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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Aprendendo com os indígenas.

-Pinterest-

O Silêncio 


Não temos medo dele.

Na verdade, para nós ele é mais poderoso
do que as palavras.
Nossos ancestrais foram educados
nas maneiras do silêncio e eles
nos transmitiram esse conhecimento.
“Observa, escuta, e logo atua”, nos diziam.
Esta é a maneira correta de viver.

Observa os animais para ver
como cuidam de seus filhotes.
Observa os anciãos para ver
como se comportam.
Observa o homem branco para ver
o que querem.
Sempre observa primeiro,
com o coração e a mente quietos,
e então aprenderás.
Quanto tiveres observado o suficiente,
então poderás atuar.

Com vocês, brancos, é o contrário.
Vocês aprendem falando.
Dão prêmios às crianças que falam mais na escola.
Em suas festas, todos tratam de falar.
No trabalho estão sempre tendo reuniões
nas quais todos interrompem a todos,
e todos falam cinco, dez, cem vezes.
E chamam isso de “resolver um problema”.
Quando estão numa habitação e há silêncio,
ficam nervosos.
Precisam preencher o espaço com sons.
Então, falam compulsivamente,
mesmo antes de saber o que vão dizer.

Vocês gostam de discutir.
Nem sequer permitem que
o outro termine uma frase.
Sempre interrompem.
Para nós isso é muito desrespeitoso
e muito estúpido, inclusive.
Se começas a falar,
eu não vou te interromper.
Te escutarei.
Talvez deixe de escutá-lo
se não gostar do que estás dizendo.
Mas não vou interromper-te.
Quando terminares, tomarei minha decisão
sobre o que disseste,
mas não te direi se não estou de acordo,
a menos que seja importante.
Do contrário, simplesmente ficarei calado
e me afastarei.
Terás dito o que preciso saber.
Não há mais nada a dizer.
Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.

Deveríam pensar nas suas palavras
como se fossem sementes.
Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.
Nossos ancestrais nos ensinaram que
a terra está sempre nos falando,
e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas.
Muitas vozes.
Só vamos escutá-las em silêncio.


“Neither Wolf nor Dog. On Forgotten Roads with an Indian Elder”
Kent Nerburn
(Do site Orbium Coelestium)








16 comentários:

Palavras Vagabundas disse...

Esse post poderia fazer parte de "um poema numa hora dessa", risos... Achei lindo e pertinente,todos "deveriam pensar em suas palavras como se fossem sementes".
bjs
Jussara

ONG ALERTA disse...

O silêncio nos faz ouvir cada coração, beijo Lisette.

Toninho disse...

Perfeito e lindo.
A capacidade que no silencio podemos ter, se assim soubermos penetrar nele.
Há muito o que aprender mesmo,saber escutar e desta fala apurar o que vale e pesa.
Lição dada cabe entender e proceder.
Grato Beth pela ótima partilha.
Abraço mineiro de flor.
Bom fim de semana na serra.
Bjo.

Toninho disse...

Esqueci de dizer que a imagem é linda.
Voce sempre tem uma imagem perfeita para ilustrar.

chica disse...

Para ouvir as outras vozes e são tantas que falam, o silêncio se faz necessário! LINDO,Beth!

Te disse já que estás cada vez mais caprichando nas postagens? beijos,boa noite, chica

Lúcia Soares disse...

Sabedoria pura.
Gostei muito, só preciso aprender a praticar.
Beijo, Beth.

Márcia Cobar disse...

Que fantástico, Betinha. Que fantástico!
Porque o silêncio nos incomoda tanto? O comparamos com o vazio, mas o vazio é o campo que a mente observa... Depois atua!
Beijo!
Márcia

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Olá

Palavras
que despertam
do silêncio
e acordam
sentimentos
de sabedoria
em nossa vida,
são infinitamente
belas.

Que os sonhos
te enlacem a vida.

Patricia P. Galis disse...

Um texto belissimo e que me fez refletir gostei demais!!!

pensandoemfamilia disse...

Muitos bons ensinamentos, mas estamos longe de atingir esta sabedoria. Vale tentarmos sempre.

cucchiaiopieno.com.br disse...

Querida Beth
O silêncio muitas vezes fala mais do que mil palavras.
Realmente devemos aprender a escutar mais do que falar. Como diz a minha mãe, se temos apenas uma boca e temos duas orelhas, é pq temos que falar menos e ouvir mais:)
Te desejo um lindo fim de semana.
Bjim
Léia

Calu Barros disse...

Com raras exceções, a sabedoria dos povos indígenas é indiscutível e comprovadora do crescimento pessoal e ambiental destes povos.
Que mensagem oportuna, amiga:"pensar nas palavras como se fossem sementes"__ o que ao meu ver, o são!
Levarei na mente estas declarações.
Uma linda noite pra vcs.
Bjos sorridentes,
Calu

Taia Assunção disse...

Eu fico das 05:30 da manhã as 18:00 praticamente sozinha, quando o marido chega, eu falo pelos cotovelos...rsrsrsrsrs. Gosto do silêncio, gosto de ler, de escrever, de estudar e nem sempre estou com vontade de conversar, especialmente com quem eu não tenho laços fortes. Na quinta, vou na rua, de busão da empresa, onde todas as senhoras que aqui vivem, vão...coloco o fone nos ouvidos e vou e volto muda...acho que sou considerada anti social :-( beijos!

Camille disse...

Nossa......................só posso ter aqui um respeitoso silencio por tanta sabedoria. Bjos

Elisa T. Campos disse...

Cada vez mais me encanto com suas páginas. Uma delícia de se ler, belas, suaves, ternas. São textos que
leio e releio enlevado de muita ternura.

Um bom dia para você.
bjs.

Bombom disse...

Gostei muito deste post, que me fez ficar em silêncio... tão denso de conteúdo e tão oportuno!
Aprecio muito o saber indígena que devíamos escutar mais e praticar...
Obrigada por partilhares tão belos momentos. Bjs. Bombom