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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Um poema e um Sonho


Todos os dias em que ando pela cidade em que moro, observo a enorme quantidade de prédios construídos e os que ainda estão sendo feitos. As casas particulares e seus lindos terrenos com árvores frutíferas e jardins, as casas de vilas onde crianças brincavam livremente, sem grades, sem interfones, sem a parafernália que promete 'proteger' os novos moradores dos prédios modernos,  tudo se transforma em condomínios verticais, uns em cima de outros, com seus móveis, suas máquinas domésticas e seus carros.
Gente e carros em excesso, serras elétricas em excesso e varandas fechadas com vidro para proteger de toda essa poluição.
"No ano 3000
os homens já vão ter
se cansado das máquinas
e as casas serão novamente
românticas."

Ah, como eu queria alamedas verdes nesta cidade!
Ao invés de tantos carros com facilidade de IPI ou de pagamento parcelado, eu queria bondes, transportes menos poluentes e eficientes, facilidade para pedalar de bicicleta por todos os lados, sem medo de esbarrar em carros ou ser levada por uma lufada dos tantos ônibus que circulam e poluem. 
Uma cidade mais generosa de verde, de flores nas janelas, e onde as pessoas pudessem se sentir mais próximas umas das outras, facilitando as relações, as visitas, os relacionamentos amigáveis. 
"O tempo vai ser usado sem pressa:
gerânios enfeitarão as janelas,
amigos escreverão longas cartas.
Cientistas inventarão novamente
o bonde, a charrete."

Como eu gostaria de ouvir todas as manhãs ao acordar, o som de pássaros ou uma música suave pelo ar!
Seria pedir demais que tivéssemos cidades onde os homens, as mulheres, jovens, crianças, velhos, pudessem andar sem medo, sozinhos ou juntos, sentir mais a natureza de perto, se integrar nela e, ao voltar pra casa, descansados e com tempo disponível o bastante, estar com a família e amá-los?
"Pianos de cauda encherão as tardes
de música
e a Terra flutuará no céu
muito mais leve, muito mais leve."


Roseana Murray






Este delicado poema de Roseana Murray, inspirou-me a pensar e sonhar com esta cidade.
Quem sabe, um dia a teremos!




17 comentários:

Lu Souza Brito disse...

Quem sabe não é Beth?

Talvez daqui mais uns 80 anos. Acho que esta 'tecnologia' e mais alguns itens da 'modernidade' vai cansar.Os bondes talvez nao voltem, mas sabe, percebo que as pessoas estão buscando cada vez mais este processo de retorno ao simples, ao que seja natural. Conscientização e necessidade de resgatar a nossa essencia.
Partos naturais, hortas caseiras, alimentos orgânicos, filhos em contato com a terra, a natureza, os antepassados...
É um processo lento, mas nao custa sonhar.

Grande beijo.

chica disse...

Beth, emocionei-me com esse poema da Roseana...É tudo que gostaria de poder ver e viver.

Assim,eu, ao voltar das férias que estão quase acabando, não sentiria essa tristeza de deixar um paraíso.Apenas trocaria de paraíso... pena!!!

beijos, adorei o post!chica

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Beth,
Eu também queria muito que as coisas acontecessem como no poema.
Casas com quintal, muito verde, cidades tranquilas.
Como na sua, minha cidade está com um boom imobiliário terrível.
Surgem prédios altíssimos, a toda hora.
Nossos sonhos vão ficando mais distantes.
Beijos.

PSD Design disse...

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Obrigado!

Cláudia Marques disse...

Beth, faço minhas cada uma das suas palavras. Aqui acontece o mesmo, é muito triste. Não sei qual vai ser o futuro desta sociedade, mas mas tarde ou mais cedo haverá um retrocesso. Aqui em Portugal muitas famílias já estão a mudar-se para o campo, já não suportam a vida na cidade e procuram a paz e qualidade de vida que se encontra no campo. Acredito que tem muito mais vantagens do que desvantagens, eu faria o mesmo, se pudesse. As cidades modernas estão a tornar-se insuportáveis... é uma pena!
Eu felizmente vivo numa cidade pequena,que tem muitos espaços verdes e poucos prédios altos. Aqui à minha volta há imensas árvores, e é uma alegria ouvir os pássaros todas as manhãs. Quase todos os dias atiro da janela pedacinhos de pão para eles, e considero isso um privilégio. :) Quando chove ainda se pode sentir o cheiro da terra molhada, que bom! Para mim já seria difícil viver numa cidade grande e super poluída, a não ser que fosse mesmo ao lado de algum parque... mas acho que devia ser possível ter as vantagens de uma cidade grande, sem ter que pagar um preço tão alto.

Bom, agora que saí da hibernação, espero aparecer mais vezes por aqui! Apareça também por lá, espero em breve ter novidades. :)
Bjs

Calu Barros disse...

Betinha,
panorama real, mas triste este que vc nos aponta levantando-nos da morosidade dos hábitos rotineiros e trazendo á luz das idéias esta nossa cidade, nossa sociedade, nosso mundo tão moderno e caótico tornado quase impossível uma vida sem stress.
Esta vida tão lindamente traçada nas linhas de Roseana, promessa e desejo feitos em versos que trazem os sonhos.
Um lindo fim de semana p/ ti,
Bjos,
Calu

Lúcia Soares disse...

É o preço da "evolução", Beth.
Acho que só nas cidades pequenas ainda podemos encontrar um cenário assim.
O melhor será fazer o caminho inverso: sair dos grandes centros e morar no interior de cada estado. O que também, mais cedo ou mais tarde, levaria ao "progresso" e começaria tudo de novo. O problema está no número de habitantes, de migrantes, que enchem as cidades.
Acho que só nos resta sonhar...
Beijo!

Toninho disse...

E que nunca deixemos de sonhar minha amiga.O texto é uma dura reflexão de ser homem que se virou maquina.Há uma saudade das casas, das jardineiras, dos bancos ao portão.Falta romantismo e sobra solidão.
Ah, que bom seria mesmo.Mas vamos sonhar que isto é combustivel para nossa luta e alivio para o coração.
Estive passeando pelo blog da Nina e vi voce e Normas por lá falando de suas belas cidades.Ficoi legal.
Um abração e ja um bom fim de semana com paz e alegria lá em Petropolis,rsrs.
Bju.

Nina disse...

aaahh que bacana! Foto linda a das janelas. Beth, nao suporto prédios sabia? é claro que entendo a necessidade deles, é menos espaco que ocupam, né? Mas nao gosto, acho que enfeiam mt. Aqui aprendi a gostar ainda menos de predios altos, na Alemanha tem tao poucos!

E tem mt área verde. Mt mesmo. é maravilhoso qd os governos reconhecem a importancia das areas verdes pra populacao.

Um bj querida

Wilqui Dias disse...

hii só lá nos lugares bemmmm pequetitos talvez vejamos esse cenario e olha lé...poema linnndo, como sempre e vc na fotos arrasa heim?
haaa achei o link das fotos que te disse.. olha que engracado..
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tema-livre/impressionante-cinemagraphs-as-fotos-que-contemmovimentos/
xerao gelado.

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Um lindo poema, um lindo texto, uma saudade que também sinto, uma esperança que compartilho com você...
Pois é, minha amiga, andamos bem nostálgicas, não?... rs...

Beijos e lindo dia para você

Pitanga Doce disse...

Querida Beth, no momento vivo numa cidade igual a dos teus sonhos. Elas existem por aí. Pena que sempre tão longe de nós. Aqui, ainda as casas vencem em quantidade e qualidade e os prédios não passam muito de 4 andares. As noites são silenciosas e nos permitem ouvir os próprios pensamentos. Bom, isso, não? No momento estamos com 3 graus talvez, mas quem liga???

Beth/Lilás disse...

Minha Gente!

Eu não estou saudosista, sinceramente, estou incomodada.
Não suporto ver que para haver crescimento, desenvolvimento, tenhamos que viver amontoados uns sobre os outros, em cidades inchadas e com tanta terra neste imenso país.
O brasileiro tem mania de morar colado um no outro, não valoriza espaços e não se incomoda com a qualidade de vida que implica em qualidade de saúde.
Eu sei que meu sonho irá se realizar um dia, não aqui, pois já não tem muito como voltar atrás, mas eu algum lugar deste imenso planeta que considero minha casa.
Vocês não têm ideia de quanto custa um imóvel desses por aqui!
Tudo é especulação imobiliária, aliada a benesses para uma prefeitura que faz muito pouco por seus cidadãos.
Mas, aqui também tem algo que me assusta e incomoda mais ainda, ou seja, ninguém reclama, ninguém faz nada, não se manifestam, ficam horas para atravessar a ponte que liga o Rio à Niterói e nas barcas, só aumentam os preços toda hora, mas não se importam com horários precisos ou renovação da frota.
É inacreditável que um imóvel de 2 quartos possa custar em torno de
500 mil reais.
Com este dinheiro, muitas pessoas compram apartamentos incríveis no sul do país ou no interior.
O Rio então nem se fala, qualquer apezinho na zona sul, custa mais de 800 mil.
E a qualidade de vida???
MaS, as pessoas adoram dizer que vivem num prédio de condomínio que tem sauna, sala gourmet?, piscina, sala disso e daquilo, mas nem tempo para aproveitar essas coisas têm.
Desculpa aí meu olhar pessimista, mas é a plena realidade que vivemos hoje neste país e por estas bandas.
um abraço carioca a todos

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Teredecorando disse...

Olá Beth,
Hoje, estava vendo algumas imagens de prédios ecológicos, de ideias para paisagismo (vou postar na segunda-feira), fiquei pensando como eu gostaria de morar em um lugar que resgatasse esse glamour que você citou. Um lugar bacana, com infraestrutura, mas que me proporcionasse uma paz. Um lugar cheio de janelas com flores com uma arquitetura mais horizontal e não vertical.
Acho que vou morar na Toscana.kkk...
Bom final de semana.
Bjs para toda família.

Orvalho do céu disse...

Olá, querida
Por essa e outras que fujo pras cidades pequenas... pois ainda têm mais vestígios do romântico que habita em mim...
Lindo post e ecologicamente correto, amiga!!!
Bom fim de semana!!!
Bjm de paz e alegria

ML disse...

Charrete, não, não, não (tadinho dos cavalinhos).

bjnhs

Elisa T. Campos disse...

Beth
Concordo .
Precisamos sonhar com uma qualidade de vida mais saudável. Os que tem consciência disso e que moram em apartamento sempre tem uma plantinha, um bichinho para amenizar o sufoco em que vivemos.
Saudável mesmo seria viver longe desta selva de pedra.

Beijos