Rica em história e tradição, Petrópolis faz hoje 167 anos.
É a minha cidade querida, a cidade que escolhi de coração e que me faz feliz e com a alma leve toda vez que lá estou.
O Imperador D.Pedro II também pensava assim e era pra lá que corria quando o verão apertava no Rio de Janeiro e trocava seu palácio em São Cristóvão pelo palácio da Rua da Imperatriz no centro de Petrópolis e que é hoje o Museu Imperial. Peças importantes de nossa história estão lá guardadas, desde a belíssima coroa imperial, a pena de ouro que assinou a Lei Áurea, os salões de chá, de música, os quartos dos príncipes e todo o acervo de documentos que fizeram nossa história. Um lugar inesquecível para se visitar, conhecer de perto as raízes de nosso povo.
O Imperador adorava a serra e ia sempre com seu séquito para relaxar e ter contato direto com a natureza perfumada e colorida da Mata Atlântica que, naquela época, era bem mais exuberante. E o trenzinho que serpenteava e subia pela longa aresta livre de vegetação, deixando para trás a paisagem da primeira estrada de ferro construída no Brasil pelo Barão de Mauá que lá também tinha seu palacete.
E foi em Petrópolis que na manhã de 15 de novembro estava D.Pedro II e sua esposa, enquanto no Rio era proclamada a República pelo Marechal Deodoro da Fonseca.
O livro O Príncipe Maldito de Mary Del Priori que estou lendo, retrata em várias páginas a importância que esta pequena cidade nas montanhas tinha para a família imperial.
"Manhã de 15 de novembro, Petrópolis: a serra se despia da neblina. Tudo era frescor, calma e tranquilidade. A temporada de verão, com seus bailes de caridade e leilões de prendas beneficentes cresciam no parque no palácio sob os olhos do homem que um diplomata descreveu como: "alto, um tanto grosso, de barba longa e basta, já branca, passos lentos, finas maneiras..."
Hoje, a estrada de ferro não mais existe, mas uma excelente estrada para subir e outra para descer e que descortina toda a beleza da região com sua natureza bucólica e palacetes antigos. A neblina é comum por lá e deixa a cidade com cara londrina, sugerindo aconchego de vinho e fondue no inverno.
A vista da serra é deslumbrante em todas as horas do dia, mas com o pôr do sol acentua-se mais as cores azuladas que fazem o contraste de suas montanhas.
A pequena cidade foi tão importante no século XIX quanto até os meados do século XX em que abrigou desde milionários, atrizes, vedetes e políticos que desejavam obter o máximo em matéria de bem viver. E para isso foi construído em 1944, por Joaquim Rolla, o famoso Hotel Quitandinha para ser o maior cassino hotel da América do Sul, em estilo normando, apresentando em seu interior característica “Hollywoodiana”. Mas, hoje sua área para visitação pertence ao SESC e seus apartamentos foram comprados ou alugados.
Muitos casarios da época do império ainda estão lá, solenes, altivos, esperando o olhar de interesse de quem quer saber mais sobre nossa história e entender melhor os dias atuais.
(Palácio Barão de Mauá)
A Catedral de São Pedro de Alcântara também chama atenção pela beleza de suas linhas neogóticas inspiradas nas antigas catedrais do norte da França. Claro que teve ali também a mãozinha amorosa de D.Pedro e sua filha, a Princesa Isabel, que transformaram o projeto em realidade, começando sua construção em 1884 e terminada em 1901, mesmo após a Proclamação da República.
Dentro dela estão os mausoléus do Imperador e sua família e até eu que não sou nada religiosa, gosto de entrar lá de vez em quando e, sentada na sua quietude, observar os lindos afrescos das paredes e as luzes que refletem em seus grandes vitrais. Passeio imperdível.
À noite, vista do outro lado da Avenida Koeller, a iluminação azulada deixa-a ainda mais bonita.
A cidade era e ainda é tão charmosa que mentes brilhantes aportavam por lá e um deles, nosso querido Alberto Santos Dumont, que construiu esta linda e inusitada casinha no topo de um pequeno monte e com pouquíssimas coisas dentro que o faziam feliz, pois só o que queria mesmo era usufruir da visão e paz que tinha lá de cima.
Suas pontes vermelhas que passam sobre o Rio Piabanha, embelezam em meio a tanto verde, auxiliam na passagem para que visitemos a pé todo o centro histórico.
Eu amo esta cidade e desejo que ela consiga sobreviver a tantos ataques até hoje feitos contra sua natureza, que o ser humano seja mais civilizado não destruindo tantos encantos que nossos antepassados criaram com carinho para que pudéssemos desfrutar nos dias atuais, que seja sempre abençoada com seu clima agradável e gente trabalhadora e gentil, que continue linda como é e sempre ficará em minhas lembranças! Vida longa Petrópolis!
Gente, quem mora ou viaja para fora do país, vê como outros povos tratam com orgulho sua história e monumentos, muitas vezes tão pequenos e inferiores aos que temos aqui em nosso país, além da maravilha de nossa vegetação, por isso eu gosto de enaltecer nossas belezas, tratadas com descaso pela maioria de nosso povo. Feliz é o povo que tem memória!
Neste dia em que comemora 167 anos, o acesso para o Museu Imperial é grátis e você só paga dando brilho no antigo e reluzente assoalho da época do império com as pantufas que lhe serão entregues na porta de entrada. Ótimo passeio para fazer com seus filhos, mostrar e conhecer nossa história.
E se quiserem conhecer mais sobre esta linda cidade vendo fotos atuais de seu centro, casarios históricos e sua gente, cliquem aqui.