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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Mães, filhas e o Facebook

-Imagem Corbis-

À propósito da BC lançada pela amiga Norma com o tema Família e Impactos Tecnológicos, trouxe o  texto abaixo, da escritora Thalita Rebouças, que reflete o comportamento de muitos adolescentes em relação às suas mães também inseridas no mundo digital, mas que pela vontade deles poderiam permanecer invisíveis, não só na vida real quanto na virtual. 
Se você tem filhos adolescentes, com certeza, já terá passado por algumas situações semelhantes ou, prepare-se para passar.

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Todo mundo sabe que quando chega a uma certa idade  o adolescente (ou a criança, já que a infância está cada vez mais curta) tem um sonho muito definido em sua doce cabecinha:  que os pais sejam invisíveis _
principalmente na hora de buscar na escola, nas festas e nos sociais da atribulada vida infantojuvenil.

Outro dia, fazendo uma matéria com mães de leitoras  (devidamente acompanhadas das filhas), percebi que, em tempos digitais, a invisibilidade é muito almejada, talvez até mais que no mundo real.

__ Quantas vezes já disse para não falar comigo no Facebook, mãe? - perguntou a menina de 15 anos.
__ Mas é muito abuso, mesmo!  Falo com você quantas vezes eu quiser, garota!
__ Não pode! Já te expliquei mil vezes, no Face eu não tenho mãe! - argumentou a superfofa.
__ Ah, tem, sim!  Tem mãe no Face, no Twitter, no Orkut e na vida.
__ Ai, nem tenho mais Orkut, como você é desatualizada! - rebateu a filha, pouco antes de dirigir a mãe para a foto.
__ Esconde o braço na hora de fotografar, hein? Está muito gordo.

Outra menina logo se meteu também:


__ E você deixa o queixo paralelo ao chão, hein?  Nada de sair com papo no jornal.
__ Como vocês são carinhosas!  É muito amor, gente! - brinquei.  __ Pois eu acho, mães, que vocês não só podem como devem interagir com elas no mundo virtual.
__ Não, Thalita!  - chiou outra leitorinha. - Mãe no Face é mico.
__ Mãe é mico, ponto - disse outra.
__ E no Twitter?  Mãe é a morte!  Ela pede para todos os famosos me mandarem beijo.  E tem uns famosos que eu nem gosto!  - completou a terceira adolescente.
__ A minha mãe se acha engraçada na internet - condenou uma.
__ Pior a minha, que se acha amiga dos meus amigos - comentou a outra.
__ Mas os seus amiguinhos me amam;  o que eu posso fazer se eles me pedem em amizade?
__ Ai, que horror!  Eu não tenho amiguinhos e ninguém "pede em amizade"; que frase bizarra é essa?! - estrilou a filha.
__ Todos os seus amiguinhos querem ser meus amigos.  Eu sou a tia simpatia da turma, filha.  Você quer o quê?  Que eu recuse?
__ Claro. Fica amiga só dos seus amigos.
__ Ah, mas aí não tem graça.  O bom é bisbilhotar o que vocês andam dizendo na internet - argumentou outra mãe.
__ Mas a gente não é criança para ser vigiada!  - chiou a mais novinha do grupo.
__ Voxê vai xer xempre a minha quianxa . . . - implicou a mãe, muito bem implicado.
__ Ai, mãe, fala sério!  - reclamou a quianxa.
__ Pior é a minha mãe, que no Facebook e no Twitter é @DivaSuzana.
__ Mas eu sou uma diva.  Diva da paciência, porque aturar filha adolescente não é mole, não.

E assim, entre farpas e risos, deu-se a foto, a entrevista e a certeza de que ser mãe é mesmo padecer no paraíso.


Thalita Rebouças
jornalista por formação, autora, entre outros, 
da série "Fala sério", tendo vendido mais
de um milhão de exemplares.

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27 comentários:

ML disse...

Beth: tecnologias à parte, o fato é que "no século passado" era "normal" a "família" "plantar" um irmão/irmã "júnior" no meio do casal de namorados adolescentes.
Hoje, vistoriar a "vida virtual" dos filhos parece até um abuso.
Mas é tão somente responsabilidade, civil e penal.
E quem não deixar isso claro o suficiente pros seus DEPENDENTES é ... frouxo.


bjnhs

Toninho disse...

É bem assim Beth, vejo esta coisa por aqui e a mãe não tá nem ai, vai lá "tasca" uma foto dele bebe e pronto ta feita a guerra,kkk.
Mas como o tema porposto da Norma,devemos ter muito cuidado com todo este avanço para que nao seja um retrocesso na relação de familia.
Um bom fim de semana para voce amiga.
Meu abraço de paz e luz.
Bjo.

chica disse...

Acho que invisível ou não, a mãe deve aparecer nas redes dos filhos, ver os papos, saber dos amigos.Isso quando eles não bloqueiam a mãe( ou o nome que eles desconfiarem ela seja como amigo)

Acho que a internet é maravilhosa, a tecnologia idem, mas com cautela! beijos,lindo dia!chica

Ives disse...

Mãe não é simplesmente uma palavra, não é simplesmente uma pessoas; os adornos dourados, as cores vibrantes de sua alma, extravasam pelos olhos e reproduzem o único fio de esperança na Terra! Ensina os bons costumes baseados simplesmente no amor.
Felicidades, mãe!
abraços

Ana Paula disse...

O Toninho fez uma colocação muito boa Beth: o cuidado que devemos ter para que a tecnologia não seja um retrocesso na relação de família. E é difícil para todos. Mas uma boa reflexão esse assunto nos traz.
Beijo

Pitanga Doce disse...

Heheheh, é a mais pura verdade. "Mãe é mico e ponto" é unamidade entre as adolescentes. Interagir no face da filha é um pouquinho demais porque ali é o mundinho delas e só elas entendem. Mas que tem ficar de olho compriiiido no QUE e com QUEM elas estão falando...ah isso tem! O perigo nãos são os amigos delas, que normalmente a mãe conhece e a chamam de "tia". O perigo são os amigos dos amigos.

beijos Beth.

Vivian disse...

Olá,Beth!!

É...não é fácil ser mãe...é natural na adolescência não querer a mãe sempre por perto. Tem mãe que não respeita o espaço do filho, ou pior...agem como adolescentes, ou tratam os filhos como bebês...aí ninguém merece,mesmo né?!
Com respeito(dos dois lados), muita conversa,é possível ter uma relação bem saudável.

Beijos! Tudo de bom!

Lúcia Soares disse...

Beth, de verdade, não queria ser mãe nessa época de hoje. (Quero dizer, não queria estar ainda com filhos pequenos ou adolescentes. rs)
A vida dos filhos parece estar fugindo dos pais e eles achando "normal" isso.
Não é apenas por causa do avanço tecnológico, mas por tantas outras interferências na vida familiar.
O que precisa ficar na mente dos pais é que eles são autoridade para os filhos.
O texto é ótimo, uma visão engraçada da autora. Mas conviver com criançada assim não deve ser nada fácil! rs
Beijo!

Márcia Cobar disse...

Betinha,
Super interessante sua postagem. Eu que já passei há muito tempo da aborrecência, não só estimulei minha mãe a fazer uma conta no face como a me adicionar. Mas ela preferiu o instagram, programa de compartilhamento de fotos do celular.
Acho tão engraçado quando ela me diz eufórica que fulana ou ciclana "curtiram" a foto que ela colocou... Acho que vai levar tempo pra ela entender que as curtidas desse mundo virtual são muito mais automáticas que verdadeiramente genuínas!
Já minha cunhada, com filho adolescente, comentou numa foto do filho e ele apagou a foto na hora.
Acho isso tão estranho. Mas como você bem falou amiga, melhor a gente se preparar.
Oh mundo estranho...
Bjim
Márcia

Camille disse...

Conheço bem essa invisibilidade, mas agora , semana das mães, voce viu, tasquei uma foto dos dois na capa. No meu pedaço faço o que quiser. No deles nem curtir muito menos colocar um comentario. Se elogiar então... Da para entender muito bem. Espaço deles e as vezes trabalho. É mico mesmo.
Beijos!

Priscila Ferreira disse...

Morri de rir lendo o texto, adoro a Thalita Rebouças!
Acho que sou uma exceção né? kkk adoro ter a mamãe no fb, marco ela em diversas coisas, interagimos até mais do que se ela não tivesse!
beijos ;)

Wanderley Elian Lima disse...

Olá Beth
Não tenho filhos, mas a 30 anos trabalho com adolescentes e acho o maior barato.
Bjux

Cadinho RoCo disse...

Feliz dia das mães.
Cadinho RoCo

ONG ALERTA disse...

Concordo que devemos sempre estar presentes....mas cada mãe tem seu jeito.
Feliz dia das mães beijo Lisette.

Liza Souza disse...

Adorei o texto! É nao é fácil lidar com as criancas de hoje em dia. Mas, quer saber, na minha opiniao eles sao apenas o reflexo dos pais que eles tem. Acho que tem muito pai e mae abrindo mao do seu papel e entregando as suas responsabilidades para qualquer coisa ou para qualquer um, por que na verdade ser pai nao é mole nao. Auxiliar na construcao do caráter de uma crianca, saber dizer nao, impor limites, dar carinho, amor, educacao... Aff, é bem mais trabalhoso que deixar a internert, ou a professora ou a babâ fazer o trabalho e ficar só com o título. Eu vejo a maternidade como uma grande responsabilidade e ministério dado por Deus. Eu sei que posso errar e vejo que erro muito com meus filhos, mas abrir mao de exercer essa tarefa eu nao abro nao e sigo a cada dia pedindo a Deus que me dê sempre a sabedoria necessária para criá-los e educá-los para ser diferenca positiva nesse mundo tao estranho. Beijos, Beth

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

E quando nao é a mae, é a avó no Facebook.

Avó no Facebook???

Pois é, as vovós tb estao por lá, rs.

Bjao e um lindo dia das maes!!!

SANDRA disse...

Beth,

Simplesmente espetacular!
Amo a Thalita Rebouças!

Abraços querida........

Anne Lieri disse...

KKK...O pior é que é bem assim mesmo!Para os adolescentes mãe é o maior mico do mundo!...rss...e por acaso escrevi sobre isso tb e vou postar amanhã no meu blog.bjs e feliz dia das mães,amiga!

Calu Barros disse...

A chegada deste novo universo aonde somos todos visíveis ao mesmo tempo deflagrou o incômodo geral, principalmente dos adolescentes, que sempre quiseram ter seu mundinho separado do dos adultos e atualmente, com as redes sociais, isto ficou impossível.
Apesar de entender este desejo da moçada,que é típico, critico,isso sim, a maneira como estas filhas se dirigem às mães.Faltam-lhes bastante polidez.
É super importante que estes assuntos venham sempre à baila, ainda mais por aqui, Betinha, para que a visibilidade destas muitas controvérsias esteja clara.

Tenha um lindo e carinhoso domingo, cheio de sorrisos e doçuras para vc e para tua mãezinha.
Feliz Dia das Mães, minha amiga!
Mil bjkas,
Calu

Maria Célia disse...

Oi Beth
Como não tenho mais filhas na adolescência não tenho este tipo de problema do texto da Thalita e nem cobranças, evidentemente respeito o espaço delas, assim como elas respeitam o meu, se não gostamos de alguma coisa que foi publicada, tratamos de corrigir ou deletar.
Beijo.

Cristina Pavani disse...

Olá Betinha!

Olha, neste post você me transportou para a adolescência... será que filha (fêmea) é pior que filho quando chega a puberdade?
Eu também queria a minha mãe longe e invisível nesta época da vida. E quando fazia perguntas indiscretas às amigas que iam em casa? Ai meu Deus...
Certa vez, minha mãe me xingou por algo que escrevi no diário (os blogs de nossa época). Só então descobri que ela lia tudo...
Eu escondia tão bem meu diário! Era tão meu que nenhuma amiga lia.
Conclusão: queimei os três cadernos e me arrependo amargamente.

Gostei demais deste assunto.
Beijão interiorano.

pensandoemfamilia disse...

Oi querida

Não sabia desta sua postagem, agradeço sua participação e forma de abordagem que nos leva a pensar e/ou rever sobre a autoridade paterna.
Estamos numa fase de transição e adaptação e precisamos estar atentos as relações que estabelecemos no cotidiano, sejam elas reais ou virtuais.
bjs.

Teredecorando disse...

Deve ser super chato dizer que está pagando mico por aqui e ali. Ainda bem que as minhas estão grandes. Quero ver com os netos como vai ser. Vou postar muitas coisas para implicar.kkkkk...
Beijos mil

Misturação - Ana Karla disse...

Até engraçado o diálogo, mas a realidade é bem essa sim.
Outro dia fui buscar meu filho(o mais velho) na escola e ele deu a volta, um caminho mais longe para poder chegar no carro sem que eu acenasse para ele.
Aff!

Xeros Beth.

Denise disse...

Oi Bethy, adorei o texto que dá um tom leve a um assunto já antigo. Como disse a Cristina, era igual na época de todos nós, o sentimento em relação às mães patrulhadoras... não vejo o desejo de não pagar mico como resultado da tecnologia, muda apenas onde elas/nós aparecem(os), o que mudou foi a condição de fazer esse monitoramento, embora as configurações excluam as "xeretas de plantão"...rs

É muito próprio da fase etária o sentimento narrado de maneira divertida, o que não pode deixar de ser advertido, é o fato de que os limites são postos quando podem ser eficazes, ou seja, cedo... o que significa que, invisíveis ou não, é necessário estar atenta, pq não dá pra transferir para outros essa tarefa, como bem sinalizou a Liza.

Super legal a fomentação destas reflexões em conjunto, o ponto mais positivo destas blogagens coletivas!!
Beijos

Roselia Bezerra disse...

Ola, querida Beth
A gente vai aprendendo a ser mãe com os meios de comunicação também.. Ao menos comigo foi assim... a filhota me educa... me ajuda muito... é super legal!!!
Vc abordou muito bem humorada o tema e me encantou...
Bjm de paz e bem

Luma Rosa disse...

Oi, Beth!
Em partes concordo com a filha! É muito chato saber que a mãe está policiando. Existem mães bacanas, mas existem outras sem noção. Sempre olho o facebook, twitter, blogue, tudo o que o meu filho tem on-line, mas não comento, não curto... ele não fica à par se estou olhando ou não. Às vezes ele vem perguntar a minha opinião antes de postar qualquer coisa, principalmente coisas que podem ofender outra pessoa, sobre reportagens e até fotografias. Esse mico que a mãe pagou no facebook é porque quer ser amiga da filha? Hum... se esqueceu que antes de ser amiga, tem que ter postura de mãe.
Beijus,