuguesa, lucrava em vários sentidos, talvez isso tenha sido o grande motivo para que os cariocas sejam até hoje ligados em música e dança.
   
Este lindo quadro acima, retratando o Baile da Ilha Fiscal aqui no Rio em 1889, demonstra o clima festivo presente na corte de D.Pedro II.  Dizem os historiadores que o tal baile, promovido pelo governo em homenagem aos oficiais do navio chileno Almirante Cochrane, jamais será superado em opulência. Desde o convite, com a etiqueta bem detalhada para que os convidados guardassem 'certas maneiras finas' na festa, antes e depois, tudo foi muito bem esquematizado para que o evento fosse com brilho e elegância.
A plebe, como sempre, ficou aboletada no cais, à espera da chegada e passagem das lindas senhoras com seus penteados, jóias e vestidos da moda à la Europa. Depois da esbórnia, às 6h da manhã, o pessoal da limpeza achou 37 lenços, 24 cartolas e chapéus, 8 raminhos de corpete, 3 coletes de senhoras e 17 ligas.

A cidade viveu uma febre de bailes, concertos e festas que iam até o raiar do dia. E um par constante e bons 'pés de valsa' era formado pelo Conde D'Eu e sua esposa a Princesa Isabel, dançando valsas e a novidade do momento, a polca.
Machado de Assis registrou em versos o que era a polca:

"É simples, quatro compassos
E muito saracoteio.
Cinturas presas nos braços,
Gravatas cheirando o seio"

E depois da polca vieram outros estilos dançantes, como o choro e o maxixe que se espalhou pelo país e fez sucesso até lá fora, comprovando o molejo de um povo que tinha tendência aos requebros do corpo e grande sensibilidade musical na alma.
E o carioca começava a se firmar na fama de boêmio que, pelo visto, segue até hoje.


RiR-2013






16 comentários:

Bia Jubiart disse...

Bom dia linda!

Beth, já li tanta coisa deste baile na Ilha... Marcou história rsrsrrs. Hoje o que sobra de mega evento deste é um mega lixo, e as notícias sobre os super astros Pop n outro dia já envelheceu, vivemos num mundo de urgência e prazer instantâneo (infelizmente).

Tenha um dia luz!

Bjos tocantinenses!!!

chica disse...

Beth, cada vez melhor por aqui.Sempre no capricho, mesclando hist´poria,. lindas fotos de antigamente e aqui, culminando com a de agora, mostrando o povo todo por lá e as luzes, num lindo efeito! beijos,tudo de bom,chica

Ritinha disse...

Bom dia!!!
Sempre bom passar aqui e encontrar algo interessante.
bjs
Ritinha

Selma Helena. disse...

Oi Beth!

Amei seu post! Super cultural.

Eu acho a Ilha Fiscal linda.

Beijos

Selma

Maria Célia disse...

Bom dia, Betty
Que postagem mais gostosa, cheia de cultura e informações históricas muito preciosas.
Você sempre um primor nos textos e nas palavras.
Beijo e muito obrigada pela sua presença sempre no bloguinho.

Bombom disse...

Olá Beth, sempre que te visito saio mais enriquecida. Obrigada pela partilha.
Obrigada também pelas tuas visitas que sempre me alegram. Um abraço da Bombom

Malu Machado disse...

Amei. Amei a conexão com a atualidade, amei a narrativa do passado. Este baile deve ter sido mesmo muito bom, pois atéo hoje ecoam falatórios sobre ele. Estou desconfiada de que foi a primeira Rave dessa terra. rss

Bj querida!

Calu Barros disse...

O tempo passa, o tempo voa...e a raiz festeira de nosso povo continua numa boa, kkkkkk
É isso aí, Betinha, vem de outros tempos a conhecida veia artística/dançante do brasileiro;de norte a sul deste imenso país.
Uma boa noite aí.
Bjkas,
Calu

Cristina Caetano disse...

E viva o arrasta-pé! :)

Beijos

Nina disse...

Beth tbm é cultura!
Tava lendo outro post, esse aqui embaixo, do das descobertas dos tesouros do Rio, to gostando das aulas de Historia :-)

Acho isso a tua cara, Beth, tu eras professora nao é? de portugues, certo?

Realmente, brasileiro é extremamente musical, aqui eu percebo mt isso, nao importa o que estou fazendo ou aonde estou, se ouco musica ja fico querendo mexer o esqueleto. Certa vez, numa aula de alemao, assim que cheguei aqui, fizemos no fim de um dos cursos, uma pequena confraternizacao,onde cada um levava um prato do seu país, eu levei alem do prato (algo doce que nem lembro mais o que foi, ja que havia varias dessas festinhas no curso todo) musica tbm. E mesmo sentada, conversando com os colegas, nao conseguia ficar quieta, o professor falava, "vcs brasileiros tem mesmo a musicalidade correndo no sangue" achei bonitinho ele entender isso :-)

Bjs Beth queridissima!

Claudia disse...

Que postagem legal, Beth...não conhecia nada sobre esta música, que também acho demais! adorei tudo isso e tuas lavandas na barra de rolagem são demais! bjs

Rafael Castellar das Neves disse...

Quantas mudanças, hein?

Gostei, uma descrição bem legal...e gostei muito do " Cinturas presas nos braços, Gravatas cheirando o seio"

Abraços, Beth!

Suzane Weck disse...

Ola,que bela postagem amiga.E ,veja não tinha prestado muita atenção na barra de rolagem,foi o comentário acima que me fez olhar e fiquei duplamente encantada.Primeiro ,como já disse pela beleza do post e segundo pelas maravilhosas fotografias que ali colocastes.Adorei.Meu grande abraço.SU

Unknown disse...

Adorei.. aliás é tão gostoso ler sobre nossa história, costumes e vivência de uma época que deveria ser tão linda..
Com seu charme.. sua pompa..
Lindo.. lindo..


Beijinhos e uma noite especial viu?

Anne Lieri disse...

Ai,eu adorei essa história do cotidiano do Brasil império!Muito divertida curiosidade!Bjs,

ML disse...

Nunca fui à Ilha /fiscal, estou me devendo esse passeio.
Ao RIR, fui 2 vezes, este ano não, é muito perrengue pra chegar e pra sair, mas vendo pela TV dá muita vontade de estar lá - adorei o carinha do NY Ink fazendo tatuagem de graça!!!

bjnhsssssssss

PS: re. ateliê que vc mencionou no meu blog, é da Tecidaria, fica na fábrica, em São Cristovão.

Rua Padre Seve, 22 (Praça Santa Edwiges), 20931-770 Rio de Janeiro(21) 3613-2000 ramal 209

bjnhssssssss