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terça-feira, 9 de julho de 2013

Aprender, encarando, errando e acertando.




Quando eu me casei e vi que tinha uma casa só minha e que as coisas ali dispostas eram para meu conforto e deleite, fiquei empolgada e quis dominar meu reino. Assim, mesmo não tendo sido preparada para ser uma dona de casa, mesmo nunca tendo cozinhado meu próprio alimento e tampouco alimentado outra pessoa, mesmo nunca tendo me preocupado com minhas roupas que, como milagre, apareciam penduradas e cheirosas nos cabides do armário e nunca ter me preocupado com as contas que chegavam e eram pagas pelos meus pais, restando-me apenas estudar, trabalhar e, poucas vezes, ajudar nos trabalhos domésticos, contudo, mesmo assim, quando eu casei , experimentei, errei, acertei e fiz o que  tinha de melhor em mim e com isso aprendi que amor, paciência e vontade, transformam a vida da gente em grandes realizações, pois só aprendemos arriscando ou tentando.

Algumas coisas que antes eu não prestava atenção e pensava que seriam impossíveis de concretizar, foram se transformando em desafios e eu quis aprendê-las, quis fazer bem feito, quis ultrapassar minhas dificuldades e, sinceramente, consegui! A cada sucesso eu me sentia feliz da vida comigo mesma.  Em pouco tempo, eu tinha minha casa nas mãos e pude, com firmeza, delegar afazeres a outra pessoa para que eu pudesse me dedicar a ser mãe e voltar a aprender coisas novas, que me trouxeram muito prazer em vê-las prontinhas e bonitas e dizer com todo orgulho - Fui eu que fiz!

Aprendi a cozinhar com livros que fui comprando e experimentando, naquele tempo ainda não tinha internet e estes blogs maravilhosos recheados de receitas, tive então que aprender na marra, errando receitas, insistindo e me deliciando quando dava tudo certo. Assim como para a própria experiência da maternidade, tive que aprender com erros e acertos e alguma pequena ajuda das revistas sobre este tema, e hoje vejo como são muitas as trocas e experiências que as moças têm através desta maravilhosa rede de comunicação virtual, acho que por isso elas são tão espertas e bem resolvidas.

Aprendi também a passar muito bem uma roupa, pois gosto dela bem apresentável e com isso,  também pude ensinar e dizer a uma ajudante doméstica como eu queria ou gostava.
Fiz cursinhos rápidos de decoração e artes e um desses foi de tapeçaria, eu sempre adorei tapetes e abajoures nas casas, acho que são peças fundamentais para trazer beleza e aconchego ao ambiente, então resolvi fazer os tapetes arraiolos que enfeitaram minha primeira casa e que até meu filho, ainda pequenino, gostava de fazer comigo, pegava a barra enquanto eu ficava com o miolo, eram tão bons aqueles momentos ali de nós dois juntinhos, criando e unindo-nos em afeto.
Aprendi a pintar a óleo e enchi paredes na minha casa na montanha, estão lá até hoje, relembrando um tempo calmo, de tardes longas no atêlie de dona Lourdinha, minha professora querida e pintora de mão cheia. Não são pinturas de cunho artístico, apenas de cunho simbólico para mim mesma e de uma época em que eu queria me expressar de alguma forma. Tempos sem Internet e com sobra para criatividade.
Depois aprendi a forrar caixinhas e tudo que via pela frente com dècoupage, fiz um monte delas, presenteei amigas e família, enfeitei a casa com algumas e, repentinamente, enjoei-me e dei por encerrada minhas "artices".
Resolvi aprender um pouco de jardinagem e comprei livros, fui a dois pequenos cursinhos lá na serra, plantei árvores, mudei canteiros e vasos, e ainda mexo no jardim a cada 15 dias, me dá muito prazer e um relaxamento total na alma.
Um dos melhores aprendizados da minha fase adulta foi, principalmente, a informática, e a cada aula que eu tinha, corria para meu computador e refazia os exercícios, fuçava dali e daqui e aprendi muito sozinha, na descoberta mesmo. Me realizava brincando com o photoshop e enviava para amigas ou familiares.
Retornei às salas de aula por dois anos aqui nesta cidade, na tentativa de acender a lembrança das aulas de francês que eu havia iniciado na juventude pela Aliança Francesa e, mais uma vez, senti a delícia de reaprender algo e me entrosar com outras pessoas.

Conclusão: Aprender é um verbo que não deve ficar no tempo da infância, adolescência ou juventude, pois até mesmo na idade adulta é tempo de estar aberto ao conhecimento, mesmo se o aprendizado for para coisas simples da vida, o que importa é se a vontade é sincera, sem vergonha e sem pensar que é impossível, pois todo o tempo é para o conhecimento e engrandecimento da mente e, consequentemente, do próprio espírito. 



Você sabia?

Você sabia que foi aos 66 anos que Michelangelo concluiu o afresco "o juízo final", na capela Sistina, em Roma?

E que aos 77 anos o astronauta John Glenn voltou ao espaço, para mais uma viagem?

E você sabia que envelhecer com dignidade é ter sempre em mente um projeto de vida para o dia que ainda não nasceu?

(Momento Espírita)



26 comentários:

chica disse...

Beth, falaste tudo!
Saímos das nossas casas paternas e chegamos na nossa. Nada sabemos, mas nem por isso, deixamos de fazer. Fomos aprendendo, errando, refazendo.

Com os filhos, nenhum veio com manual...

E o tempo passando e nós fazendo, aprendendo e até hoje, a cada dia aprendo um pouco disso e daquilo e assim temos que ir e seguir. Quando perdermos essa vontade que nos move, aí sim ,estaremos velhos e caídos, entregues. Por isso, vamos que vamos, futricando daqui e de lá,rs

beijos,lindo dia,chica

Selma Helena. disse...

Oi Beth!

Bela lição. Aprender é possível e necessário seja em que idade ou etapa da vida for.

E com paciência , boa vontade e amor tudo é possível.

Beijos!

Selma

Pitanga Doce disse...

Eh, Beth que bateu uma nostalgia, né não? A gente fica aqui lembrando do que já fez o que ainda há de bom para fazer e vai buscar lembranças de antigamente...

Aprender é um verbo para ser conjugado sempre, até porque, como diria o Raul:

"Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo"

beijos e aproveita este Inverno que chegou!

Wanderley Elian Lima disse...

Oi Beth
A vida é isso mesmo, feita e acertos e erros, assim crescemos espiritualmente e nos preparamos para as diversidades.
Bjux

Ana Paula disse...

Beth, fui imaginando cada tela, tapete, caixinhas forradas, uma torta saindo do forno... Aprender sempre. Sempre podemos em qualquer idade.
Minha mãe sempre me dizia: primeiro você precisa saber fazer para se precisar, delegar a outra pessoa.
Lindo post. Um beijo!

Cristina Pavani disse...

Ah Betinha, que post maravilhoso...
Eu que faço intermináveis cursos (a trabalho) me senti mais reconfortada.
Voltei no tempo e revivi o curso magistério, a faculdade. Naquela época, eu e as colegas, idealizávamos nossa profissão.
Passei tanto perrengue que não aprendi nos cursos, mas sim na escola prática.

Beijin procê.

Calu Barros disse...

Betinha,
sou altamente suspeita na defesa destas afirmações, mas assumo o risco e assino abaixo de tuas tão suaves e animadoras declarações;é sim, conforme vc aponta__ é fazendo que se aprende a fazer, é tentando que chegamos ao acerto, é pelo ensaio e erro que surgem as revelações assertivas, é buscando saber que se aprende, é acreditando poder que realmente podemos...

Cerro fileiras contigo nestas muitas realizações ao longo da vida, espelhadas em cada aprendizado.
Me vi em tuas bem traçadas linhas, amiga.Bom demais!

Um abração nesta tarde friinha.
Calu

Anne Lieri disse...

Beth,sou da opinião que estamos nessa vida pra aprender tudo e em qualquer idade,não importa!Aprender sempre é bom!Adorei saber todas as coisas que aprendeu e tiro o chapéu pra vc!Gostei demais da leitura.bjs,

Teredecorando disse...

Olá Beth,
Nossa...Fiquei aqui lembrando quando sai da casa da mamãe para assumir o meu papel de administrar a minha. Ah!!! Quanta coisa temos que aprender...Erros e acertos...
Eu sempre fui animada para fazer cursos e buscar conhecimento. No momento estou precisando fazer algum para despoluir as ideias do dia a dia, pois esse lance de ser dona de casa é algo que consome até os neurônios. kkkkkk
Beijos mil

Maria Célia disse...

Ei Beth
Nossas histórias têm bastante coisas em comum, o casamento sem saber muito pouco de como viver a dois, gerenciar uma casa, trabalhar fora, cuidar do marido, cozinhar então era um horror.
Mas com o tempo fui aprendendo daqui e dali, com meus erros, me esforçando para melhorar, até atingir um ponto bastante satisfatório, mas longe de me sentir acomodada.
Belíssim texto o seu, gostei imensamente.
Beijo

cucchiaiopieno.com.br disse...

Querida amiga
Quando casei-me também não sabia cozinhar, mas a busca pelo meu aprimoramento foi incessante e hoje tenho até o meu bloguinho de culinária - hehehe!
Realmente nos dias de hoje temos a grande ajuda do mundo virtual para qualquer dúvida.
Não sabia que você era assim tão prendada! Quantos cursos e estudos! Está explicado porquê você é muito criativa e sensível quando escreve.
Aprender sempre!
Um grande abraço
Léia

Elisa T. Campos disse...

Beth

Que lindo relato.
E isto quase sempre acontece quando nos tornamos dona de casa. Sem tempo para fazer muitas coisas por trabalhar fora, sempre gostei também das artes.
Não me canso de olhar seu dècoupage. Quando ia comprar telas na Casa de Arte, sempre prestava atenção de relance as oficinas de aula . Até que um dia resolvi fazer com fotos em 3 dimensões. Também foi só uma fase.
Adorei sua postagem.
E não me canso de olhar sua artice,pois me faz lembrar também das minhas.

Um lindo dia para você.

Márcia Cobar disse...

Betinha,
Reparei que suas "artices" eram sempre compartilhadas com as pessoas que eram/são importantes pra você... E sua "artice" atual é compartilhada com tantos leitores que são tocados pela sua escrita...
Que texto lindo, amiga carioca. Parece que em parte, a vida nos prepara, em parte, nos preparamos pra vida. E o denominador comum deste preparo é o aprendizado.
Adoro fazer um curso também, interagir com pessoas diferentes, pegar um pouco delas e deixar um pouco de mim...
Beijo querida!
Márcia

Maria Luiza disse...

Seu relato é tocante e real! As experiências de dona de casa iniciante sejam agradáveis ou não, só nos enriquecem e nos ajudam a superar todo e qualquer desafio! Hoje eu amo demais cuidar da casa, das plantas de tudo! Trabalhei fora até me aposentar, agora vivo para a minha casa! Beijos, Beth!

Bombom disse...

Adorei acompanhar a tua evolução na vida adulta e autónoma que é a da dona de casa, esposa e mãe que tem de desbravar sozinha os trabalhos que se lhe apresentam pela frente!
O importante é o Querer e o Acreditar que somos capazes!
Eu tive uma experiência de vida completamente diferente: por circunstância várias tive de ser responsável aos 10 anos pelo 8º irmão e aos 11 tinha de fazer a comida para 12 pessoas lá em casa. Por isso, quando me casei nada me metia medo. Mas é uma experiência que não desejo a ninguém!
Ontem deixei um link no Meu Estaminé para as amigas brasileiras, não sei se viste, porque já foi depois da tua visita.
Beijinhos da Bombom

Priscila Ferreira disse...

Dinda hoje você já é expert em tudo!
Já comi da sua comida e posso afirmar que é ótima! E já fui na sua casa e posso afirmar que é linda! :)
Saudades de você! quando vamos nos ver?
beijos :)

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Beth,
Isso é sabedoria.
Ir atrás das coisas, procurar sempre novos aprendizados, estar sempre com projetos.
Vida plena.
Beijo.

Regina Rozenbaum disse...

Nooossa Bethita que moça mais prendada você se tornou! Já percebia seja nas suas postagens aqui, comentários, FB, seu esmero em tudo. Passar roupas? Afff sei não, mas continuo desamassando as tais. Aliás, foi bem recentemente (uns 02 anos)que me tornei doméstica, fazendo tudo aqui em casa. Sempre tive fiéis escudeiras e aprendi com minha mãe a solicitar e ensinar como queria todo o serviço. Ficava com a parte boa: arrumar uma bela mesa, fazer os arranjos florais (uma paixão), mexer na decoração, etc. Não posso dizer que agora estou "feliz" nesse lerê (lavar, passar, faxinar, cozinhar, etc)mas é o que tenho no momento e encaro numa boa. Quer dizer: tem dias que xingo um bocado rsrs De tudo é bem isso que vc escreveu...aprendendo todos os dias e envelhecendo poderosas!
Beijuuss amaaada

Sandra Portugal disse...

Nossa ....já estava encantada com seu texto..fiquei maravilhada com a conclusão!
Linda mensagem, linda!!!
bj Sandra
www.projetandopessoas.com.br
#projetandopessoas
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Gina disse...

Beth,
Identifiquei-me muito com seu relato. Meu tempo antes do casamento também era dedicado aos estudos e trabalho. Fui aprendendo no ensaio e erro.
É tão bom aprender e vamos assim para todo o sempre! Não devemos desanimar.
Gostei de te conhecer mais um pouquinho.
Bjs.

Yasmine Lemos disse...

Aprender é uma questão de vontade e amor.E nos lugares menos prováveis as coisas se transformam de forma inacreditáveis.beijo Beth!
bom dia

Bia Jubiart disse...

Beth., que texto apaixonante!
Realmente, a cada projeto novo eu e maridão rejuvenescemos! E a vida é um eterno professor...

Bjosssss

Toninho disse...

Otimo depoimento neste refazer as vida no tempo, para entender e viver bem o envelhecer, que é uma arte a ser perseguida Beth.
Muito bem, gostei de acompanhar cada evolução.
Meu abraço com carinho.
Bjo

pensandoemfamilia disse...

Como diz o ditado popular: Vivendo e aprendendo. Quando me casei levei um livro com receitas construído pela minha irmã mais velha, com o passo a passo para tudo, pois não sabia nada de cozinha.
Utilizei quando necessário, mas não gosto de cozinhar. Conhecer, estudar, pesquisar me movem na vida.
Assim vou vivendo e aprendendo.
bjs

Ana disse...

Me identifiquei muito com o teu início de vida de casada. A mesma inexperiência e a mesma vontade acertar e criar um doce lar, bom de se viver, bonito...

E, como vc, continuo com vontade de aprender. Apesar de todos os erros, tentativas e desistências, de muitas coisas que me propus a fazer, os acertos me deixam feliz...

Muito bom te ler!

Luciana disse...

Oi Beth,
estou voltando pro mundo dos blogs. Apareco aqui e vejo tanta coisa linda no seu. Quando chegar em casa vou me deliciar com as imagens e palavras.

Beijo