Barquinho do Poeta Fernando Pessoa. Este trabalho é parte da galeria de:Emidio J.C.Montenegro
A morte não tem avenidas iluminadas
não tem caixas de som atordoantes
tráfego engarrafado
não tem praias
não tem bundas
não tem telefonemas que não vêm nunca
a morte
não tem culpas
nem remorsos
nem perdas
não tem
lembranças doídas de mortos
nem festas de aniversário
a morte
não tem falta de sentido
não tem vontade de morrer
não tem desejos
aflições
o vazio louco da vida
a morte não tem falta de nada
não tem nada
é nada
a paz do nada
Ferreira Gullar
(1930)
Neste domingo despedimo-nos de dois amigos. Foi triste. Ainda estou triste. Guardo na lembrança suas fisionomias vivas, alegres e amigas, eram pessoas que exerciam coisas diferentes em vida - um era Maitre antigo do restaurante que vamos há muitos anos em Petrópolis e o outro um Pintor, Artista, Arquiteto e pai de um dos melhores amigos de meu filho. O choro dos que ficaram, o cheiro das flores no cemitério, o abraço aos parentes, todo o ritual de despedida e luto que nós, seres humanos, teremos que enfrentar um dia em nossas vidas, não há escapatória para nenhum de nós, lembremo-nos disso, pois na morte todos somos iguais e como diz o poema de Gullar "a morte ... é nada, a paz do nada".
20 comentários:
Mesmo sendo espiritualista não estou preparada para essa passagem!
Um abraço apertado
Léia
Sinto muito Beth! Pelos que ficam na saudade e a dor da perda da matéria...
Os amigos e bons sentimentos, sempre fica vivo e latente dentro da gente!
Uma semana iluminada p/ nós!
Beijooooooooooooooooo
Lindo post, em que pese o motivo, minha querida Beth!
Uma tristeza enorme, mas tratada de forma tão sensível, delicada...
A todos os meus profundos sentimentos!
Abraço, amiga.
Sinto muito Beth...
Beth, a dor de quem fica só é amenizada pela saudade.
Um grande abraco pra vc neste momento
Beth, a dor de quem fica só é amenizada pela saudade.
Um grande abraco pra vc neste momento
Oi, minha querida!meus sentimentos...
Apesar de conhecer algo sobre a espiritualidade, a morte é algo que ainda me deixa muito a pensar...
Beijos!
Liz
Você me fez pensar em despedidas. E eu já me despedi de tantas pessoas ao longo dos anos, mas nunca daquelas que se foram porque sempre imagino que dia menos dia elas vão aparecer quando eu abrir a porta. rs
A poesia está em preservar as pessoas e eu gosto disso. rs
bacio carissima e boa semana pra sua gentil alma.
Oi querida Beth
Lamento as perdas, é dificil aceitarmos esta inevitabilidade do fim das vidas dos entes amados. Mas certamente se manterão vivos nos corações de quem os amam.
bjs
Há dois meses passei por isso com o meu pai e a dor só faz aumentar. Aos fins de semana então...
Beth, beijos pra ti. Muitos.
Beth, por mais que ela seja certa, sempre nos pega desprevenidos.
Que as famílias que perderam seus amados tenham paz e se conformem, mesmo não entendendo.
A vida continua, embora dolorida e saudosa. Um dia a dor ameniza.
Então, boa semana, pois continuar é preciso.
Olá Beth,
Sinto muito!
Devíamos estar mais preparados para a morte.
Saber que não vamos mais ver pessoas tão queridas é triste.
Fique bem.
Bjs mil
Essas partidas definitivas sempre nos fazem lembrar da fragilidade da vida.
Por mais que eu leia, converse, saiba ou vivencie a situação nunca me sinto forte o bastante para olhá-la com naturalidade.Falha minha, despreparo.
Espero que teu coração conforte-se rapidamente, deixando na lembrança apenas os bons momentos partilhados.
Um abraço apertado, amiga,
Calu
é MESMO TRISTE,BETH! e SABES FALASTE EM CHEIROS DAS FLORES...PRA MIM, MORTE LEMBRA O BARULHO DAS PEDRINHAS DO CEMITÉRIO, QUANDO ENTERRAMOS MINHA IRMÃ...ELA TINHA SÓ 19 ANOS E FICOU EM MIM PRA SEMPRE ESSA LEMBRANÇA DESSE BARULHO...BEIJOS,CHICA
Tu sabia que eu estava aqui! Mas valeu muito a surpresa...beijos,chica
Eu convivo com a morte desde pequena, Betita e nunca me acostumei e nem me acostumarei com ela...ao nos depararmos com a possibilidade, com a inexorabilidade da morte, sempre saímos chocados...e, por ironia, é a única certeza que temos nessa vida...A cada dia que passa acho a vida mais difícil de ser vivida, mais triste, apesar dos momentos felizes, que, fugazes, tentamos em vão reter entre os nossos dedos pequenos, fracas mãos humanas e mortais...Enfim, há que continuar a caminhada....até quando? Não se sabe, portanto, aproveitemos o hoje, como eu sempre te falo, pois nossa única certeza é o agora e o fim. beijos querida amiga,
A paz do nada. Boa definiçao de Ferreira Gullar. Mais dificil para quem fica, aos poucos, encontrar essa serenidade, que vem depois da tristeza de perder alguem muito querido. Bonita a tua homenagem.
Um beijo da Cam
Faço minhas as palavras da Lúcia (não poderiam ser melhores).
bjnhs
Que a saudade se amenize rapidamente! Para os que estão em outra dimensão que rapidamente encontrem a paza!
Poema lindo!
Girassóis nos seus dias!
Beijos
Mamãe Gaia, deixa de ser bobinha!
Não precisa ter medo, não!
É uma grande brincadeira!
Estou com muita saudades de interagir com vocês, também.
É que no mês das férias alheias, eu trabalho em dobro!
Mas logo , logo retornarei, com força e muita energia para compartilhar com todos vocês, meus estimados amigos da blogsfera.
Agora volta lá e assista ao vídeo, sei que você consegue rsrsrsrsrsr!
Abraços e beijos afetuosos! Te adoro, muito obrigado por existir!
BETH, há dois meses meu pai partiu.Esta sendo muito dificil conviver com a perda e a saudade.A presença dele continua viva.
Beijos
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