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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Made in Século XX

-Pinterest-

Enquanto num salão da academia eu me deleitava vendo uma novelinha água com açúcar, daquelas que eu gosto, suando a camisa na esteira e na bicicleta, completamente absorvida pela aura mágica de um tempo que não vivi, mas até que gostaria, cheio de beleza, gente arrumada, cidades floridas, bonde passando nos trilhos e quase nada de carros pelas ruas. Um tempo da gentileza, da troca de olhares apaixonados entre os amantes, das casas com portões de ferro e jardins bem cuidados que dava para se entrever do lado de fora, oferecendo a quem passava o perfume das flores e o encantamento no olhar,  do machismo imperando e o feminismo começando a dar seus primeiros passos. 

 -Novela O Cravo e a Rosa-Google-

As cidades começavam a se verticalizar, mas os casarios com alpendres, jardins internos e as praças, harmonizavam num cenário bucólico e romântico.  Eram os idos do início do século XX e sequer imaginávamos o que viria nos anos a seguir. A grande virada que aconteceu neste incrível século, trouxe luz, modernidade, mudanças sociais e o que vimos se suceder foi de tal forma tão rápido que, na verdade, ainda não assimilamos muito bem, por isso achamos que o tempo está passando tão acelerado. O capitalismo industrial, expandiu os limites das cidades e deu início a um processo de urbanização sem precedentes, tanto para o bem quanto para o mal.
-Pinterest-

E ali ao lado, num outro salão da academia, ouvia-se a música alta, incentivando os malhadores a puxar com mais força os pesos da sala de musculação.  "Prepara que o show das poderosas...", "Piradinha, ela tá doidinha...", coisas desse tipo e gente puxando ferro e se olhando nos espelhos. Nem as mais bonitas e chamativas meninas, atraiam os olhares dos rapazes, embevecidos com seus músculos poderosos, inchados, devido aos pesos ou a uma possível 'bomba' química. Um mundo real a poucos metros da minha sala tão romântica, o nosso mundo atual, um dos resultados daquele início de esplendor e grandes revoluções.

Na esteira próxima a mim, subiu uma mulher, um pouco mais nova que eu, e comentou do incômodo que a música alta da outra sala lhe proporcionara. Sentiu-se aliviada ali, na calma da sala e da música da novelinha, iniciando seu tempo de exercício aeróbico.

Sorri e com o pensamento mais acelerado que os passos na esteira, visualizei que apesar da diferença de sintonia dos ambientes, todos éramos do século passado. Ali não havia ninguém com 13 anos de idade ou menos, portanto, fomos burilados naquele século, e apesar de continuarmos a vida, aceitando as modernizações, as novas ideias, as mudanças, alguns como nós, retiveram pensamentos e alguns posicionamentos que remetem aqueles tempos suaves e gentis, e que não está tão longe assim, mas com a rapidez dos acontecimentos, parece que  foi há tanto tempo atrás.

Já pensaram que vocês também são do século passado? O bom mesmo é poder escolher o que há de melhor em tanta novidade.

Aqui, o início do século XX e sua música: 
Aqui, os dias atuais:





28 comentários:

Anônimo disse...

Oi Beth

Nossa, é mesmo! Somos do século passado... isso explica muita coisa!
Falta de paciência pra esses funks é uma delas.

Beijos

Felisberto T. Nagata disse...

Olá!Bom dia
Beth
...que texto gostoso de se ler e imaginar a cena.
realmente... somos do século passado, e bom mesmo é poder escolher o que há de melhor em cada novidade...De certo modo, esse descompasso sempre existiu. Umas coisas melhoram, outras pioram. Cada etapa da vida tem seu fascínio, seus motivos para gostar ou desgostar, muitas contradições, lixos, luxos e perplexidades. É isso, entre um tranco e um barranco,entre um Jura e uma Anitta, vamos indo.Lembrar só que de dia é Sol e de noite é Lua, o resto é apenas resto e a pressa é nenhuma...bora para a esteira!
Obrigado pelo carinho da visita
bela semana
Beijos

Inaie disse...

que sacanagem!! Nunca tinha pensado que eu era do seculo passado. Já me irrita bastante ter que ficar procurando o meu ano de nascimento láaaaa no fim da coluna...kk

Taia Assunção disse...

Também sou chegada em um sossego...já ando pensando como serão os quatro meses que passarei no Brasil...o barulho dos carros, o alarme dos portões se abrindo, os carros com o som no último, o burburinho de gente na praia, justo no final de semana...suposto dia de descanso. Acho que passarei um bom tempo na Bahia, onde o barulho que ouço é o do mar, do vento e dos passarinhos :-D Beijos!

chica disse...

Pela idade já sou quaaaaaaaaaaaaaase do século passado,rs...

Mas as coisas românticas nunca deveriam acabar, as gentilezas, educação... E quanto à música, "pelamôdideus" nem comparação. Deu pra imaginar as duas salas muito bem!

Fico com a tua! beijos,lindo dia! chica

Ives disse...

Você escreve suavemente, e não paramos até terminar todo o texto! Adoro essa novelinha água com açúcar! abraços

Lúcia Soares disse...

Definitivamente, "Anitas" nunca me representarão. Mesmo que eu tivesse idade para isso, não apreciaria. Difícil é não deixar as crianças assimilarem os gestos das "cantoras", pois que em casa não se deixa, mas é incrível como elas chegam cantando, em um dia apenas, aprendido com os coleguinhas, na escola.
Não sou saudosista, no sentido de querer que a vida parasse no século passado, ou mais além, ainda. Mas sinto, principalmente, o quanto a tecnologia está nos desestruturando.
Beijo, Beth.

R. R. Barcellos disse...

É... somos de um milênio que passou seu último século em alta velocidade!
Abraços.

Pitanga Doce disse...

Beth, entre um cravo e uma rosa acabaste de descrever, e bem, a visão do inferno que é uma academia de ginástica. E é por isso que sempre fugi delas. Ainda não haviam nascido "Anitas" e já os axés e outros "quetais" tocavam a boiada, num mau gosto sem fim. Que me perdoem os donos de ginásios e seus professores, mas quem disse que para cuidar do corpo deve se esquecer da mente?

Quanto ao tempo das gentilezas, foi trocado pelo do "os incomodados que se mudem" e é moderno bater palmas para as "poderosas" e " mulheres frutas". Já tem jovens, bem longe de serem do antigo século, que se deram conta disso e escolhem também "mudar de sala", mas o mau gosto do som das salas vizinhas do mundo inteiro vem até eles.

Sorte de quem tem um lugar para se refugiar nos fins de semana, ou uma vez por mes, ou vez por ano, sei lá, e só ouvir boa música, o som da chuva na folha do galho e as palavrinhas "por favor" e "com licença"...neste século, mesmo! Até dava para escolhermos no meio de tanta novidade, se não fôssemos bombardeados por tanto barulho que destrói a nossa suavidade.

Pronto! Falei! hehe

Verena disse...

É mesmo, não?
Acho que algumas coisas mudaram para pior
Não há mais respeito, e falta amor
Pena!
Um abraço afetuoso de
Verena e Bichinhos

Priscila Ferreira disse...

Pois é! sou do século passado, e como vc me conhece, vai concordar,rs muitas das minhas amigas falam que tenho a alma de velha kkk já que tenho costumes que não são mais vistos por ai!
Beijos :)

Anônimo disse...

pre
pa
ra

pro futuro, vai piorar...

Calu Barros disse...

Betinha,
estamos juntas nos gostos;todos do século passado, do meu, do teu, do nosso.Fico incomodada com as agressões auditivas a que sou submetida em muitas ocasiões, às vezes, até dentro de casa com vizinhos incivilizados.
Gentileza, delicadeza, bons modos e bom gosto jamais saem de moda para aqueles que cultivam um espírito burilado, seja em qualquer século.Somos antiguinhas sim, com muito orgulho!

Delicado passeio este pelas coisas boas do século XX.Amei!
Bjkas,
Calu

Anônimo disse...

Beth, me senti uma centenário rss. Não sou noveleira, mas adoro o Cravo e Rosa.Doce, divertida. Sempre que posso vejo. Mas o seu texto hoje, amiga, me lembrou "A moreninha" kkk Centenária mesmo !

Regina Rozenbaum disse...

Não me incomodo nem um tiquim em ser do século passado rsrs. Imaginei toda a cena, tão bem descrita, e lembrei dos meus tempos de malhação (Ô saudade!)e dos hits que quase me enlouqueciam às sete da matina. Sou mesmo bem chegada em séculos passados Bethita e adooooro todas as novelas de época.
Beijuuuss

Maria Célia disse...

Oi Bety
Que texto delicioso, gostei demais; nossa situação é igual na academia, suando a camisa na esteira ou bicicleta, na hora da novela da tarde, música alta ao lado, incomodando pra caramba.
Menina somos mesmo do século passado, é tão legal isto.
Beijo.

Wanderley Elian Lima disse...

Acho que fiquei agarrado no passado, tento acompanhar os novos rumos, mas não tenho pique. Sou do século passado, mas bem passado.
Bjux

ML disse...

"piri, piri... piradinha...", ninguém merece!
Nem meu sobrinho de 5 anos, Beth!
É a mediocridade da época em forma de música!
Combina com o "programa" Luciana by Night, entre tantos outros, tudo de péssimo!
Mas acredito que todas as épocas, desde que o mundo é mundo, tiveram seus "oh!horrores" : > )

bjnhssssssssss

Selma Helena. disse...

Oi amada, li esse texto ontem, li hoje novamente esse que outras vezes vou ler.
Primeiro porquefoi escritocom uma doçura , com umaalma poética e deixou leve minha alma.

Segundo porquecoisa boa deve ser guardada e tenho por hábito salvar os textos que emocionam e sao lindamente encantadores, como o seu. Salvando eu não os perco e vez outra leio.

Não sei se a aquela época, onde a mulher era tão reprimida e julgada era uma época boa, penso até que as dificuldades eram tantas que nem sei... Mas a modernidade vezenquando decepciona.

E ninguém merece a tal da Anita, do Michelin telónio, da gatinha manhosa, e de tantos que nem consegui lembrar( melhor não, né)

Beijos!

Selma

Dani dutch disse...

Web mãe querida, como está?
A gentileza, educação, os sorrisos que as pessoas trocavam umas com as outras, esse era o retrato que tenho da cidadezinha onde nasci no Paraná.
O século passado me lembra muito isso.
Bjuss

Márcia Cobar disse...

Betinha,
Você escreve tão bem que me transportei pra sua academia e fiquei escutando o barulho ao mesmo tempo que olhava pra tela da tv.
Querida, os tempos antigos oferecem charmes que foram expurgados da vida moderna... Estou lendo o novo livro da Danuza Leão e ela aborda muito esse tema nas primeiras crônicas.
Até o cortejo do homem mudou... Hoje as pessoas ficam trocando mensagens instantâneas, que coisa mais caída meu Deus...
bjo
Márcia

Yasmine Lemos disse...

Afffff quanta diferença e esses funks doem , machucam a alma rsss e vamos suar e sonhar
Beijo

Suzane Weck disse...

Ola querida amiga,cheguei a vivenciar teu excelente texto.Meus cumprimentos pelo ótimo assunto que abordastes.Meu grande abraço.SU

Beatriz disse...

É Beth.....pensando bem, acho que sou de um século ainda mais antigo! E essa tal máquina do tempo que não inventam nunca, hein!!!!!

Beijocas

Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com

Bia Jubiart disse...

Beth, delícia de reflexão...
Realista, somos do séc. XX, a sensação é boa, parece limite do front, vc pode estar aqui ou lá... Essas possibilidades são reais e fascinante!

Bjãooooooo

BLOGZOOM disse...

Beth,

aquela novelinha era muito fofa e agora está passando novamente. Não tenho como assistir por causa do horario.

Eu sou fã do Pinterest, digo para os outros que é o meu momento relax. Sento em algum lugar, até na praia, e viajo nas imagens. Amo demais.

Sobre as musicas atuais... qual seria a menos pior?! Não é a toa que a moçada sempre acaba ouvindo, mesmo que remixada, musicas do nosso bom tempo. E nem faz tanto tempo assim!

Beijos

ONG ALERTA disse...

Algumas coisas deveriam ficar como no passado....
A vida é um ciclo vai e volta.
Beijo Lisette.

pensandoemfamilia disse...

Não sou saudosista, mas algumas coisas concordo que deveriam ficar como antes, mas vamos que vamos usufruindo do que consideramos bom, não é mesmo.
bjs