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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sobre a solidão e novas alternativas




Há tempos fui a uma festa de aniversário no Flamengo, tradicional bairro do Rio, e tinha lá uma senhora, meio idosa, mas super lúcida e conversadeira, entretanto, uma pessoa que já não tinha mais coragem e destreza para pegar seu carro e sair por aí à noite para este tipo de eventos, então estava acompanhada de um gentil rapaz de mais ou menos 40 anos e que ficava sentado próximo, mas não tanto o suficiente para entrar nas conversas dela, apenas estava por perto, comia os salgadinhos da festa, ria e conversava com uma ou outra pessoa.


Ao nos despedirmos da senhora, ela apresentou o rapaz como um motorista amigo que a acompanhava para eventos ou programas culturais. Ele, simpático e muito cuidadoso, deu-lhe o braço e ajudou-a a levantar-se, saindo com ela e levando-a embora no carro dela que ele mesmo dirigia. Detalhe; ele não era motorista dela e sim um acompanhante que, naquele caso, dirigia para ela também.


Fiquei pensando com os meus botões se o cara era mesmo um acompanhante ou algum cacho da coroa, mas a diferença de idade era absurda e, além do mais, ele não se portou em nenhum momento como uma pessoa que tivesse ligações íntimas com ela. Então, encaixei o fato como sendo realmente uma pessoa contratada para aqueles fins, mas achei aquilo bem diferente.
Nesse país machista ainda, nunca soube deste caso ao contrário e sim quando era em relação a homens acompanhados de moçoilas, mas geralmente bem diferentes no comportamento.


Hoje, encontro uma notícia através do site da CBN que diz ser normal em cidades como o Rio de Janeiro, pessoas com uma nova profissão, a de Personal Friend, fazendo anúncio nas páginas do jornal "O Globo" desse domingo. Importante lembrar que personal friend não tem nenhuma relação à atividade de garoto de programa, mas sim para acompanhar, principalmente pessoas da terceira idade à shows, teatros, cinemas, festinhas ou quem sabe um velório, mas sempre guardando o respeito e educação. Descobri até este personal aqui para vocês verem que não estou inventando lorotas.


Este mundo, apesar de super populoso e cheio de atrações, ainda tem a solidão para muitos e dentre esses há também os que não conseguem 'trabalhar' muito bem esta situação, por isso alguns reclamam e vivem assim para sempre, e outros, como esta senhora, tomam uma medida e vão à luta e não estão nem aí para o que pensam ou não. Acho isso de uma fibra e vontade de viver fantásticos! Gostaria de num futuro, se a solidão vier me fazer companhia, que eu tenha essa determinação e coragem, não quero ficar reclamando e choramingando pelos cantos, quero aceitar as alternativas e novidades, me integrar sempre com o mundo.
E você, o que acha disso tudo?







18 comentários:

gabriela disse...

Olá Beth
Olha eu se um dia me sentir sózinha acho que também vou arranjar um personal hi hi hi, cá também existe esse tipo de acompanhantes é pena é que alguns só pensem no dinheiro que as pobres senhoras têm.
Beijo grande

Lúcia Soares disse...

Beth, dificilmente assisto TV de manhã, mas outro dia vi uma reportagem no programa chato da Ana Maria Braga sobre esses acompanhantes. Inclusive o criador e uma das adeptas (uma moça faz parte do grupo) estavam ao vivo. Eles acompanham homens, mulheres, novas, velhas, quem precisar de companhia.
Triste de quem precisa de alguém pago pra lhe fazer companhia. Não quero atingir esse estágio, não! Deus me livre!

Ivana disse...

Beth, eu acho válido! Se não agride, não maltrata, mas ao contrário, me deixa feliz, por quê não?! E olha, acredito sinceramente, que um personal friend possa tornar-se um real friend! E porque não até um real friend for the rest of our life!
Beijos!

Elianne Goff disse...

E como nos velhos tempos , a mocinha ( sinhazinha ) sempre tinha uma mucama, que a acompanhava , ajudava ate ela se vestir e tudo .
Nos tempos de hoje onde ha muito individualismo , pagar alguem para nos ouvir , ir a eventos , fazer este servico , soa normal se for no caso como desta senhora ,
as vezes fica mais facil contratar alguem que pedir favores , tudo e uma questao de circunstancias , nao sou contra , e realmente uma alternativa nesses tempos modernos , com tantas pessoas e diferentes estilos de vida e necessidades.
Apesar de eu ser muito familia , nem todo mundo tem a familia disponivel o tempo todo.
Inovacao dos velhos tempos como citei acima , a diferenca toda que as mucamas eram escravas e obrigadas a prestar este servico, alem de viverem na casa com a sinha e bem ou mal faziam parte da intimidade familiar . Gostei, boa reflexao Beth !!!

bjs,

Lu Vaz disse...

ai amiga, não sei. não sei nem de mim, e to tentando ser menos julgadora com o outro. se ela resolveu a sensação de solidao assim, que seja!

eu, euzinha, acho que prefiro a companhia de amigos, de amores, enfim..cada um na sua, ne??
bjao!!

Dani dutch disse...

OI Beth, tudo bem?
Beth e aqui na Holanda que os pais, são largados nos asilos, aqui o individualismo é muito grande, os filhos crescem e logo os pais ja colocam eles pra fora de casa... isso é muito triste, porque depois na velhice, os pais estão na maioria das vezes nos asilos, e me pergunto pra que tnta frieza?
Para as pessoas que não tem com quem contar da família ou amigos o Personal Friend é uma boa, mas espero nunca precisar dele ..
bjusss

Unknown disse...

Não sou contra,mas no meu caso,gosto de ser independente.Sou viúva e não quero ser um peso para os filhos.Sou cadastrada em 2 empresas de taxi para qualquer emergência,mas de dia pego metrô e ônibus numa boa.

Sonia H. disse...

A que ponto chegamos, não é, Beth?
Uma cidade tão grande como a nossa está repleta de gente que vive só.
Sinceramente, se um dia eu precisasse de um 'personal friend', com certeza eu iria fazer uso desse serviço sim - por que eu não consigo me imaginar totalmente sozinha, Beth. Sozinha, no sentido de solitária, entende.
Beijos,

Beth/Lilás disse...

Oi Gabriela!
Você disse tudo, o problema é quando ficam de olho na grana das senhoras e isso pode ocorrer por aqui também, caso esta profissão cresça muito.
beijão

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Oi, Lúcia!
Poxa não vi este programa, às vezes tomo café de manhã e ligo a tv, mas não vi nada.
No entanto, acho que mais triste é quando colocam seus velhos jogados num asilo ou quando a pessoa envelhece e só fica reclamando e invejando os outros e não toma providências de mudanças.
beijos
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OI, Ivana!
Você já é cheia de esperanças, menina!
Mas, tá bom, melhor assim que ver só a coisa pelo lado preto da vida, né.
beijos
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Oi, Elianne!
Pois é, nem todo mundo tem a família por perto ou dá atenção quando a pessoa envelhece e se a mulher é independente, dona do seu dinheiro, acho que é válido sim.
beijocas

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Oi, Lu!
Sim, cada um vê a situação como se encaixaria no seu modo de viver e pensar a vida, né mesmo!
Mas, o legal é o que vc disse: "e to tentando ser menos julgadora com o outro". Serve para mim, principalmene e é o que estou tentando com esta e outras reflexões sobre a vida.
beijocas

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Oi, Dani!

Tá vendo, você como convive vendo isso em grande escala por perto, sabe como revoltam essas coisas!
Agora, imagina uma mulher idosa, com a cabeça boa e grana na bolsa se vai aguentar ser jogada num asilo!
beijocas
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Oi, Osinete!
Que prazer você por aqui!
Então, você é uma das inúmeras senhoras que conheço aqui no Rio e que saem à luta, vão ao cinema sozinha, bares e restaurantes.
Acho isso uma delícia!
beijos
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Oi, Sonia!

Eu entendo perfeitamente o que você quis dizer com "sentido de solitária", também não me encaixaria nele, pois apesar de adorar as vezes uma solidão, para pensar, ler, ouvir música, adoro também sair e bater papo com amigos.
Pensamos juntas minha irmã carioca.
beijos

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RoCosta disse...

Nunca é uma palavra que não deveria existir, Beth. A gente pode achar uma coisa agora, mas na hora de uma contingência outra. Eu, hoje, vou a cinema sozinha sem nenhum problema, mas se um dia precisar por que não?
Beijos muitos!

Ciça Donner disse...

Acabo de descobrir minha nova profissao!!!

Mana, aqui tem muuuuito disso, com anuncios no jornal e tudo. Sao senhores e senhoras idosos pagando para algum estranho ir lá ler o jornal pra eles duas vezes na semana pq a familia nao tem tempo.

Eu acho triste pl lado da familia, a acho MARAVILHOSO a vida encontrar uma forma de continuar se socializando!

Beth/Lilás disse...

Oi, Ro!

Perfeito! Isso mesmo!
Quer ver uma coisa banal? Minha mãe não consegue se adaptar muito às coisas modernas e ela tem 78 anos, mas por mais que eu apresente um novo produto de limpeza, menos agressivo, bio degradável e tudo o mais, ela vive dizendo que o Minerva ou ODD eram melhores e que só gosta deles. Não gosta de mudar e por isso, sinto que sofre mais em pequenas outras coias na vida.
São as tais cabeças que param num tempo e só aceitam aquilo que conheceram tempos atrás.
Sou como você, o que não posso fazer com o marido e se for de minha alçada, faço sozinha, sem neuras.
beijos
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Oi, Ciça!

Ahahahha, acho que vc daria uma bela e divertida personal friend!
Eu sei, isso aí é primeiro mundo mesmo!
Mas, aos pouquinhos está chegando aqui na terra dos tupiniquins.
beijão

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Liza Souza disse...

Ei Beth!
Vi uma reportagem no programa da Ana Maria um dia desses. Na minha opiniao eh muito triste voce ter que pagar para ter um amigo do lado, para ter uma companhia. Acho que isso só mostra que cada vez as pessoas estao mais sozinhas e preocupadas apenas consigo mesmas. Ninguem encontra tempo para se dedicar aos outros, principalmente aos idosos. Particularmente acho isso muito triste.
Beijos

ML disse...

Essa história de "personal" isso e "personal" aquilo já deu, né?
Que personal friend é esse que recebe diária?
Não é mais digno contratar um acompanhante, termo antigo , mas muito mais digno?
Que mania de glamurizar o cotidiano até mesmo o mais caótico.

Há mesmo um excesso de carência....


bjnhs

Luma Rosa disse...

Eu prefiro assim do que jogados em casas de saúde. As pessoas idosas precisam de companhia, nem que for só para conversar. Quando eu era mocinha, lia para uma senhorinha que tinha perdido a visão. Eu morria de dó e me prontifiquei. Olha, ela tinha uma biblioteca excelente!! (rs*) - Minha avó tinha uma enfermeira que a acompanhava para todo canto. De tanta convivência, também participava dos eventos que a minha avó tinha que estar presente. Agora chegou a vez da minha mãe, que necessita de companhia constante. Mas como este caso, é bem diferente, pois contratar somente para sair é estranho. Sobre professores de dança contratados para animar festinhas de idosos, isto já tinha conhecimento. Beijus

Ursinhu da Juh =] disse...

Beth!! voce tem toda razao, esse negocio de parar no tempo e só esperar a hora da morte nao esta com nada. Temos que ter coragem e animo para viver em todas as fases da nossa vida, que isso agora kkkk. Como fazer pra curtir ai ja é outros 500 o importante é nao dar atenção a opinioes destrutivas e nao ficar ao leu fazendo nada alem de choramingar ne



bjuuuu
fica com DEUS =]

Beth/Lilás disse...

Oi, Liza!
Parece que é isso mesmo, ou melhor, no ocidente as pessoas idosas não teem vez e muitas vezes são relegadas a segundo plano, principalmente pelos mais jovens, então a saída tem que ser algo assim parecido, né.
beijos

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Oi,ML!
Menina, o negócio virou profissão e como vc sabe, brasileiro adora termos americanizados e aí glamourizam as coisas que nem nas novelas do Manoel Carlos atual.
beijocas

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Oi, Luma!
Eu também já li para uma senhora idosa e fazia outras ajudas, como levar todo mês para compras no supermercado e não cobrava nada, era di grátis.
beijocas

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Oi, Ju!
Você, coo jovem, vê a coisa de uma maneira bem mais simplificada e encaixa legal tudo isso, mas para muitos ainda causa espanto.
Vamos ver como isso irá se tornar com o tempo, né.

Olha, eu tento comentar no teu blog, mas aquele modo de comments que você e outras teem, não aceitam de jeito nenhum meu login pelo google, não sei o que é.
Dá pra mudar o modo lá no seu layout?
beijão

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Wilma disse...

Beth dps voltarei paraler melhor o post, achei m.interessanteo que disseram. Já tinha ouvido/lido sobre o assunto e pensei se há quem precise, por que não? Isso já existia na prática, parece que agora que está formalizado e divulgado como tal. Sei de uma mulher moradora desde sempre em Ipanema, com 83 anos mas cabeça e corpinho de 50, nunca trabalhou na vida, tudo que tem foi herança dos pais, casou-se duas vezese o último investiu tão bem que ainda sobrou pra ela viver ora aqui e ora em outro país, e ela tinha/tem um personal friend quea acompanhava em tudo, dirigia seu carro, mas ela fingia que era seu namorado, e ele contava a realidade que era apenas acompanhante...isso acontecia há uns dez anos atrás. É a evolução dos tempos, apenas acho que deve-se ser levado em conta ocaráter e a índole do profissional. Não vejo nenhum mal...Beth vc precisa rever s/conceito sobre "asilo", hahahaha que talum post sobre?!!!