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terça-feira, 27 de maio de 2008

Desonestidade na mira do cqc

Hoje sentei prá ver TV. Parece estranho, mas quase não faço isso, pois prefiro ler noticiário pela internet e navegar pela rede, sempre em busca daquilo que me interessa. Portanto, de repente o que prá mim foi surpresa, pode não ser para você que curte mais aquela telinha do que esta daqui.

O fato é que assisti a um programa na íntegra, mesmo porque não consegui me desligar até o final, tal era o magnetismo que ele me provocou. Estou falando do CQC - programa argentino com o mesmo nome aqui no Brasil que quer dizer - CQC - Custe o que Custar, onde "repórteres" fazem perguntas indiscretas a políticos, apresentadores, jornalistas, etc. O programa também é transmitido no Chile, Espanha e Itália.
Quem comanda o cqc-brasileiro na Band é nada menos do que o excelente repórter, ator, apresentador, roteirista e diretor - Marcelo Tas que, juntamente com outros repórteres, fazem o programa de uma maneira hilária, sarcástica, sofisticada e inteligente.

Num dos quadros, chamado Teste de Honestidade, Danilo Gentilli mostra como o brasileiro que critica as roubalheiras dos políticos e de outras pessoas, também pratica o mesmo no seu dia-a-dia. E faz achando que é o certo.

Com uma câmera escondida ele deixa um celular no chão e fica observando se a pessoa que o encontra irá entregar a alguém ou deixar na loja em frente onde o objeto estava. Filmou uma mulher, manicure que, sem saber que estava sendo observada, pegou o celular no chão em frente à loja que ela trabalhava, enfiou-o no bolso e entrou na loja. Logo em seguida, entra o repórter com microfone e toda a equipe e dirige-se diretamente a ela, fazendo-lhe perguntas do tipo: a senhora acha que o povo brasileiro é honesto; se achasse alguma coisa na rua, tentaria achar o dono, etc, etc.

Ao que ela respondia como se não tivesse cometido nada daquilo: - claro que não é honesto; - ah, eu entregaria, sim.

Então, o repórter lhe pergunta se ela não pegou o celular que estava no chão ali fora e ela categoricamente diz que Não. Acontece que a câmera registrou tudo, mas ela continuava dizendo que não viu, que não tinha nada com ela. E ele argumenta que o celular era do programa e ele precisava para continuar fazendo a matéria, mas nada adiantava, pois ela insistia em dizer que não pegara nada.

Até que ele mostra o vídeo a ela. Acreditam vocês que ela se manteve dizendo que não fez aquilo, que não foi ela, que o celular não estava com ela!

Incrível! O repórter saiu dali com a equipe, procurou um PM, mostrou o vídeo e voltaram lá, desta vez com dois PMs. Aí, sim. Ela entregou o celular para os policiais porque viu-se enrascada mesmo ou talvez fosse presa por mentir deslavadamente.

Tudo isso filmado, registrado e levado pelo programa com jeitão do Pânico, mas muito inteligente, porque aborda fatos da vida real, aquilo que muita gente nega para si mesmo, mas que ao ser flagrado pelas lentes e um microfone em riste, ficam sem direção, perdem o rebolado como se diz por aí.

Um fato parecido com este aconteceu com meu marido o ano passado, quando esqueceu seus óculos de grau numa mesa de uma cafeteria em Itaipava.

A mulher que sentou-se no mesmo lugar onde estávamos minutos antes, era a balconista de uma loja ao lado desta cafeteria. Quando retornamos ao local, poucos minutos depois ao darmos falta do objeto, ela ainda lá estava sentada e quando perguntamos a ela se não havia achado o óculos, ela, com a maior cara de pau do mundo, disse-nos que não viu nada, não.

Como o óculos era de grife (Benneton), de sol e de grau e estava na caixinha, com certeza, pensou que achara algo valioso e quis ficar com aquilo, mas logo em seguida ela deve ter descoberto que o óculos escuro tinha grau, sequer serviria para ela. Mas, taí a desonestidade humana! Lembrei-me desse ocorrido quando vi este quadro no programa de hoje.

Toda vez que nós vamos àquele local para tomar um cafezinho, temos a certeza de que ela nos reconhece, mas prefere abaixar a cabeça ou virar para outro lado.

E é assim que está acontecendo hoje em nosso país, uma total inversão de valores que por tão pouco roubam ou até matam.

O vídeo abaixo é uma amostra do que acontece neste programa engraçado, mas com um fundo de verdade que deve incomodar muita gente. Vejam só:

13 comentários:

Kenia Mello disse...

Já tinha ouvido falar do CQC, mas nunca assisti. Com sua dica, vou conferir.

Já aconteceram vários episódios desses comigo e com pessoas conhecidas e a conclusão que chego, infelizmente, é que ser honesto é exceção. E não vejo perspectiva de mudança, não, viu? É uma pena e a vida segue sendo um eterno remar contra a correnteza...

Beijo.

Beth/Lilás disse...

Querida Kenia,
Isso parece que está se generalizando mesmo pelo país.
Você viu só o que fizeram ontem durante a visita do Lula aqui no Rio?
Dois caras fantasiados de guardadores com roupas brancas, roubavam os carros com equipamentos de televisão que foram fazer a cobertura.
É uma vergonha tudo isso acontecer debaixo do nariz das autoridades, inclusive.

Beijos e obrigada pela visita.

Prof. Ronaldo Nezo disse...

Suas observações refletem a realidade, cara amiga. Nossa sociedade tem um caráter marginal. Poucos são aqueles que contrariam a maioria e mantêm um comportamento ético em qualquer circunstância. Costumo dizer aos meus alunos que o ato de colar na prova é uma primeira demonstração do caráter deles. Quem acredita que vale a pena colar para ter nota, também acha normal pagar propina para o guarda de trânsito... Se um dia tornar-se político, vai achar normal ganhar "caixinha" para aprovar determinados projetos.

Sylvia Regina Marin disse...

Querida Beth,
Não tenho tido muito tempo para circular pela internet, mas sempre que posso venho visitar seu blog. Além de me conectar com você, aproveito para me atualizar sobre alguns assuntos. Você é uma crônica viva do cotidiano. Seu blog merecia um prêmio.
Beijos.
Sylvia

Anônimo disse...

Oi, Lilás!
Que post legal! Vou procurar pelo programa no youtube. Deve ser hilário!
Uma vez me aconteceu uma situação parecida. Eu estava andando na praia durante uma viagem e vi 50 euros no chão. Como era em frente ao clube, entrei e perguntei se alguém tinha perdido algum dinheiro. A recepcionista disse que não. Como era muito dinheiro, fiquei com pena de quem perdeu e ainda perguntei se a recepcionista poderia ficar com o dinheiro caso alguém voltasse para reclamar. Ela disse: você achou, é seu. Só que eu sabia que não era, independente se quem perdeu era rico ou pobre. Ainda fiquei em frente ao local uma meia hora tomando um sorvete para ver se alguém aparecia. Como ninguém apareceu e a recepcionista não quis pegar o dinheiro, acabei ficando com ele. Mas me senti mal, sabe?
Aqui em Bahrain, quando você perde ou esquece alguma coisa, pode voltar lá que ninguém pegou. Com raríssimas exceções. Aqui o pessoal deixa o carro com ar condicionado ligado (para o carro não esquentar), chave na ignição e vai pro shopping bater perna. E quando volta, o carro está lá. :D Bjs Paty.

Anônimo disse...

Pois é...
Está cada vez mais díficil ancontrar pessoas honestas no mundo, lembro-me que esses dias atrás passou no Globo Repórter um gari que encontrou um malote com dinheiro e ao descobrir o verdadeiro dono devolveu, o mesmo virou motivo de piada entre os colegas de trabalho, pois eles acharam uma tremenda burrice devolver o dinheiro ao verdadeiro dono, pode?!
Infelizmente a humanidade vai de mal à pior!
Gd bjo!

Beth/Lilás disse...

Queridos Ronaldo, Sylvia, Paty e Kel - obrigada pela visita e seus comentários valiosos que enriquecem a minha página.

Realmente, todos nós ficamos impressionados com o que está ocorrendo no país nestes últimos tempos.
Há muito o que fazer ainda neste país, mas creio que quando se debate os problemas é um bom início para a tomada de consciência de todos.
Beijão em cada um de vocês.

Anônimo disse...

Não vi esse programa, deve ser otimo e bem apropriado pro momento que vivemos, onde reina o individualismo...beijo querida, grata pela visitinha.

Daniel Lucas disse...

o programa mostra mesmo a realidade.
Grande parte da população brasileira não tem educação. Educação não no sentido de estudo e sim de cidadania.
Os políticos são apenas o reflexo nu e cru do povo.
Não adianta o "Dr" Lula ou qualquer outro fazer crescer a economia. A própria população tem que se desenvolver socialmente pensando no proximo, querendo ajudar aos mais necessitados e agir de maneira honesta.
Dessa forma o povo terá nível, e assim, os políticos também.

Bjo

Anônimo disse...

Moça, o quadro Teste de Honestidade é do Danilo Gentilli, e não do Rafinha Bastos..

Anônimo disse...

Oi minha queridinha!!!
Eu tô de SACOOOOOOOOOOOOOOOOO CHEIOOOOOOOOOOOOO de ver tanta coisa errada, simplesmente surtei. Ninguém liga mais pra coisa nenhuma, nada tem valor, nem a vida tem valor, que dirá honestidade, caráter e outras coisinhas mais, que poderiam fazer parte do cotidiano. Nossa, como seria melhor se a maioria fosse correto, honesto e bondoso. Como seria bom viver sem medo, sem ter que assistir pelas ruas roubo, desonestidade, fome. Tá brabo viu?
Nunca assisti o programa e espero que não caia no perigoso esquema, de fazer piada com o que deveria ser execrado. Infelizmente temos uma cultura que crê que o brasileiro é "alegre", já não sei se é alegria, conformismo ou desespero.
Mil beijinhos com muitas saudades docê!

Beth/Lilás disse...

Ooops! Realmente a ou o Ksen está correto. É o Danilo Gentilli o repórter do quadro.
Obrigada e já mudei, ok.
À propósito, não sou mais moça, pode me chamar de Lilás.
abraço.

Anônimo disse...

eu vi este programa e percebi até aonde vão as pessoas! eu não acreditei o k vi. Uma vez numa cafeteria da facul, paguei meu café no balcão e deixei minha bolsinhas de moedas em cima e sai. Dei uns 5 passos e lembrei que tinha esquecido, voltei e a balconista negou, negou e negou. Não tinha entrado mais ninguem lá, até voltei voltei na mesma hora, mas ela negou! deveria ter apenas uns 5 reais em moedas coisa pouca, mas ficou assim mesmo! Parece que as pessoas gostam de ficar com o que é dos outros, nao importa o valor, pela ilusão do "vou levar vantagem"...