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sexta-feira, 16 de julho de 2010

No escurinho do cinema

(Cine Odeon-Rio-Cinelândia-Google)


Cinema é uma arte que me fascina, me transporta para outros mundos, como se estivesse sonhando durante aquele tempo e se pudesse iria toda a semana.

E à propósito de ir mesmo que sozinha ao cinema, gostaria de realçar um comentário feito pela Ana no post abaixo, onde expressa que muitas vezes ela também já fez isso e que pode ser visto como uma 'necessidade em estar sozinha consigo mesma', fazer aquilo que gostaria, sem se preocupar se o outro quer ou não fazer junto, ou seja, muitas vezes nosso companheiro, filho ou amigo nos acompanha pelo simples fato de nos acompanhar e não por ser aquilo que ele gostaria de fazer. Como é o caso de filmes b
rasileiros que meu marido não gosta, aí pode até ir comigo, mas não curte.

A Luciana também deixou um comentário interessante, '
Sozinha a gente vai pelos caminhos que a gente escolhe'. Muito bem dito e complementa o que falei anteriormente.

Portanto, hoje em dia é prá lá de normal encontrar ou ver mulheres sozinhas em cinemas ou exposições, viajando ou fazendo qualquer coisa que lhes dê prazer, ou até algo trivial como, ir ao cinema à tarde, por exemplo. A maturidade me ensinou coisas boas e belas e tenho me sentido segura para fazer certas atividades sozinha, em minha própria companhia.

Bem, o que quero mesmo é voltar a falar sobre cinema que é coisa que adoro e me atrai desde pequena, quando minha mãe levava a mim e minha irmã às matinês de domingo para assistir filmes do Elvis Presley e que a gente até dançava com os pés debaixo das cadeiras de tão vibrantes que eram aqueles musicais. Eu adorava, mas acho que quem adorava mesmo era minha mãe - o Elvis, claro! Depois fomos muitas outras vezes assistir filmes do Wal Disney, onde um indefeso Bambi me levava às lágrimas e a Cinderela povoava minha cabecinha por dias, relembrando os ratinhos segurando aquela cauda enoooooorme do vestido de baile da mocinha.

Na adolescênci
a vi meu primeiro filme sério e longo. Fomos com meu pai, na época da Semana Santa, assistir aos '10 Mandamentos' com Charlton Heston (Moisés) e Yul Bryner (Ramsés II).
Fiquei dias pensando sobre aqueles efeitos especiais, que na época eram fantásticos, em que o mar abria para o povo de Israel passar e fechava depois sobre os soldados do faraó.
Ah, me apaixonei pelo careca Yul Bryner e só vivia pensando nele. Foi o primeiro careca de minha vida. rssss

Vi, também, muitos filmes na adolescência do engraçadíssimo Jerry Lewis e seu companheiro Dean Martin. Eram filmes que a família inteira ia e se divertia muito, nada de apimentado, apenas besteirol completo. E as caras que o sujeito fazia, lembra muito o atual Jim Carrey e era a alegria da galera naqueles tempos.

Depois, houve um tempo não muito atrativo, pois o cinema brasileiro só mostrava chanchadas e pornografia, sem contar que o som e a imagem eram terríveis e não conseguiam encher as salas de cinema.

Na verdade eram salões, enoooooooormes. Para se chegar aos lugares livres, tinha um homem com uma lanterna na mão que nos guiava até os locais e era chamado de 'lanterninha'. E antes do filme começar, tinha o famoso Canal-100, que sempre apresentava um resumo dos acontecimentos importantes da semana. O ponto alto era a apresentação dos times de futebol e seus atletas. A musiquinha era incrível e todo mundo vibrava quando o slogan do futebol aparecia na tela, acompanhado da trilha sonora marcante - "Que bonito é..."
Os chutes, pareciam reais, já que os cinegrafistas faziam suas tomadas deitados no campo.



Não existia essa rede chamada Cinemark que modernizou as salas, mas encolheu os espaços. 

Os cinemas do Rio eram muitos e lindos, alguns até com cafeteria e coisinhas gostosas, mas a turma do meu tempo gostava mesmo era do drops Dulcora de hortelã e os saquinhos de pipoca eram mais modestos, diferentemente de hoje em dia em que uma criança entra com um copázio de refrigerante e um balde de pipoca que pode ser degustado em três sessões. Aliás, percebi que criança com menos de 12 anos entra tranquilamente para assistir qualquer coisa, desde que acompnhados pelos pais. Esquisito, isso!
Outros tempos, mas acho também legal. Só não gosto de ver a quantidade de pipocas caídas entre uma sala e outra de projeção. As pessoas compram seu balde, cheio até a boca, e enquanto se encaminham para a sala, vão deixando pipoquinhas pelo caminho. Fico imaginando se não tem baratas ou ratos nesses lugares! Uia!

Bem, mas deixando prá lá as baratinhas, voltemos no tempo, já na minha juventude, quando uma amiga que estudava História da Arte me convidava a conhecer filmes incríveis como os de Buñuel, Ingmar Bergman e Woody Allen. Metidas à intelectuais, lá íamos nós todos os sábados ou domingos pros cinemas da Tijuca, na Praça Saens Peña, onde tinha cinema colado um no outro. Podíamos dar uma voltinha na praça e escolher o filme, ou víamos um e depois íamos para outro. Morangos Silvestres, Gritos e Sussurros, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa; Sonhos Eróticos numa Noite de Verão, Belle de Jour e tantos outros que me encantaram e despertaram de vez a minha admiração por esta arte.
Mas, eu gostava também dos filmes europeus românticos e com lindas trilhas sonoras, como Candelabro Italiano, Matrimônio à Italiana com a minha artista predileta que era Sophia Loren e seu inseparável companheiro de tela, Marcelo Mastroianni.
N
unca me esquecerei do lindo 'Girassóis da Rússia' com imagens da neve e da Rússia e que já repeti, em casa, no canal da Sky que passa filmes de época.

Sempre fui portanto, cinéfila de carteirinha e continuo encantada pelo escurinho do cinema e aquele mundo que vai desde 'O Mágico de Oz' aos dias atuais, onde a mente do cineasta e toda a gente que trabalha com esta fantástica arte, nos arrasta para mundos incríveis e inesquecíveis.

Por falar nisso, qual o filme marcante de sua vida?



 





(Post escrito em janeiro/2009 e reeditado agora)





16 comentários:

Ivana disse...

Oi Beth!
Eu, desde que fiz uns 14 anos, tenho por hábito ir sozinha ao cinema. Não ia com ninguém da família, porque todo mundo sempre trabalhava muito e meu irmão 2 anos mais novo, eu achava muito criança pra ir comigo! rsrsrs
Só sei te dizer, Beth, que tenho o maior prazer de ir ao cinema sozinha. Não que ir com uma amiga ou marido não seja gostoso. Eu adoro também. Mas é que cinema é ritual, sabe? E sozinho parece que cada etapa é vivida com mais intensidade: ler a respeito do que está em cartaz, escolher o filme que se quer ver, programar o dia (ou não!), comprar a entrada, a pipoca (NÂO pode faltar!!!), o refrigerante... Depois é só sentar e entregar-se, deixar de ser a gente mesmo por algum tempo pra ser outro(a), pra rir, pra chorar, pra pular de susto, enfim! Eu também adoraria ir ao cinema toda a semana!
Um beijo!

Anônimo disse...

Beth, que bela narração das suas idas ao cinema antigamente.

Qd eu era criança, minha mãe me levava aos antigos cinemas da Saens Peña.Por sorte tive tempo de apreciar aqueles belos cinemas.Mas logo viraram igrejas...Os cinemas davam o ar cultural àquele bairro,uma pena.

Aqui em Istambul mato as saudades, pois existem salões antigos de cinema,q nunca vão mudar, pois aqui eles se preocupam em preservar a história.

Como já postei no meu blog, fui ao cinema de um shopping q é caro e super moderno, mas prefiro mil vezes os salões antigos, q são mil vezes mais mágicos.

Aqui tem uma coisa interessante, no meio do filme eles param, e dão 10 min pra gente ir no banheiro e comprar água ou qualquer outra coisa.

Eu conheci Bergman, Woody Allen e outros diretores pelo meu marido.Ele é super, hiper, mega interessado em cinema!

Então já temos um programa marcado se vc vier à Istambul: cinema :)

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Beth,
Como você, eu também adoro cinema.
Cinema, cinema, quer dizer, assistido em salas próprias. Em casa, só em último caso.
Quando jovem, o cinema era o grande programa dos fins de semana. As salas enormes e, mesmo assim, as filas enorme que se formavam na bilheteria.
Acho difícil escolher um filme como o que mais me marcou. Cada um no seu tempo, e com seu tema.
Mas se for para escolher um filme sobre "cinema", ele é, sem dúvida, o Cinema Paradiso, com direção do Giuseppe Tornatore e desempenho fantástico do Philippe Noiret. É dele a foto do menininho segurando um rolo de filme, que está no meio do seu post. Lindo!
Beijos.

Vivi disse...

Puxaaa.....
Seu post me trouxe tantas lembranças gostosas!!!!
Sabe? !! .. rsrs assisti 99,9 % dos filmes que citou... rsrs ( o 1% acho q é por falta de memória... a idade...rsrsr)
q delícia!!! rsrs
e quanto as baratinhas??!! tb sempre fiquei cismada com elas... e meu pai ( quem mais ia comigo assistir filmes) me dizia pra não preocupar... não tinha não!!!...não sei... ele falava mais pra me acalmar pois hj na maturidade creio q ele tb achava...rsrsrs
Voce pergunta qual o filme que mais marcou... são vários...rsrs
O destino do Poseidon... fiquei muito impressionada rs
Papillon... me marcou muito tb...
mas...acho que... que me marcou messsmo... foi Sissi, aí assisti tb Sissi a Imperatriz... lindo !!!
como eu gostaria de ter nascido naquela época dos vestidões!!!! grandes salões de valsa!!! aiai... vou até por um cdzinho aqui de valsa .... rsrsrs
Amei seu post Beth....quantas lembranças boas !!! lembranças de meu querido Pai !!!!
Obrigada por tudo isso viu Bethinha !!!!
com carinho
bjs

Manuela Freitas disse...

Olá Beth,
Eu a ler o teu post sobre cinema e a recordar toda a minha vivência nesse capítulo, atravessei as mesmas fases, tudo aí é muito similar ao que se foi passando por cá. Cinema sempre foi uma constante na minha vida, vi de tudo! Também tive as minhas vantagens, desde um familiar jornalista que arranjava bilhetes de borla, a ter sido sócia de dois cine-clubes, até depois e que contnua, a ter uma filha que trabalha
numa grande empresa exibidora,a UCI, que tem 20 salas de cinema, aqui chama-se Multiplex.
Eu gosto de cinema independente, que só é exibido noutras salas, o meu marido não gosta, aí tenho que ir sozinha, mas sozinha já há uns anos vou a qualquer sítio, se o marido não quer ir, excepto à noite.
Querida amiga, que ronda de nostalgia!...
Bom fim de semana.
Beijinhos,
Manú

Glorinha L de Lion disse...

Oi Beth, eu tb ia citar Cinema Paradiso, que todas as vezes que vejo, choro. É um dos mais lindos filmes que já vi.
E tb A Noviça Rebelde, já vi trilhões de vezes e sempre tem algo encantado nele...e eu choro... Esses filmes eu sempre compro pra tê-los pra mim e ver e rever quando quiser.
Um dos mais recentes que me marcaram demais foi A Partida, japonês, que inclusive indiquei lá no blog...é divino! São tantos...os clássicos com Audrey Hepburn, Doris Day...comédias açucaradas da minha adolescência...como era bom tudo isso que vc contou! Eu tb vivi isso tudo. Hj, prefiro ver em casa no meu conforto do que ir ao cinema, enfrentar filas e ainda ficar ouvindo gente sem noção falando ao celular durante o filme.
Beijos

Unknown disse...

O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho .

Beijo e bom fim de semana.

Françoise disse...

Fui viajando no seu post e conhecendo um pouco de cada momento seu vivido neste curioso escurinho. Delícia, adorei!Fui ainda tentando me lembrar dos filmes que assisti na minha infância e só me lembrei dos trapalhões na sessão coca cola onde cada criança ganhava uma na entrada . As salas eram realmente enormes, ficava ate assustada com os tamanhos. Hoje la na minha cidade elas viraram grandes estacionamentos e igrejas.Pena!
Agora é curtir os cinemark's da vida que cheiram a pipoca com manteiga, rs......
Abraços e ótimo final de semana!

Lu Souza Brito disse...

Ai Beth, cinema nunca fez parte do meu mundo. Primeiro que em Ilhabela até hoje nao tem cinema, então, quando queria tinha que ir a Caraguatatuba, o que era dificil por causa do retorno da balsa.
Mesmo depois que me mudei pra sampa, nao se tornou um hábito. Fui poucas vezes. Geralmente alugamos e assistimos em casa mesmo, sempre com uma turma de amigos.
A parte ruim é que na maioria das vezes quem escolhem sao os homens. Porque as mulheres assistem o que nao gostam muito junto com eles, mas o contrário nao acontece. Então, sessão mamao com açúcar somente quando está grupo de mulheres, ahahah.

Lucia disse...

Pensei que meu blackberry estava meio pirado e me levando a um post antigo seu, pois jurava que ja tinha lido tudo isso antes - ate que vi sua mensagem que o tinha postado novamente.

Eu sempre assisti mts filmes ate uns 2 anos atras - qdo minha vida comecou a ficar mais ocupada. Tem mts que me marcaram, sempre tiro alguma mensagem de aprendizado de qq filme que seja, nao importando o genre, mas dois que me vem na cabeca agora sao: Under the Tuscan Sun e 13 going on 30. Me tocaram demais por motivos diferentes e ja os assisti mais de 10 vezes cada um (tb os tenho em DVD em casa). Bjos

ML disse...

Acho que foram Blade Runner e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (por causa da frase "eu nunca entraria para um clube que me aceitasse como sócio", dos irmãos Marx).

Prefiro DVD a cinema, vai entender...

bjnhs

Renata disse...

Quantos e quantos filmes… a lembrança maior que eu tenho da boa época das salas de cinema lindamente decoradas e enormesssss foi quando consegui assistir o John Travolta em Saturday Night Fever ...ele, que era lindo naquela época fazia o nosso coração de adolescente bater violentamente...e foi quando eu pude ir pela primeira vez sozinha ao cinema Metrópole, com as minhas amigas na sessão da noite! Embora o filme tenha sido uma bobagem vista aos meus olhos de hoje, eu sei que na época foi um marco...não vou esquecer nunca! Ahhhh, o Cine Metrópole vai ficar na memória de muitos belorizontinos!

Manuela Freitas disse...

ESqueci-me de dizer o filme, mas são tantos!...
Um filme pelo qual tenho um certo fascínio é «Casablanca».
Beijinhos e bom Sábado.
Manú

Lúcia Soares disse...

Oi, Beth. Tudo bem?
Chego e me deparo com esse post ótimo.Fiquei esses dias todos sem abrir computador, só curtindo a filha e os netos.
Possivelmente já li este, pois a acompanho há tempos, mas não me lembrava do post.
Adoro filmes, mas não em salas de cinema, já lhe contei.
Porque não gosto do ar frio dos shoppings e porque não gosto da falta de educação da garotada, atualmente.
Mas também não acho que ir ao cinema sozinha seja ruim. Às vezes é até melhor, pois o acompanhante pode ser falador e atrapalhar a gente.
Cinema bom é cinema com namorado, né? rsrsr
Tem tanto filme que amo!
Mas de momento, Cinema Paradiso, Sob o sol de Toscana, Moulin Rouge,
e um que não me esqueço, mas nunca encontrei em vídeo: O milagre, com Carrol Backer e Roger Moore, ambos novinhos. Ela era uma noviça, que se apaixona pelo soldado e foge do convento. A Virgem Maria, que era uma imagem enorme no saguão, toma o lugar dela e ninguém descobre que ela fugiu, só que a santa sumiu...
Ela vive uma vida frenética e até devassa, mas se arrepende e volta pro convento. No dia em que ela chega, a imagem volta pro seu lugar...Uma história linda. Assistiu?
Beijos e bom fim de semana!

ML disse...

A Lúcia tem razão: cinema bom é com namorado (áfinal, quem vê o filme?)
hau, hau, hau.

bjnhs

Ana disse...

Difícil dizer qual o filme que me marcou mais...
E constatei há quanto tempo não vou ao cinema!
Antes era um programa, ia sempre com amigos e, depois, para um barzinho, discutir/comentar o filme. Deu saudade!