.....................................................................................................................................................................Porque não só vives no mundo, mas o mundo vive em ti. .....................................................................................................

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A beleza e transformação do corpo feminino revelados pelas imagens.



No mundo moderno a arte se expandiu tanto que ultrapassou limites fora o tradicional, ela tem sido expressa através de história, emoções, valores estéticos, de beleza, feiúra, harmonia, desarmonia, equilíbrio e até mesmo desequilíbrio.
O ser humano foi e ainda é o foco da grande arte, desde a beleza irretocável de um David de Michelângelo ao corpo feminino e a complexa essência que ele encerra.

Muitas mulheres fotógrafas hoje em dia estão trabalhando neste sentido, ou seja, de ir além das técnicas e estéticas das imagens, desconstruindo paradigmas, fazendo as pessoas descobrirem além do que já tem sido mostrado e reduzido a puro artefato de consumo. Enfim, mostram através da fotografia, a fascinante e inspiradora beleza do feminino.

Foi assim que descobri as imagens da talentosa fotógrafa abaixo e trouxe para dividir com vocês  a sua bela e sensível arte, que serve para lembrar-nos de que o corpo da mulher é portador de história, cultura e singularidade, um símbolo de transitoriedade e que faz de nós, maravilhosas e eternas artes vivas.

A finalidade da arte é lavar a poeira da vida cotidiana de nossas almas.
Pablo Picasso 

Jardim Florido é uma série da premiada artista/fotógrafa Alexandra Sophie, que representa as diferentes idades de uma mulher.
A artista quis através delas, demonstrar a harmonia do nosso corpo e sua natureza majestosa.
Alexandra não quis generalizar a feminilidade, dizendo que somos criadas para seguir uma linha específica e acabar fazendo bebês. Não, pois nem sempre temos que passar por todas estas etapas, obviamente, lembrando que algumas optam por não serem mães e outras não podem por razões físicas, mas não se pode negar a falar sobre isso. A grande maioria de nós, felizmente, tem este poder incrível de hospedar a vida em nosso ventre, no entanto, sejam quais forem as escolhas de vida e histórias pessoais, todas, nós, somos seres fantásticos!


A primeira foto é chamada de solo virgem; 

A segunda, chamada Mûres, tanto significa "amoras" ou "maduro", representa a puberdade e os primeiros períodos; 

A terceira é chamada de ovos quebrados. Os ovos partidos representam a perda da virgindade. 

A quarta foto é chamada de flor no jardim e representa uma mãe com seu jardim interior e fértil.







Imagens Tumblr.




Visite a página da artista, AQUI.

Visitem também a página da amiga Lola, fotógrafa brasileira que vem inovando com suas fotos cheias de magia - AQUI.

Tem também a Rosane Castilhos com sua visão sobre a vida familiar, crianças, comidas e animais.
Verifiquem AQUI.

E neste outro, a beleza das fotos de casamentos feitas pela amiga Lúcia Cintra - AQUI












terça-feira, 23 de setembro de 2014

Gracias a la vida!


"Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar!  E se um dia hei de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder . . . para me encontrar . . ."
-Florbela Espanca -

Poder viver e ver mais uma estação do ano chegando é uma dádiva a que deveríamos agradecer de joelhos, pois tão linda é a vida, tão generosa em suas manifestações gratuitas para alegrar nossos corações, nossos dias. 
"Se podes olhar vê, se podes ver, repara." - disse o escritor José Saramago e cabe aqui, especialmente nesta data tão linda, em que o Equinócio da Primavera entra em nosso continente no instante em que o sol, em sua órbita aparente, cruza o plano do equador celeste. Deveríamos, em todo o país, celebrar esta data como os macapaenses que promovem em seu estado, uma homenagem ao sol, através do projeto "Brilho do Sol", e tocam, dançam e cantam, valorizando o fenômeno já que a capital do Amapá é a única cidade brasileira cortada pela linha do equador.

Imagem G1.globo

Momento em que o sol cruza o obelisco no Marco 
Zero do Equador (Foto: Fabiana Figueiredo/G1)


A primavera é uma estação realmente bonita, querida e esperada por muitas pessoas, principalmente as que amam flores, sol e céu azul. Na primavera depositamos esperanças de um novo tempo, um tempo que traduz magia e renovação com mais alegrias e cores. No inverno ficamos como as sementes, guardados, esperando o sol que vem com a primavera para romper nossa casca e, enfim, brotarmos como flores na primavera de nossas vidas.

Tenho muita saudade de alguns amigos que já se foram e não podem estar comigo em mais esta celebração da vida, e, tal qual Rubem Braga, gostaria de escrever uma carta a eles, dizendo do que vejo por estes dias, ensolarados e azuis em que mais uma primavera brota em minha vida. Obrigada meu Deus!




"Escrevo-lhe aqui de Ipanema para lhe dar uma notícia grave: A Primavera chegou. Você partiu antes. É a primeira Primavera, de 1913 para cá, sem a sua participação. Seu nome virou placa de rua; e nessa rua, que tem seu nome na placa, vi ontem três garotas de Ipanema que usavam minissaias. Parece que a moda voltou nesta Primavera — acho que você aprovaria. O mar anda virado; houve uma Lestada muito forte, depois veio um Sudoeste com chuva e frio. E daqui de minha casa vejo uma vaga de espuma galgar o costão sul da Ilha das Palmas. São violências primaveris.
O sinal mais humilde da chegada da Primavera vi aqui junto de minha varanda. Um tico-tico com uma folhinha seca de capim no bico. Ele está fazendo ninho numa touceira de samambaia, debaixo da pitangueira. Pouco depois vi que se aproximava, muito matreiro, um pássaro-preto, desses que chamam de chopim. Não trazia nada no bico; vinha apenas fiscalizar, saber se o outro já havia arrumado o ninho para ele pôr seus ovos.
Isto é uma história tão antiga que parece que só podia acontecer lá no fundo da roça, talvez no tempo do Império. Pois está acontecendo aqui em Ipanema, em minha casa, poeta. Acontecendo como a Primavera. Estive em Blumenau, onde há moitas de azaléias e manacás em flor; e em cada mocinha loira, uma esperança de Vera Fischer. Agora vou ao Maranhão, reino de Ferreira Gullar, cuja poesia você tanto amava, e que fez 50 anos. O tempo vai passando, poeta. Chega a Primavera nesta Ipanema, toda cheia de sua música e de seus versos. Eu ainda vou ficando um pouco por aqui — a vigiar, em seu nome, as ondas, os tico-ticos e as moças em flor."



Carta de Rubem Braga para o amigo Vinícius de Moraes que também morou em Ipanema e partiu antes para uma primavera eterna.