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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Uma coisa que deu certo


Alguém aí se lembra de quando o seu salário era assim: 2.500.000,00 - dois milhões e quinhentos mil cruzeiros, parecia que era dinheiro às pampas, né! E a cada dia que se ia nos supermercados os produtos estavam com um preço diferente e tinha sempre aquele cara com uma maquininha temível nas mãos, remarcando, em geral prá cima o preço e então, o que a gente fazia, heim?
Comprávamos latas e mais latas de alimentos que estavam com os preços razoáveis e enchíamos a despensa como se uma guerra nuclear fosse acontecer no mundo por aqueles dias. Eu tinha até freezer na época, por que a carne também era estocada e eu vivia buscando saber onde tinha ofertas melhores, através dos jornais e panfletos. Nossa inflação era uma vergonha e doía, principalmente, no bolso do menos favorecido, o pobre sofria demais e a ajuda era, quase sempre nós, o povo, a classe média que dava aquelas pessoas. Podíamos ter a carteira cheia de notas, mas era dinheiro fraco e que pouco comprava e muito nos preocupava, pois o que adiantava poupar se não rendia, se o monstro da inflação corroia nossos pequenos sonhos.

Hoje, passados 15 anos da implantação do Plano Real no Brasil, mérito de uma equipe formada pelo então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que talvez por esta razão fora eleito o novo presidente depois do "topetinho mineirim", Itamar Franco, o nosso país está numa condição mais confortável e mais estabilizado, concorrendo com países como China e Índia e é considerado pela comunidade fiananceira internacional como uma economia segura. Sempre me lembro da confusão que fazíamos ao tentar comparar os preços passando para o real, pensei até que não iria dar certo. Uma URV corresponderia a 1 dólar, lembram?

Eu nunca votei no FHC, nem neste que aí está, sempre voto naquele que perde, não sei porquê, talvez por não confiar nestes que aparecem se candidatando com um grande aparato de mídia e dinheiro prá gastar. Mas, o fato é que a tacada do FHC foi certeira e pensando num futuro e não no imediatismo que vemos os governos hoje em dia, fazendo e querendo resultados para seu próprio governo, nunca pensando no futuro e em planos de longo alcance para se conseguir coisas boas para o povo e o país.

Fico contente de não precisar levar na carteira aquele monte de dinheiro que era e que valia tão pouco e lembrei-me de falar sobre isto, não por causa de um ou outro político que, na verdade, abomino todos, tudo farinha do mesmo saco, mas sim pelo fato de que devemos falar coisas boas que acontecem aqui dentro e não só o de sempre e que tanto tira nossa auto estima.

Mas, cuidado, o juro alto ainda é nosso grande vilão e as notinhas de 100 reais são difíceis ainda de se ver na carteira e quando se tem uma nas mãos, quando trocadas, parece água escorrendo pelos dedos, já repararam nisso!


O Plano Real não tem partido político, suas bases nasceram no governo Itamar Franco, foi lançado no de Fernando Henrique, consolidado no de Lula e dele se beneficia o povo.
(Gilberto Braga)


Quando a gente é de oposição, pode fazer bravata porque não vai ter de executar nada mesmo. Agora, quando você é governo, tem de fazer, e aí não cabe a bravata.
(Presidente Lula (Ipsis litteris) assumindo em encontro com empresários que fazia oposição)
(Wikipedia)

Se quiser saber mais sobre este assunto, veja:

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/plano-real.jhtm
http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200906291200_RED_78186535
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_Real



11 comentários:

Anônimo disse...

ahhh...
isso acontece com a nota de 100 dolares tambem.. sempre que tenho uma na carteira, evito ao maximo "quebra-la", pois sei que o dinheiro vai sumir rapidinho...
kkkkkk
coisas da economia...
beijinhos.

Lúcia Soares disse...

É, Beth, realmente não se tem saudades daquela época. Tudo era uma loucura. E nós, com 3 filhos estudando em escola particular, só o marido trabalhando, não era fácil. Contudo,a economia era caótica mas a vida era mais tranquila, em matéria de violência,por exemplo. Mas cada tempo com seus percalços. Hoje a classe média está sacrificada mas pelo menos as pessoas de baixa renda estão respirando um pouco melhor. Só o que nunca dá certo é a saúde púbica.

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Beth,
Felizmente aquele tempo da alta inflação terminou.
E, como disse a Lúcia, embora a classe média seja a mais sacrificada, a de renda mais baixa está conseguindo se planejar melhor.
Beijos.

Lucia disse...

Eu sai do Brasil antes do Real ser implementado, mas me lembro dos cruzeiros e cruzados. Das notas de mil e pouco que na verdade nao valiam muita coisa.

Na verdade eu nunca tenho dinheiro na carteira, nenhum centavo mesmo, pois uso meu cartao do banco pra absolutamente tudo. Se alguem quiser me roubar um dia vai estar fufu, pois eh so ligar pro banco e cancelar todos os cartoes imediatamente.

Ao visitar o Brasil dessa ultima vez, ate me senti mal carregando dinheiro pra cima e pra baixo, nao estou acostumada com isso e me deixou nervosa.

E sabe o que eu achei mais estranho? Foi a maneira de como as pessoas ou lugares dao o troco ai. Se estivesse faltando uns centavos ou mesmo um real, o restaurante nao cobrava ou exigia que o pagamente fosse completo ou entao nao me davam o troco de alguns centavos (o que eu fazia questao de receber, ate minha amiga me explicar). Nunca vi isso.

bjos

Mírian Mondon disse...

Oi Beth,
Sua visita no Café é sempre uma alegria!
Excelente postagem, e muito bem lembrado.
De todos os povos que conheci o brasileiro é o que mais fala mal do proprio país. É verdade que temos muitos problemas mesmo, e que a corrupção é de adoecer qualquer um.
Mas precisamos fazer o que voce fez.
olhar o que temos e o que já aconteceu de positivo. O mundo tem falado cada vez melhor do Brasil. O fato de fazer parte do BRIC devia orgulhar os brasileiros, mas vi poucos falando disso e por pouco tempo.

Parabens Beth, muito bom texto!
Beijos e ótima semana!

Ana disse...

Puxa! É mesmo!
Eu tinha dúzias de latas de óleo, leite condensado, creme de leite, atum, compotas! Heheheh!
Que mão de obra comprar e armazenar tanta comida!
Temos que reconhecer e valorizar cada conquista... É mérito de todo aquele que se sacrifica a cada "plano econômico" e paga impostos até para respirar!
Aliás, baixaram alguns impostos e as pessoas correram para comprar eletrodomésticos...
Temos um longo caminho pela frente, mas desesperar, jamais!

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Beth, bom dia!!!

Por aqui se fala muito bem do Brasil e no quanto ele está superando as dificuldades. Brasil é melhor visto que Argentina;

Apesar dos brasileiros falar mal do Lula, ele por aqui é muito bem visto como aquele que mesmo sem instrucao, está levando bem o Brasil.

Um beijo

Fernanda disse...

Eh mesmo, eu me lembro que tinha 11 anos de idade quando estava ajudando minha mae a calcular comigo no mercado o URV...faz tanto tempo! A inflacao era terrivel.
Bjos!

aminhapele disse...

Uma "estorinha" minha amiga:quando era miudo,calculo que aí pelos 10 anos,meus Pais levaram-me num cruzeiro,até Marrocos.
O barco era italiano.Meu Pai deu-me uma montanha de liras.Eu sentia-me um super-milionário!
Minha Mãe disse-me que eu tinha que cortar o cabelo.A contra-gosto,lá fui ao barbeiro do barco...
Quando acabei,perdi os cabelos e aquela montanha de liras!
Um abraço.

Beth/Lilás disse...

Rui,
Esta ilustração está ótima para referenciar o que era este 'monte de dinheiro'. Ri muito!
abraço

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Dani dutch disse...

Beth, eu também tiro o chapéu pra isso, pois escuto minha família comentar como era díficil as coisas naquela época.
E uma coisa que fico mais alíviada é que estão melhorando as coisas pra quem não tinha nenhum prato de arroz com feijão.
Bjusss