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quarta-feira, 17 de março de 2010

Quem tem medo do boi da cara preta?


 (PoodlesRock/Corbis)

Brincar foi e ainda é de suma importância para que a criança se desenvolva física, emocional e socialmente. E é nessa etapa da vida que, através de brincadeiras e jogos,  nós, seres humanos,  crescemos para o amadurecimento.
Quem não lembra dessas cantigas de roda que na  infância cantávamos no colégio ou em nossos quintais com os amiguinhos? 


Atirei o pau no gato tô tô
Mas o gato tô tô
Não morreu reu reu
Dona Chica cá
Admirou-se se
Do berro, do berro que o gato deu
Miau !!!!!

Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega esta criança que tem medo de careta
.
Marcha Soldado
Cabeça de Papel
Se não marchar direito
Vai preso pro quartel

O Cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada
O Cravo ficou ferido
E a Rosa despedaçada

 
 

Samba Lelê está doente
Está com a cabeça quebrada
Samba Lelê precisava
De umas boas palmadas
Cai cai balão, cai cai balão
Aqui na minha mão
Não vou lá, não vou lá, não vou lá
Tenho medo de apanhar !

Pode ser que você cantasse coisas diferentes nos anos 80 com Xuxa e sua turma, no entanto estas estrofes aí acima, sempre foram cantadas por alguém de sua família, pais, avós, tios, todos nós as conhecemos, fazem parte até do nosso folclore e faziam um mundo de magia e alegria para a garotada.

Aí que eu estava dias atrás na Academia e surgiu um papo de que estas musiquinhas foram criticadas pelo Conselho de Psicologia no país e que teria até uma lei preparada para proibir sua cantoria em escolas, porque afinal de contas, as criancinhas atuais ficariam com medo, ficariam também afetadas psicologicamente, quem sabe!
Já imaginou um boi da cara preta correndo atrás delas querendo pegá-las?!  Fala sério!

Eu, sinceramente, não consegui aceitar esta colocação, afinal eu cantava estas e muitas outras e pareciam mantras, tal como eram repetidas por mim e outros amiguinhos naqueles áureos tempos da minha meninice.
E nunca, nunquinha, a letra de alguma delas me afetou. Sempre dormi tranquilamente ou cansada, mas cheia de lembranças de um dia  com tantas brincadeiras gostosas.

Eu acho que criança não tem esta percepção sobre as coisas.  Meu amigo japa lá da serra, contou-me certa vez que quando ficou orfão e era bem pequeno, a única lembrança que tinha daquele dia em que sua mãe estava sendo velada em sua casa (era assim no Japão) era que ele até estava feliz, pois afinal tinha tanta gente, parecia mais uma festa.  A percepção infantil dele sobre a tragédia não era a mesma que afetava os adultos.

Vocês não acham que é uma tremenda bobagem dizer que musiquinhas assim possam traumatizar ou influenciar para o mal uma criança?  Ou será que as criancinhas de hoje são mais inteligentes e entendem as letras, fazendo a interpretação tão ao pé da letra?  Duvido!  Pois as próprias provas de vestibular já demonstram o que muitos jovens não conseguem - interpretar um texto.

Matem a saudade de algumas delas com o vídeo abaixo e vejam como tem gente que se preocupa demais com isso, quando a violência é bem mais presente no dia a dia neurótico das relações familiares ou de cidades abandonadas pelo Poder Público.


Quando eu for avó, vou cantar todas elas pro meu netinho, com certeza.



20 comentários:

Natália Fera disse...

Oi Betty
Que lindo!!!
A do pau ao gato conheço bem,ainda hoje a canto para o meu neto,as outras não conhecia.
olha algumas nossas,não sei se conhece.


I
Lá vai uma, lá vão duas
Três pombinhas a voarem.
Uma é minha, outra é tua
Outra é de quem a apanhar.

II
Sete e sete são catorze
Com mais sete vinte e um
Tenho sete namorados
E não gosto de nenhum.
......
I
As pombinhas da Catrina
Andaram de mão em mão
Foram ter à quinta nova
Ao pombal de S. João.

II
Ao pombal de S. João
À quinta da roseirinha
Minha mãe mandou-me à fonte
E eu parti a cantarinha.

III
Ó minha mãe não me batas
Que eu ainda sou pequenina
Não te bato porque achaste
As pombinhas da Catrina
...............

(cantarinha)pote de barro para carregar água.
................
Outra

Fui ao jardim da Celeste,
giroflé, giroflá,
fui ao jardim da Celeste,
giroflé, flé, flá.

O que foste lá fazer?
giroflé, giroflá,
O que foste lá fazer?
giroflé, flé, flá.

Fui lá buscar uma rosa,
giroflé, giroflá,
Fui lá buscar uma rosa,
giroflé, flé, flá.


Para quem é essa rosa,
giroflé, giroflá,
Para quem é essa rosa,
giroflé, flé, flá.

É para a menina (Betty),
giroflé, giroflá,
É para a menina (Betty),
giroflé, flé, flá.

Beijinhos

Lúcia Soares disse...

Ah, Beth, que loucura criticarem estas músicas! Acho ridículo! Canto pros netos do mesmo jeitinho.
Também criticam as histórias infantis, veem maldade em Branca de Neve morar com 7 anões; o Lobo Mau "comer" a Vovozinha virou politicamente incorreto; todas as princesas sonharem com o Príncipe encantado é errado...tanta babaquice inventam que até parece que as gerações que viveram isso tudo são de pessoas mal formadas.
Por mim, fica tudo do jeito que está. Como você disse, muitas cantigas são parte do nosso folclore, ou de outros lugares, não importa. Por mim, continua tudo como está.
Bj

Lu Souza Brito disse...

Beth,

Já ou vi falar sim sobre estas críticas as cantigas infantis. Acho um exagero também. Inclusive o "Atirei o pau no gato" tem uma nova versão, mais "amena" pois dizem que a antiga incentiva a pratica da violência contra animais.
Lembra da baratinha? "A barata diz que tem 7 saisas de filó..." então, dizem que esta demonstra a sátira as classes menos favorecidas, a humilhação daqueles que tem menos, etc. Vou ver se acho as versões.

Agora, eu acho que as crianças de hoje em dia já tem tanta maldade (sim, pode acreditar, elas chegam a ser perversas ás vezes, principalmente com outras crianças) que é bem capaz de perceber estas coisas nas músicas sim!

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Beth,
Cantei para meus filhos, e para minha neta. Essas e outras. Todos adoraram e aprenderam a cantar.
Acho realmente uma bobagem a preocupação com a letra dessas cantigas. Dessa forma teríamos que afastar das crianças, também, os contos de fadas.
Há pouco tempo li uma interessante abordagem da neurolinguística sobre as canções infantis. A conclusão era a de que não só elas não assustam, como ajudam a adormecer.
E vamos cantar para nossos netos ....
Beijos.

Meire disse...

Oi Beth, tb nao acredito que estas cançoes possam causar algum tipo de trauma, a criança nao esta pensando em analisar a letra e sim no que a cançao esta transmitindo naquele momento e este momento gravaram na memoria e levarao para o futuro.
Falta do que fazer, ao inves de inventar leis pq nao pensam em melhorar as escolar, pagar melhor os professores....

bjs

Anônimo disse...

Oooi,
Encontrei seu blog através do espaço da Glorinha.Passei aqui para dar uma espiada mas já "puxei uma cadeira e até sentei". Adorei tudo por aqui!
Não tiro o valor da psicologia mas, são tantas bobagens disseminadas por aí...No meu tempo e no tempo das minhas filhas cantávamos todas essas musiquinhas e muito mais e ninguém ficou traumatizado.
Hoje em dia tudo vira trauma...Acho que essa é uma forma de justificar outras coisas mais sérias ...
Bjos
Yoyo

Unknown disse...

Eu adoro essas músicas e sempre cantei pro meu filho, canto pro meu sobrinho e por aí vai. Tão gostoso relembrar a infância, a inocência através destas cantigas.

Agora, eu estou morrendo de medo do boi da cara preta... kkkk... porque ele se transformou na imagem do petróleo que está gerando uma baita confusão aqui e acolá... kkkkk. (mudei de assunto, mas foi inevitável.. rs).

Ah! Te mandei um email, recebeu?

beijocas chuvosas!

Anônimo disse...

Beth concordo com vc, não sou traumatizada e nem tenho nenhum tipo de problemas por ter crescido ouvindo essas musicas, acho até q essa palhaçada de mudaar as cantigas, pode sim prejudicar, criar crianças frágeis sucetíveis a qualquer trauma!

Bia disse...

Ai Beth! Tirou essas músicas do baú da minha infancia!!!!


bjs

Anônimo disse...

web mommys...
eu tinha medo da musica do boi da cara preta!! era soh comecarem a cantar ela pra mim, que eu abria o berreiro...
mas a minha preferida era a da dona margarida e o ultimo suspiro... mas nem me lembro mais do que dizia ou como era cantada... ahahahaha
beijos!

ML disse...

Discordo, Beth e demais "comentaristas".
A música do coitado do "gato" passa uma lição de sadismo.
A do "boi" é uma lição de tortura.
A "sianinha" (ou "sinhazinha", sei lá) trata de outra psicopatia: descreve alguém se divertindo e fofocando às custas de uma mentirosa.
Considero este tipo de repertório infantil tão "normal" quanto ainda haver quem chama tourada de "cultura de um povo" .
Enfim, se criança "não capta" (eu acho que eles sabem mais do que parece)a gente capta. Então, não vale repetir, né?
bjnhs

Lia Noronha disse...

Essas músicas são acalantos...com cheirinho de infância!!!
Abraços carinhosos pra ti.

Ana Paula Soldi disse...

Beth, acho bem difícil a criança entender a letra, te digo mais de pequena jamais parei pra pensar no que dizia.

beijoss

Sonia H disse...

Beth,

Está tudo muito diferente mesmo... Também adorava cantar essas músicas e muitas delas eu cantava para meus filhos.
Beijos,

Ivana disse...

Bethinha, esse povo tá maluco... Desde quando estas músicas traumatizam?! Eu também cresci ouvindo todas elas e tenho doces lembranças a respeito!
Beijos!

Luciana disse...

Eu acho que talvez seja o fato de algumas mäes também dizerem pra crianca que se ela näo for boazinha e tal, o boi da cara preta vem pegar, tipo plantar terror, e isso acontece e no imaginário infantil repercurte. Lembro que o da rosa e o cravo eu achava super triste.
Tem também os contos de fadas, alguns são machistas demais, outros são aterrorizantes, e assim vai.

Acredito que os pais, não sei se ainda é assim, plantavam muito medo nas criancas, acho que inclusive por terem os medos deles, como da crianca sair de casa, fugir, e acontecer alguma coisa, ou não saber educar direito e usa isso pra que a crianca obedeca, seja boazinha.

Aqui não sei como funciona direito, mas minha cunhada da filipina as vezes diz pro filho que se ele for em tal lugar vai ter fantasma, que tem fantasma no jardim. Também já a vi fazendo medo com moscas, ela diz pro menino não ir pra tal lugar porque lá tá cheio de moscas, e ele realmente fica receoso e näo vai, nem que a gente chame, ele diz que não porque tem mosca, ou não porque tem fantasma. Parece engracado mas acho que repercute ruim pra crianca, e lembro que era bem assim na minha infância, e näo só na minha casa.

Complicado, porque isso de psicólogo nem sempre dá certo, né???

Beijo

Silvia Masc disse...

Quanta bobagem inventam... quando li a respeito tb. achei uma grande bobagem, para se fazer tal afirmação seria preciso uma pesquisa intensa, há tantas coisas tão mais nocivas as crianças.
Ficou excelente o post Beth, e ainda deu pra matar saudades.

beijinho

Marilac disse...

Oii Beth,
Eu cantava essas musicas sim, que boas lembranças este post.
Eu tb acho um exagero essas criticas, a musica a letra o tom da voz ao cantar tudo isso junto é que passa o sentido da musica que sempre era de carinho e alegria sem preocupações.

Aqui vai outra musiquinha:

" Pirulito que bate bate

Pirulito que já bateu

Quem gosta de mim é ela

Quem gosta dela sou eu.."

"Pai Francisco entrou na roda

Tocando o seu violão

Bi–rim-bão bão bão, Bi–rim-bão bão bão !

Vem de lá Seu Delegado

E Pai Franciso foi pra prisão.

Como ele vem todo requebrado

Parece um boneco desengonçado"

bjs
Marilac

Liza Souza disse...

Acho que o que traumatiza uma crianca é falta de amor, de carinho e de atencao. Nada que alguem faca com amor pode deixar marcas negativas em outra pessoa. Canto tudo isso para o Miguel e nao vejo nada demais em nenhuma dessas letras. Tem música muito ruim no auge do sucesso no Brasil, com letras mal educadas e desrespeitosas, e essas ninguem pensa em proibir, né?
Beijos

Lucia disse...

Entao as criancas nao vao poder ouvir a estoria da Chapeuzinho Vermelha (pois ele assassina sua avozinha), nao poderao saber da Branca de Neve (pois essa come a maca da bruxa e "morre") e varias outras estorias parecidas. Achei ridiculo essa teoria, sempre cantei essa musica do Boi da Cara Preta e nunca fiquei com medo ou a associei a algo ruim. Pelo amor de deus!!

bjos