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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ainda somos os mesmos, como os nossos pais?


"A morte, como diriam os budistas, é uma questão de SE e não de QUANDO."

Este fim ou finitude são vocábulos usados para definir nossa humanidade e no curto espaço de tempo que compreende a existência humana, herdamos de nossos ancestrais, crenças, hábitos, costumes que, alguns seguem à risca até morrer, outros, como eu, interrompem esses rituais com prazer, tentando à luz dos dias atuais, não reviver aquilo que fazia-nos sofrer ou nos incomodavam na infância ou juventude e que eram impostos pelos pais.
Meus pais não faziam assim, não eram arraigados aos costumes que seus antepassados os impuseram, mas tinham sempre uma postura muito sisuda em dias como este. Um certo ranço, digamos assim.

Dia de Finados - o feriado era diferente dos dias atuais, visitavam em peso os cemitérios e levavam flores e velas aos túmulos de seus mortos.  Eu nunca fui e nem fui forçada, mas lembro-me de minha mãe ir por algumas vezes e ainda bem que nunca me fez acompanhá-la.

Mas uma coisa faço sempre nesta data, sem sofrimentos, choro e nem velas, um ato voluntário, apenas uma lembrança carinhosa e prazerosa,  principalmente quando estou aqui em Petrópolis com as flores ao meu alcance, logo ali no meu jardim.
Corto uma florzinha e coloco num vaso em homenagem à memória de meu querido pai e outra em memória de meu sogro que também foi muito querido enquanto tivemos contato em vida. Duas xícaras modernas e dois brotos  de pequenas hortênsias enfeitando  minha sala numa demonstração de que nunca esquecerei deles enquanto viver.


Estão ali, lado a lado, lembrando-me que incluir a morte dentro da vida é um desafio, uma forma ainda difícil para nós que estamos neste plano, mas que a cada dia, precisamos encarar e entender que é inevitável e não podemos e nem devemos ignorá-la.

Enquanto isso lá fora, a natureza nestes dias sempre chora através das nuvens que derramam chuva e deixa o dia meio com cara de triste, de instrospectivo.  Uma pausa apenas para lembrar-nos de nossa frágil existência neste mundo.









20 comentários:

Unknown disse...

Oi Beth! Ando em falta aqui com seu blog. Um tempinho já sem comentar. Antes de comentar sobre o post de hj quero comentar sobre o da blogagem coletiva. Adorei o que você escreveu, parecia que eu estava lá também sentindo cada flor e o perfume delas.

Sobre o post de hoje, eu lembro que quando eu era pequena, minha avó tinha no quarto dela um "hotoke". Eu não sei até hoje como isso se chama em português. Mas é uma espécie de altar. No dia de finados ela falava pra mim entrar lá no quarto e acender um incenso. Até hoje todo os dias de manhã, ela faz o café e coloca em um copinho e coloca nesse altar. Quando faz uma comida especial tbm coloca em um pratinho e oferece.
Eu não gosto muito de pensar na morte, como você mesmo disse é difícil para nós que estamos nesse plano ainda.
Bjos

Kelly Kobor Dias disse...

É questão de sobrevivência compreender a morte como algo tão natural quanto o nascimento. O sofrimento corroi quem o sente e não leva a nada, atrai coisas ruins e atrapalha. beijos

Caca disse...

Eu sou de uma geração e de uma família de preservar muitas tradições. Creio que esta de hoje é uma das poucas que sempre passou sem sequer ser discutida em minha casa. Apesar disso, para meus entes mais caros que já se foram, como a minha mãe, sua reverência ocorre quase que todos os dias que a família se reúne e nas consciências de cada um em particular. Respeito quem gosta de ir a cemitérios prestar homenagens aos seus, mas acho que falta um significado mais profundo esse gesto. Eu como cristão, apesar de pouco religioso, aprendi a orar sempre aos céus, olhando para cima. Venerar e orar por alguém olhando para baixo me soa tão esquisito... Gostei desta sua nobre reflexão, Beth. Meu abraço. Paz e bem.

Taia Assunção disse...

Oi Beth, bonita homenagem. É difícil lidar de forma natural com a perda. Mamãe e Papai vão todos os anos ao cemitério, mesmo não tendo nenhum parente enterrado na cidade em que vivem. Eles fazem isso a mais de vinte anos. Acho bonito e ao mesmo tempo estranho. Beijocas!

Lúcia Soares disse...

Beth, não gosto de datas marcadas.(dia dos pais, das mães, dos namorados, dos mortos, dos santos,...). Acho que fica forçado.
Imagina: não vamos ao cemitério e no dia de finados estamos lá, algumas pessoas choram, se lamentam, limpam os túmulos, levam flores...apenas um dia no ano!
Lembro-me das pessoas amadas, que se foram, praticamente todos os dias. Não gosto de ir a cemitério (quem gosta?!) e não vou mesmo.
Mas cultuo meus amados, dentro do meu coração.
Beijo!

chica disse...

Acho que é tudo bem diferente.Eu também nem mais ao cemitério vou,Faço as homenagens com boas lembranças e sentimentos, sem ir até lá!

beijos,tudo de bom,chica

lolipop disse...

Querida Beth...nem sabe como seu post me tocou. Eu vivo numa cidade pequena onde não nasci. Meus avós, já falecidos, não viviam aqui, por isso, só desde há pouco mais dum ano eu tenho alguém a quem visitar no cemitério local...a minha mámi querida. Sendo um meio pequeno e conservador, no dia dos Finados, as pessoas fazem do cemitério ponto de encontro e fogueira de vaidades, tipo quem leva o ramo maior, qual a campa mais enfeitada. Há gente que nunca vai, mas nesse dia está lá. Eu nesse dia, apesar do descontentamento do meu pai...não vou. E fico em paz porque sei que minha mãe entende, sabe? Eu vou lá quando sinto necessidade de falar com ela, quando não está ninguém a assistir.
Não preciso do olhar dos outros. É o dela que me faz falta...
E aqui em casa, acendo uma vela perto do meu Buda de Kamakura, que tem pousada no ombro uma borboleta...pra lembrar que a vida é um bater de asas...
Ternuras

Bombom disse...

Olá Beth (Betita em português!)
Lindo post sobre o Dia de Finados!
Acho que ninguém gosta de falar nem de pensar na Morte.Esta ideia afligia-me muito quando era nova, mas à medida que os anos avançam e a meta se vai aproximando, acho que evoluí bastante.Deixei de ter aquele pavor e já consigo encará-la com normalidade e falar sobre ela.Se a Vida é uma passagem, uma aprendizagem, a Morte é um momento, um exame. Depois, vem a Ressurreição!
O importante é chegar a esse momento mais enriquecido do que quando se nasceu.
Na minha família não havia o costume de ir ao Cemitério mas íamos à Missa de Finados. Nessa altura ainda era feriado. Depois deixou de ser e este dia quase passava despercebido. Mas havia muita gente que ia ao Cemitério por tradição e por isso nessa altura encareciam as flores...
Achei esse teu gesto de homenagem ao Pai e ao Sogro,lindo e de grande ternura.
São esses gestos genuínos que dão sentido a esta data. Não é preciso ir ao Cemitério! Podemos homenagear os entes queridos de tantas maneiras!...
Bjs. Bombom

Maria Célia disse...

Oi Beth
As pessoas pensam e agem diferente, ainda bem que é assim. Eu faço questão de ir ao cemitério no dia de finados.
Fomos hoje, eu, minha mãe e meus dois irmãos. Colocamos flores no túmulo do nosso pai, rezamos o terço, entregamos a alma dele a Deus.
Depois vamos aos outros familiares, meus avós maternos, meus tios e minha bisavó.
É um hábito, um costume, fazermos isto sem imposição. É claro, que em todos os outros dias do ano lembramos deles, rezamos mandamos celebrar missas, nunca os esqueceremos.
Bjos e boa noite.

Unknown disse...

Querida Beth,

A aceitação da morte como apenas uma passagem diminui nossas dores diante dela. Devemos lembrar os que já foram e deixaram saudades sempre e não apenas neste dia.

Beijos,

Lili Bolero disse...

Oi Beth...eu não costumo ir ao cemitério. Minha querida mãe está lá, ou o que restou dela. Porém ela é bem mais do que isso. É uma lembrança querida que eu façlo questão de ter todos os dias com a certeza que um dia vou abraçá-la outra vez. Bacana a homenagem que vc faz ao seu pais e ao seu sogro. Bjs.

Manuela Freitas disse...

Olá Beth,
Eu também não vou ao cemitério nesta data, porque é como aí, uma grande romaria, eu gosto de ir ao cemitério em tranquilidade e sossego.
Os cemitérios mais uns anos e tendem a acabar, as pessoas estão a preferir a cremação, tb é aquilo que eu prefiro, acaba-se, acaba-se de uma vez. Se merecermos ficaremos sempre na mente das pessoas!
Tema triste, mas é o que temos de mais certo!
Beijinhos,
Manú

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Beth,
Bonito lembrar assim, com essas mudas tão lindas de hortênsias.
bjs

Nilce disse...

Sabe que hoje ouvi um comentário de minha mãe: "Interessante, aqui não choveu e aí? Sempre chove no dia de Finados".
Pois aqui fez-se um dia de sol brilhante e quente.
Não tenho problemas com cemitério, sabia? Não que vá lá neste dia de lotação máxima. Mas gosto de passear entre os túmulos, principalmente os mais antigos e imaginar como foram aquelas pessoas, como viveram, o que fizeram.
Mas isso quando passo perto e sinto vontade.
Gostei do teu jeito de prestar homenagem aos teus queridos que já se foram. Eu prefiro não lembrar muito. Quando recordo, são dos melhores momentos, como se os fosse ver dali a pouco.
Uma boa quarta para você querida Beth.

Bjs no coração!

Nilce

pensandoemfamilia disse...

Bom dia querida
Vejo hoje este seu post que me despertou muito interesse por sua criatividade na homenagem.
Minha avó e mãe tinham este hábito de ir ao cemitério no dia de finados e eu não aderi. Meus entes queridos fazem parte de mim até hoje, no meu afeto e sonhos, e os recordo com saudade e carinho e mantenho algumas fotos em porta retratos. Rezo, algumas vezes para que descasem em paz.
bjs

Anônimo disse...

Eu não vou a cemitérios, mas penso, sinto saudades, mas acho q isso o ano todo!

ML disse...

Bela homenagem, Beth!

bjnhs

Rosamaria disse...

A minha família é tradicional, mas nós, eu e minha irmã, não vamos mais em dia de finados, é melhor ir quando não tem tanta gente. Rezar eu rezo todos os dias e especialmente nos finados, sem a necessidade de ir ao cemitério, mesmo pq fica em outra cidade.
Gostei da tua homenagem (tenho chícaras iguais, hehehe).
Bjim, cosquirídia.

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Eu procuro fazer tudo o que eu posso em vida. Procuro sempre elogiar, visitar, ajudar, ser amiga das pessoas enquanto elas vivem. Esse negocio de fazer e acontecer depois que a pessoa morreu nao é comigo. Querem me dar flores??? Me dêm enquanto eu estou viva.

Um bjao

Dani dutch disse...

Em casa é sagrado, todos os dias de finado, minha mãe e minha vó vão ao cemitério, mas eu prefiro fazer minhas orações em casa.
bjuss