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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O olhar das crianças



Quando comecei a escrever o texto sobre a minha infância que a amiga Norma do Blog Pensando em Família convidou-me para abrir a sua série A Criança que fui, tive o prazer de regressar aos bons momentos vividos na minha fase infantil, entrando no reino encantado e mágico que só mesmo as crianças são capazes de criarem.  Pude me ver nas brincadeiras de rua, nos jogos com os colegas e irmãos, correndo atrás de bola ou brincadeiras do mundo feminino com brilhos e cores.
Como as ruas eram mais seguras e menos agressivas, tínhamos o contato direto com a natureza até mesmo nas simples brincadeiras, como catar joaninhas ou pedalar de bicicleta na frente de casa, sentindo a brisa nos cabelos e o sol no rosto. Na minha infância, as praças ou parques não tinham grades, podíamos andar ou correr livremente à frente de nossos pais e a paisagem parecia imensa e irrestrita.  Criança gosta disso, correr, ter espaço.


Fico a pensar como será o olhar das crianças sobre a paisagem urbana de suas cidades hoje, como vêem isso e lhe atribuem sentido, já que tantos outros signos interferem para que não visualizem a beleza total da natureza, representada pelas árvores, jardins, pássaros urbanos, animais domésticos e os seres humanos mais próximos, nossos vizinhos.

O olhar das crianças de hoje tem que ser amplo para tantos signos que se apresentam nas ruas, tais como: prédios gigantescos, placas de trânsito, grande volume de carros, cartazes coloridos, muros altos que não permitem ver os jardins e as árvores, tudo muito cercado, câmeras de monitoramento, cercas eletrificadas, grades pontiagudas, alternativas que o homem moderno achou para se proteger, mas que causou um grande impacto visual na paisagem.  Atualmente, as crianças que moram em grandes condomínios de casas podem usufruir um pouco mais da natureza, mas os afazeres em que estão envolvidas são bem mais intensos, não permitindo que isso se faça todos os dias, ocorrendo geralmente nos finais de semana. Alguns nunca viram um animal tão simples como uma galinha, a não ser na mesa, picadinha para mastigarem.  Nunca me esqueço de uma criança num hotel fazenda em que fomos há tempos com meu filho que, ao ver de perto uma galinha, chorou com medo que corresse atrás dela, denotando que nunca teve contato com aquele bicho.
Por esta e outras razões é que sempre acho importante que os pais saiam vez ou outra com seus filhos, para além dos muros das cidades, dos shoppings e mercados e visitem lugarejos onde possam desenvolver experiências diferentes do dia a dia.  Muitas vezes nem precisam ir muito longe, num feriado como o próximo, pode ser um simples passeio ao Jardim Zoológico de sua cidade, um pic nic  no Jardim Botânico ou um Pesque e Pague.  Sair do contexto urbano, trazer o verde para dentro das mentes, o mar ou o contato com os animais, tudo isto será relembrado com maior prazer do que comer hambúrguer do Mc Donalds, não acham?

E se quiserem conhecer o que se passava pela minha cabecinha por volta de meus 5 a 10 anos, visitem hoje o blog da Norma. Estou lá.


(Eu, aos 5 anos)




38 comentários:

Telma Maciel disse...

A diferença entre essas gerações é imensa! Morei num condomínio de casas tbm: andei de bicicleta, brincava na praça, jogávamos futebol, vôley, brincávamos de correr, esconde-esconde... era sempre uma grande turma! Tbm brinquei na casa do meu pai - que era bairro msm - de correr na rua, atravessar trilhos dos trens com meu irmão, subir em árvore... era mto bom...
Hoje em dia, se a criança tem amiguinhos que moram por perto pra poderem brincar um na casa do outro já é ótimo! Triste...
Eu sempre fico querendo levar Sofia em parques gratuitos (pra poder ir sempre) ou outro programas legais. Mas na minha cidade não tem nada... só teatro (e nesses vamos qndo dá)
Ser criança hoje em dia não é fácil... ai, ai...
Beijão!

VELOSO disse...

Sempre muito bom falar da infância!Vou lá no blog da Norma!

Macá disse...

Beth
Verdade, era isso mesmo.
Mas sempre me pergunto? Com tudo isso, fomos mais felizes, ou as crianças de hoje encontram também felicidade mesmo não tendo tudo isso?
Meu marido é sempre contra quando digo "Ah, no meu tempo....." sabe?
Ele diz que o mundo está sempre melhor e nunca pior.
Mas que eu tenho saudade daquele tempo, tenho sim.
um beijo
E vou lá te ver no blog da Norma.
bom final de semana e bom feriado

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Oi, Beth,
Estou indo lá.
bjs

Maria Célia disse...

Oi Beth
Belíssimo texto, você está muita certa na sua colocação.
Nasci e morei em fazenda até meus 19 anos; então você pode imaginar como foi a minha infância e a dos meus irmãos.
Vou passar lá na Norma pra te ver.
Bjos

Lucia disse...

Web-mae, eu tb nao parava em casa:

Saia de bicicleta pela visinhanca, brincava na rua com os amigos e visinhos sem meus pais terem que se preocupar conosco; patinava, corria e era super ativa.

Raramente assistia televisao ou jogava video game. Por isso que ja falei que se um dia mudar de ideia e decidir ser mae, seria uma super chata, pois nao iria querer meus filhos plantados na frente de uma tela (seja tv ou computador) e nao tendo uma vida ativa.

Sair, fazer atividades e conhecer e aproveitar lugares novos nao tem preco!

bjos

Manuela Freitas disse...

Olá querida Beth,
Agradeço os teus votos de amizade para os portugueses, que de facto estão muito na «fossa» e depois com a chegada da chuva, vento e frio, mais afecta o ânimo.
Também recordo com saudade os meus tempos de criança, era de facto tudo muito diferente, com vida ao ar livre, com os amigos, com a nossa invenção em criar brincadeiras hoje as crianças têm o que nunca tivemos, mas passam o seu tempo entre quatro paredes, sejam elas quais foram, sideradas no superficial (Tv, computador...)
Vou te conhecer em criança, Claro!
Beijinhos muitos e bom fim-de-semana.
Malú

Unknown disse...

Estou vindo do blog da Norma e adorei o relato da sua infância, sensacional, muito bem escrito e percebe-se que você teve uma infância feliz. Parabéns.

Misturação - Ana Karla disse...

É Beth, as crianças de hoje, a maioria moram cercadas de prédios e são poucas as que podem aproveitar a liberdade que tínhamos. Pelo menos no meu tempo era maravilhoso!

Vou correndo rapidinho te ver na Norma.
Bom final de semana.

Xeros

Unknown disse...

Já lá fui.Adorei o texto.

Beijinho e bom fim de semana.

pensandoemfamilia disse...

Oi querida

Que bom poder ver que escreveu no seu espaço este sentir do escrever sobre sua infância.
Os tempos mudaram, não hámais este contato direto das ciranças com a natureza. Se são mais felizes ou menos, quem sabe? Porém, é importante que nossos filhos e netos saibam de nossas histórias e como percebemos o mundo. É neste fundir de olhares que vamos possibilitando iuma ampla visão da vida.
Sua participação foi exemplar, sua forma envolvente nos leva a percorrer levemente por sua história e perceber muito amor.
bjs
Obrigada

Yoyo disse...

Beth querida,
Eu também tive uma infância maravilhosa, de brincar na rua , de subir em árvores, de brincar livrmente e andar de bicicleta pelas avenidas,enfim...Isso já fz muito tempo,rs.
Em uma das vezes que o meu neto veio passar férias conosco(ele mora em Salvador) levamos o fofo para um sítio, e você precisava ver o mêdo que ele tinha dos bichinhos.Quase morri de pena, até chorei.
bjos

ONG ALERTA disse...

Cada século tem seu aprendizado o importante é mudar sempre e aprender com as crianças, beijo Lisette.

www.comtextosdavida.com disse...

Parabéns pelo texto. Hoje você é o resultado do que vivenciou na infância. Quanto mais nos distanciamos da natureza mais perdemos a nossa essência. E com as crianças de hoje já está acontecendo isso.
bjs Lais

Glorinha L de Lion disse...

Pois é Betita, mas concordo com o marido da Macá, outros tempos, mas nem por isso piores. Piores em alguns aspectos, mas ótimos em outros. A vida é evolução. O que foi bom pra nós não necessariamente haveria de ser para as crianças de hj. Se tenho saudade da minha infância? E como! Mas era minha, era sua. Não se pode querer que as coisas continuem perpetuamente do mesmo jeito. A vida muda, nós mudamos.
Beijos, vou lá te ler.

Jeanne Geyer disse...

Olá, vim do blog da Norma te conhecer. Tive uma infância semelhante à tua, com liberdade, contato com a natureza e animais.
As crianças de hoje se assustam mesmo com os bichinhos, meu neto tem medo até de abelhas,rsrs...
Muito legal teu blog,beijos :)

lolipop disse...

Oi Beth!
Eu não tenho filhos, mas acho que infância sem parques, árvores, animais, espaço...é uma infância mais pobre...e uma idade adulta, não só com menos memórias felizes, mas também com menos capacidade para criar os nossos próprios territórios imaginários...
BEIJOS MUITOS
Adorei o seu texto!

G I L B E R T O disse...

As crianças de hoje veem muitas grades, espaços fechados, e natureza zero, como bem frisastes em teu bom texto!

A gente tem de reverter essa situação e tentar mostrar um mundo para nossos filhos que não seja tão somente grades, drogas e sexualidade em todos os cantos.

O melhor presente que podemos dar para nossas crianças é a naturalidade de serem crianças, sem medos, freios e receitos!

Abraços, mensagem fundamental para os dias de hoje!

Fique bem nesta noite e em todas as demais!


gilberto (nel mezzo del cammim)

Lúcia Soares disse...

Beth, já li seu texto no blog da Norma e gostei muito.
Certamente muito do que você é foi por causa dessa infância maravilhosa.
Que sua vida continue sempre assim, cheia de recordações boas e que a criança que voc~e foi continue habitando seu coração.
Beijos!

Kelly Kobor Dias disse...

Rstive ausente por motivos maiores que minha vontade, mas aos poucos vou voltando. Adoro falar e ouvir sobre a infancia é uma fase maravilhosa. beijos

Nilce disse...

Beth
Sou da mesma geração que brincava na rua sem medo, entrava na casa dos amigos sem precisar bater à porta.
A Natureza era presente e linda, sem ameaças. Nossos amigos, nossas brincadeiras, escola, vizinhos...
Quanta saudade!

Adorei a sua história lá na Norma. Você sabe que sou sua fã. Sou suspeita. rsrs

Bjs no coração!

Nilce

ML disse...

Beth, querida:

Ida a jardim zoológico... - penso isso desde criança, faz tempo! - como disse o Nelson Motta, numa de suas "Crônicas da Semana": só se for pra família inteira sair de lá... "deprê"...

bjnhs

ManDrag disse...

Para as crianças de hoje o mundo é muito mais pequeno que aquele em que nós crescemos. O existência delas resume-se a alternar entre a escola e as actividades extra-curriculares.
Para elas os ovos crescem dentro da geladeira e as galinhas aparecem por magia empacotadas nas prateleiras de frios dos supermercados.
Um mundo muito triste este que hoje legamos para as gerações futuras.

Abraços

She disse...

Queridaaaaaa, volto com calma depois passando pra te deixar beijo, beijo!

Já vi rapidinho que tem muito post bom pra ler por aqui e que estou atrasada, voltarei no fds...

Beijo, beijo e excelente fds! ;)
She

Elenir disse...

Olá!
Adorei esta terra Gaia!
Estou seguindo.
Bjos
Elenir

Astrid Annabelle disse...

Beth querida!
Já estive aqui...fui para lá e voltei para cá....isso lembra coisas da nossa velha infância????
Gostei de tudo...da idéia da Norma , dos seus textos e mais ainda, gostei de ter me lembrado da minha criança feliz.
Adorei seu texto menininha linda e carioca!!!!
Um beijo gostoso,para uma boa noite.
Astrid Annabelle

Anônimo disse...

Web-Mamys,

Tao lindo o trexto que vou dormir sonhando com ele....mas sem medo do escuro, pois tenho um gatao pra me agarrar, caso tenha medo...kkkkk

Parabens pelas palavras!!!

Beijos e fiquem com Deus

Barbrinha e Bebejinho

Anônimo disse...

Beth
Voncordo com você, era bem assim. Mas tenha a certeza que as crianças de hoje também encontram a felicidade, noutras bases.

O mundo evolui e as crianças também. E elas gostam dessa vida urbana de hoje. Podes crer. Vejo pelo meus netos. Sei que no futuro eles também sentirão saudades dos "Mac Donalds" da vida, porque, na verdade, a saudade é mesmo da infância. Acho que hoje em dia, tudo melhorou. As crianças são muito mais espertas, sabem aproveitar melhor a vida.
Nós corriamos nos campos, mas eles fazem maravilhas nos skates. Cada um na sua. Bjssssssss

Cris França disse...

o tempo muda sim, mas as crianças tem uma magica particular, olhos da inocência, vou já lá para ler. bjs

Beatriz disse...

Que linda infância Beth!
Aproveitei bastante a minha, subindo em árvore, brancando na rua, andando de barco, pescando com meu avô.....Ah, bons tempos aqueles que merecem ser lembrados sempre!!!
Beijocas e bom fim de semana!
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com

Anônimo disse...

Beth, em primeiro lugar, que linda a sua foto aos 5 anos!

Adorei a sua opinião. É muito importante para a criança crescer em contato com a natureza e lhe acrescentar boas lembranças na vida.

Saudades !

Beijos,

Mari

Unknown disse...

Olá,Beth!Sempre passo por aqui e leio seus textos.Nunca comento,pois leio sempre com atrazo e como no virtual é tudo muito rápido, e também tenho um pouco de preguiça,acabo passando para outros posts e até outros blogs e quando dou por mim já é hora de descansar a "vista cansada".
Mas,me identifiquei muito com seu post (lá na Norma) principalmente na parte do Monteiro Lobato e dos gibis.
Eu já nem lembrava mais do Brasinha...Quando acabei de ler,fui ver minas fotos de infância e relembrei coisas maravilhosas.
Então,obrigada pelo post.Valeu muito.
Ah!Você está lindinha na foto (5 anos)

Bjs

Gina disse...

Fui lá no blog da Norma conferir seu relato. Muito legal foi a sua infância. A minha também foi no Rio e me vi retratada em vários itens citados.
As coisas mudam, é verdade, mas é necessário resgatar valores importantes, como o convívio familiar, atividades em conjunto. Isso não se pode perder, porque são coisas boas que ficam para sempre.
Bjs.

Dani dutch disse...

Até os 7 anos morei no sítio no Paraná, depois mudamos para o interior de São Paulo, e adorava pular marelinha, jogar voley, lembro que amarravamos um cordao de um lado ao outro da rua, ela ficavamos quando voltavamos da escola ate anoitecer...
bjuss

Lu Souza Brito disse...

Eu concordo Beth! Pobre destas crianças que acham que a melhor coisa que tem no mundo é videogame e Mc Donald´s.
O contato com a natureza (bichos, plantas, cachoeiras, rios) faz um bem danado. Eu penso também como será com meus filhos. Eles nao terão o privilegio de ter um pomar e uma horta no quintal de casa como eu tive. Talvez nem tenham quintal...uma pena.
Vou ver lá sobre o que se passava nesta cabecinha quando criança, ahaha.

Bjos

♕Miss Cíntia Arruda Leite ღ disse...

Eu tenho saudades do meu tempo de criança sim e as diferenças são enormes, posso ver isso pelo meu filho e tudo que ele vive hoje. Claro que tem felicidade, sorrisos, balas e pirulitos, porém não tem mais aquelas brincadeiras inocentes de crianças, brincadeiras de bola na rua, fora a segurança que não tem mais e por aí vai. Hoje tem muita competição, brigas, disputas e acaba um pouco com a inocência que tinhamos na nossa infância.
Beijos

♕Miss Cíntia Arruda Leite ღ disse...

Acabei de ir lá te prestigiar! Estou emocionada, agora sei porque se tornou essa pessoa maravilhosa!

beijos

orvalho do ceu disse...

Oi, Beth querida
Recebi o convite da Norma e vim olhar as postagens já feitas.
Que ideia mais interessante e o quê produz na alma da gente se rever na primeira idade!!!
Também vivi em ambiente rural a minha primeira infância e é muito bom, só lamento não ter subido em árvores...
Abraços fraternos e votos de muita serenidade,amiga.