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terça-feira, 10 de agosto de 2010

"Um dia, filho, você será o Rei Leão"





Pai e filho foram flagrados no Parque Nacional do Serengeti.
Foto foi tirada no Kopjes Simba, rochedo em que filme se inspirou. - site G1


Quem já assistiu ao filme deve lembrar-se da famosa frase "Um dia, filho, você será o Rei Leão".  Cada pai ao passar ensinamentos ao seu filho, está de alguma maneira dizendo isto, ou seja, um dia ele será um homem, um marido, um pai e chefe de família ou de si próprio.


Eu tenho um filho único e já viram, fica difícil não pensar nele sempre, ter minhas ansiedades e medos em relação ao seu bem estar, sua vida, seu futuro, muito próprio de mãe, ainda mais de filho único.

Mas, meu marido sempre me alertou para não exagerar nos mimos e cuidados, deixar o menino viver, sentir-se livre, que não o sufocasse com meus carinhos e atenção demasiada.  E, com isso, além do signo libertário de Aquário dele, nunca foi criado como os demais filhos únicos e muita gente se admirava quando ele assim o dizia.

No passado eu não era muito boa em dizer 'não', tanto a ele quanto à outras pessoas, tinha medo de magoar, achar que não queria ajudar nos deveres de escola, nas arrumações de seu quarto, nas agilizações para uma coisa ou outra que tinha que fazer e ficava com pena de sobrecarregá-lo e acabava poupando-o, fazendo assim com que eu mesma é que ficasse sem tempo e energia.

Nestes últimos dias em que ele esteve de mudança de uma cidade distante do Rio, fiquei louca de ansiedade, pensando em como ele iria se virar para arrumar tudo que teria de trazer para cá e a própria limpeza e entrega do apartamento alugado por lá.  Quando ele foi para esta cidade eu fui junto e o coloquei lá bem instalado, assim como compramos ou enviamos daqui tudo de necessário.

Mais uma vez meu marido acalmou-me e alertou-me para o fato desta minha atitude pró-ativa em querer fazer junto, dizer sim, e que isto não era o certo. Para ele, em sua visão masculina, tudo iria se ajeitar da melhor forma e o filho fazer o que tinha que ser feito e o que não desse certo, tudo bem, ficaria sem fazer, mas que eu não deveria interferir no caso, deveria deixá-lo se virar sozinho, aprender por si mesmo e, depois ele era jovem e forte e não seriam algumas poucas caixinhas de papelão que iriam deixá-lo enrolado.

Devo dizer-lhes que me cocei para não ir junto, mas fiz o certo, mantive-me quieta e mostrei-lhe confiança e incentivo.
Ele foi, vendeu os eletrodomésticos e móveis em uma semana, arrumou sozinho 5 caixas e embarcou-as numa transportadora express, pagou alguém para limpar o apartamento, deu algumas roupas e objetos, cancelou as contas e voltou no domingo, mais morto que vivo, mas super contente e orgulhoso em ter realizado tudo sozinho, e nós mais ainda, claro.  E hoje, pegou o carro e foi até a Rodoviária do Rio retirar suas caixas e trouxe-as para o apartamento e já está tudo nos lugares.

Algumas vezes é necessário que fiquemos de fora, apenas orientando, que digamos não em determinadas situações e deixemos que os filhos façam de seu jeito as coisas, muitas vezes não tão bem feitas como nós faríamos, mas é importante para se sentirem mais responsáveis e seguros de si mesmos.

Quando vi esta fotografia hoje no site G1, lembrei-me de meu marido, de seus conselhos e orientações ao meu filho e a mim mesma e do quanto temos aprendido com ele.











19 comentários:

ManDrag disse...

Que mais dizer? Está tudo dito neste texto claro e honesto.
Na verdade não é super-protegendo que se ajuda alguém a crescer. Muito pelo contrário.
Se todos os filhos tivessem uma mãe como tu mostraste ser neste texto, muito diferente (muito melhor) seria este mundo.

Parabéns!

Abraço

Cynthia Totus Tuus Mariae disse...

Nossa Beth!
Eu tb sou cheia de ansiedades e tb fico pensando qd eles crescerem como vai ser, como posso ajudar...Nossa! Seu filho já está adulto e vc ainda se preocupa, então acho que não passa nunca né? Mas acho que vai ser uma luta pra mim deixar meus passarinhos voarem sozinhos!!
bjo
Cynthia

Glorinha L de Lion disse...

Teu marido é um homem sábio. Aliás, nessas coisas de filhos, os homens conseguem enxergar com muito mais clareza que nós, as mães. Tenho certeza que com essas atitudes do teu maridex, ele está ajudando o filho, muito mais que a gente quando fica paparicando e querendo fazer por eles. Teu filho já está encaminhado pelo que vcs ensinaram a ele, já é um homem feito, agora é só dar apoio emocional, o resto agora, é com ele. Deixar que viva a sua vida e ande com os próprios pés como o leão do filme.Como mãe, sei o quanto é difícil, mas só assim ele se tornará rei tb, um dia. bjs.

www.comtextosdavida.com disse...

Que lindo! Deixemos que nossos filhos caminhem eles precisam disso para aprender. Nós conhecemos os tropeços mas eles ainda não.

bjs Lais

Isadora disse...

Beth é difícil nos mantermos um pouco afastados e deixarmos que eles resolvam sozinhos suas questões. A verdade é que resolverão, mas queremos sempre ajudar para minimizar.
Tenho um loooongo caminho pela frente.
Um beijinho

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Beth,
Eu sempre tive que me policiar muito para não tentar resolver todas as questões dos filhos.
Meu marido também sempre me alertou para ficar de fora da busca de soluções.
beijos.

Macá disse...

Beth
Não sei quantos anos tem seu filho, mas imagino que já seja bem grandinho né?
Como o meu que está com 20. Por mim, eu faria tudo por ele, mas sei que não pode ser assim, e meu marido também me ajuda muito nisso, quer dizer, me breca muito.
Mimar é gostoso, mas eles precisam crescer e se tornarem uns leões, e nós temos que ajudá-los a conseguir isso, e não é só com mimos que vamos conseguir. Os nãos também ajudam - e muito.
beijos

ML disse...

Amei a foto do leão e seu bebezinho.
Acho que filhos - não tenho - são filhotes para sempre!
Parabéns à mãezona por segurar as pontas, sempre de mãos dadas com o "maridex".

Felicidades à família.

bjnhs

Nilce disse...

Que bom, Beth, que tudo correu bem.
Meu problema é esse. Sempre fui superprotetora e eles não estão nem aí, mas sabem muito bem se aproveitar.
Agora quando digo um não, a coisa pega. Isso porque sempre fui alertada pelo meu marido. Mas eles correm à ele e a coisa se resolve e eu continuo sendo a ruim. Agora a promessa é: Tua mãe é quem sabe.

E vamos vivendo...
"Filhos, melhor não tê-los; mas se não temos, como sabê-los"

Bjs no coração!

Nilce

Isabel disse...

Beth, você e seu marido parecem ser uns pais maravilhosos e muito equilibrados. SEu filho, certamente cresceu como homem fazendo tudo isso sozinho, ficar de fora foi a decisão certa :)
Já fui lá votar na sua amiga! Boa sorte para ela.
Bjs

Luciana disse...

Beth, seu marido deu um excelente conselho, é isso mesmo, os filhos precisam de espaco para crescerem/amadurecerem. Minha mãe não entende isso, eu aconselho e tal, agora cansei, ela super proteje os filhos (os homens), tanto que eu e minha irmã já estamos longe, e eles lá. Um casou, um mora fora, esse que mora fora, mas com uma tia, minha mãe tenta trazer pra casa, nao tem jeito, ela interfere, paparica, quer fazer escolhas por eles (essa parte era comigo e minha irmã também), enfim, é chato, desgasta as relacões e filho super protegido, com tudo nas mãos, acaba não evoluindo.

Seu filho deu e sempre vai dar conta do recado, que menino de sorte.

Beijo

O que não silencia... disse...

Meu coração pesa e quase para de tanta saudade da minha filha, mas o maior motivo de ter incentivado sua ida a outro pais foi para que se aprendesse a tomar mais decisões sozinha.
Beijos, muitos!

Anônimo disse...

Poxa Beth, essa é uma realidade distante para mim pois não sou mãe ainda, mas eu consigo ver quais são os nossos desafios como mãe. Até proteger demais não é bom...

Bom ler como vc e sua família são unidas, e tb aprender contigo.

Bjs

Lúcia Soares disse...

Beth, que você é uma ótima mãe já sei desde seu primeiro post sobre o Daniel. Aprendi a gostar muito dele, pois me parece um rapaz determinado. A melhor coisa que fêz foi morar uns tempos sozinho, pra poder se virar a seu jeito. Impossível não querermos paparicar sempre os filhos, sejam únicos ou não. Sempre queremos o bem estar deles, acima do nosso.
Não tenho o prazer de conhecer o Daniel, mas sei que vou gostar muito dele quando isso se der.
Mas paparique, sim, o quanto quiser, pois não há nada melhor que amor de mãe.
Beijos nele!
Beijos em você!

Unknown disse...

"Os filhos são educados como se fossem ficar toda a vida filhos, sem nunca se pensar que eles se tornarão em pais."

Beijo.

Bordados e Retalhos disse...

Beth, adorei esse texto. Me senti tão proxima de você, tão parecida. As vitórias vão acontecendo no dia-a-dia e no final a gente vai ver que tudo valeu a pena. Vamos aprendendo a ser mães, sendo mães. Não há outro jeito. Seu leãozinho cresceu! Bjs querida

Ivana disse...

Beth, como sabes não tenho filhos, mas também concordo contigo de que é preciso deixar os filhos viverem por sí, deixar que errem, que acertem, que aprendam. Porém, acho que necessita equilíbrio entre estas atitudes de pais, como tudo na vida.
Eu como filha, nunca recebi este tipo de apoio de minha mãe - ou porque ela não podia, ou porque achasse que eu saberia me virar sozinha - mesmo em momentos como a minha mudança pra Floripa, ter que achar onde morar, montar casa, tudo pela primeira vez na vida. E ela nunca esteve por perto.
O lado bom disso é que aprendi rápido, muito rápido. Ganhei autoconfiança e entendi que eu poderia resolver sozinha, apesar de as vezes, desejar poder ter alguem pra dividir.
Beijos!

Dani dutch disse...

Beth sabe o que é isso, nós queremos muito proteger de todas as formas quem nós amamos, e era assim na minha casa também no Brasil com todos, mas depois que mudei pra cá, eles ficaram meio perdidos mas tudo foi se encaminhando e hoje estão lá todos bem e as coisas todas bem encaminhadas.
bjuss

Anônimo disse...

Será que mãe só muda de endereco? rsrs
Sai de casa com 15 anos (fui fazer intercâmbio e depois me mudei pra Floripa pra fazer cursinho) e ainda assim, quando estou com a minha mãe, ouco dicas básicas de cozinha e os famosos "leva um casaco que está frio!" e "o que tu comeu hoje? Isso não é suficiente"! rsrs Muito do que eu faco é sim de uma maneira diferente da que minha mãe faria, mas dá certo também, e como tu disse, me dá seguranca, tanto que vou até a Suécia sem receio.
Precisamos saber que vocês estão disponíveis caso seja necessário, mas precisamos do nosso espaco. :)
Beijão!