O que será que será?

A COP 15 em Copenhague acabou e os líderes mundiais não chegaram a grandes conclusões. Precisamos com urgência que que se criem políticas ambientais credíveis e que façam a diferença, senão corremos o sério risco de ter  que pensar num outro planeta para morarmos até 2050, quer dizer, nós não, mas nossos filhos, netos e bisnetos.(segundo o relatório Planeta Vivo de há dois anos - responsabilidade da organização WWF, Sociedade Zoológica de Londres e da Global Footprint Network).

O atual ritmo de consumo dos recursos naturais de nosso planeta é alarmante e numa linguagem simples e direta, estamos usando mais do que repondo, o planeta demora cerca de 1 ano e 3 meses para repor aquilo que a população global consome num único ano.

Gente, isso é muito sério!  Mas, sabemos que os reflexos serão sentidos com o decorrer das décadas, apesar de muitos deles já serem notados atualmente, principalmente para os países pobres e pequenos da Ásia, com chuvas torrenciais e muita destruição e aqui mesmo no nosso Brasil que, apesar de ainda ter uma pegada ecológica, onde os recursos naturais consumidos estão abaixo da capacidade de reposição, muito diferente da China e Estados Unidos, mas mesmo assim sentimos o calor crescendo a cada ano nos nossos verões escaldantes. Ainda bem que a galera curte uma praia e a água de coco, mate gelado e cervejinha que são os lenitivos para todo este calor.  O verão oficialmente chega na semana que vem, mas esta primavera já deu pra sentir o que virá por aí.

Voltando a COP 15, o que ficou registrado mesmo foi a 'pegada de carbono' maior de toda a história.

Vejam abaixo a notícia do Estadão e para a próxima reunião deste tipo, deixo a pergunta:  Qual será o destino da humanidade nesta escalada de consumo sem reponsabilidade e sem precedentes?!

A conferência climática da ONU em Copenhague vai gerar mais emissões de carbono do que qualquer outra conferência climática anterior, segundo dados divulgados pela Dinamarca. A "pegada" deixada pelo evento equivale à emissão anual gerada por mais de meio milhão de etíopes.

Delegados, jornalistas, ativistas e observadores de quase 200 países estão reunidos até 18 de dezembro em Copenhague, e seu deslocamento e trabalho vão gerar cerca de 46,2 mil toneladas de dióxido de carbono - a maior parte como consequência das viagens aéreas.

O carbono acumulado seria suficiente para encher 10 mil piscinas olímpicas. Ele equivale a todo o carbono produzido anualmente por 2.300 norte-americanos, ou por 660 mil etíopes - a diferença se deve à enorme disparidade de consumo entre os dois povos -, segundo estatísticas oficiais dos EUA relativas à emissão per capita em 2006.

Apesar dos esforços do governo dinamarquês para reduzir a "pegada de carbono" do evento, a cúpula deve gerar cerca de 5.700 toneladas de dióxido de carbono. Outras 40,5 mil toneladas serão criadas pelos voos dos participantes até Copenhague.

"A quantia é muito maior do que as conferências anteriores porque há muito mais gente aqui", disse a consultora Stine Balslev da Deloitte. Ela afirmou que 18 mil pessoas devem passar pelo centro da conferência por dia.

A Deloitte incluiu em seus cálculos emissões causadas pela hospedagem, transporte local, eletricidade e aquecimento do centro da conferência, papel, segurança, transporte de bens e serviços, assim como a energia usada por computadores, cozinhas, fotocopiadoras e impressoras dentro do centro de conferência.

A hotelaria representa 23 por cento das emissões da cúpula; o transporte interno gera 7 por cento. Outros 77 por cento se devem a atividades ocorridas dentro do centro de conferências, segundo os organizadores.

Fonte: Estadão.com.br

E Marina Silva (gosto desta mulher), disse isso, dentre outras coisas importantes, em seu discurso em Copenhague neste domingo:

“Os líderes não podem pensar nos interesses políticos e econômicos atuais, sem se comprometer com o futuro. Eles precisam ter a visão de que a humanidade precisa mudar o modo de caminhar, assumindo os desafios do século XXI e sendo capazes de adotar um compromisso de um outro mundo possível”.

Metas brasileiras

“A proposta brasileira foi estabelecida a partir da grande pressão da sociedade. Nós trabalhamos muito para que o Brasil não deixasse de ter metas. Temos que adotar compromissos efetivos de redução e isso não de forma genérica ou voluntária”.

As fotografias que seguem mostram apenas um  pouco do que as alterações climáticas vem afetando o homem e o planeta.  (fonte daqui)

(Canguru morto devido à seca, na Austrália. Desde 1900 que não chovia tão pouco como no Verão passado enquanto, em contrapartida, há 50 anos que não se registavam temperaturas tão elevadas.)

(A central termoeléctrica Drax em Yorkshire, Inglaterra, liberta para o ar quase 23 milhões de toneladas de CO2 por ano, ou seja, o mesmo que 100 nações pouco industrializadas.)

(Um trabalhador recolhe peixes mortos no lago Gaungiao, na China. O derrame nas águas de desperdícios industriais não tratados terá causado a morte de cerca de 50 toneladas de peixe. Mas nem só as indústrias consomem água: uma população imensa e crescente tem levado os recursos hídricos do enorme país à beira do colapso.)

(Lixeira de Olusosun, na Nigéria. Com quase 500 000 m2 de área, esta é a maior lixeira de toda a África. Expande-se a uma velocidade vertiginosa: todos os dias aí são descarregadas 2400 toneladas de lixo proveniente, na sua maioria, da cidade de Lagos.) 

(Praça de Tiananmen - A poluição atmosférica em Beijing está cinco vezes acima do padrão definido pela Organização Mundial de Saúde, situação que se agrava nos meses de Verão, precisamente na altura em que se vão disputar os Jogos Olímpicos. Apesar dos esforços das autoridades, o verdadeiro problema são três milhões de automóveis, siderurgias e dezenas de indústrias dentro do perímetro urbano.

 

(Gado numa pastagem situada no estado de Rondônia, Brasil. Vastas áreas da floresta amazónica têm sido queimadas para dar lugar à agricultura. Só nos primeiros anos deste século já foi queimada uma área correspondente a toda a Grã-Bretanha.

(Site e imagens para pesquisa aqui)